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Arte em Movimento

Palhaça Rubra, a Chacrinha do século 21


É uma casa engraçada. Tem teto, portas e janelas. Mas a campanhia é uma buzina de bicicleta parecida com a do Chacrinha nos anos 70. Lá, quem atende é Lu Lopes, mais conhecida como a palhaça Rubra.

Paulista, Lu Lopes, afirma que era nerd quando criança e que o humor a salvou de bullying. Começou no grupo Doutores da Alegria, é palhaça jogadora da Companhia do Quintal e toca e canta na Banda Gigante, que criou ao lado de Marco Gonçalves e Eugênio La Salvia.

Nesta entrevista, ela fala das peripécias da palhaça Rubra. Deseja que o Sesc compre a ideia do “Boxe da Rubra”, caixa com quatro CDs da palhaça Rubra, com músicas de seus trabalhos até o momento.

Lu Lopes tem o CD “C.É.L.E.B.R.O. em Movimento”, de 2007, que teve patrocínio de Gisela Moreau, participação especial de Arnaldo Antunes, Guga Stroeter, do grupo Barbatuques e direção musical de Arto Lindsay.

A comediante diz que bebe na fonte de Spike Jones (1911-1965), Charles Chaplin (1889-1977), Lucille Ball (1911-1989). É fã do Circo Zanni, de Os Charles e dos Trapalhões.

Admira a professora Cristiane Paoli Quito, da USP, que ensina a arte do clown. Adora o Cirque du Soleil. Assistia a palhaços na TV, como Torresmo e Pururuca.

Sua palhaça Rubra tem traços do Chacrinha e um quê de Giulietta Masina – atriz de “La Strada” (1954), de Federico Fellini. Esse filme mostra o circo itinerante e destaca a arte de superar tombos na vida e começar tudo de novo.

A palhaça Rubra prepara, com Ana Thomaz, o projeto do show musical “As Mamíferas – Um Colo pro Colo”, em homenagem às mães, que talvez aconteça até o final de 2012. “Estamos em negociações delicadas por envolver bebês e o tema maternidade”, disse Lu Lopes.

O solo “Escalafobética” está previsto para estrear em 2013. Ainda há a “Orquestra da Rubra”, também com previsão de lançamento em 2013, no segundo semestre.

“É um projeto que já está em lei. A orquestra é focada no palhaço e na música, inspirada em Spike Jones e pretende fazer algo de auditório para família, que vai rodar o Brasil. A gente está formatando para virar um programa de TV”, acrescenta a artista.

Lu Lopes apresentou neste mês de junho o “Show da Virada Sustentável” para um público de 1.300 pessoas. “Tem a ver com a questão da sustentabilidade. É um show nos moldes do Chacrinha, há os convidados e eles cantam e têm um olhar sobre a relação do homem com o meio ambiente”, disse a palhaça Rubra.

“O ‘Show da Virada Sustentável’ aconteceu na praça Victor Civita, foi interativo e teve a participação de Marcelo Jeneci, Curumin, Anelis Assumpção, Palavra Cantada, Suzana Salles e Capoeira URU Brasil”, contou Lu Lopes.

Durante a entrevista, Lu, também musicista e poeta, mostrou o livro que desenhou e escreveu e está em fase de exame para publicação por algumas editoras. Em “Criaturas”, as palavras são as próprias ilustrações.

Está em fase de ensaio “A Roda da Rubra”, que traz a palhaça capoeirista e deve estrear no segundo semestre de 2012.

Lu Lopes tem a Banda Gigante e compõe letras líricas e non-senses. Tem no repertório o “Rubra Pop Show”, “Rubra em Variedades da mesma coisa”, “Banda Gigante em Movimenta o C.É.L.E.B.R.O”, entre outros espetáculos.

Lopes dirigiu o grupo circense NaMakaca no espetáculo “Zé Preguiça”, que ganhou o prêmio de melhor montagem no Edital da Cultura Inglesa. Integrou o projeto “Brincadeiras de Papel” e o espetáculo “A Banda” (direção de Paoli Quito). Lu trabalhou ainda com Léris Colombaionni, Os Charles, Domingos Montagner e com o Circo Zanni.

A palhaça Rubra está em cartaz em “Jogando no Quintal” no Estúdio Emme até o final de setembro, espetáculo que completa dez anos em 2012.

O espetáculo é muito engraçado. Dois times de palhaços pedem frases ao público e transformam as ideias em uma só narrativa estapafúrdia e hilária. A plateia se divide em dois grupos de torcedores para escolher a melhor encenação.

Link: http://estudioemme.com.br/

 

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

 

Vida salva pelo humor

Panis & Circus – Como você começou a ser palhaça?

Lu Lopes – Começei com a mestra Cristiane Paoli Quito. Eu me formei e trabalhei com ela por dez anos. Meu primeiro espetáculo de palhaça foi dirigido por ela: “A Banda”. Fiz parte do ínicio da cia. Nova Dança 4, dirigida por Paoli Quito também. Depois entrei nos Doutores da Alegria e no “Jogando no Quintal”. Cristiane foi a minha base e continua sendo meu norte. 

Circus – Porque o humor?

Lopes – O humor salvou minha vida emocional, eu era nerd, sofria bullying. Estudei em 16 escolas. Toda vez que eu chegava a algum lugar novo, eu passava por esse estágio de ser uma nerd e de sofrer bullying. Por exemplo, criança correr de mim, todo mundo não parar de me olhar. O que me salvou é que, de alguma maneira, eu conseguia brincar com isso e me aproximar das pessoas.

Na primeira vez que percebi isso em mim, eu estava na segunda série (ou primeira?) na Escola Pacaembu. O espetáculo de fim de ano era “O Sítio do Pica-pau Amarelo”. Eu queria ser Emília, mas, claro, ficou com a menina popular. Aí eu queria ser a Narizinho, claro que ficou com a bonitinha.

Então fiquei com Tia Nastácia, que a gente sabe que é uma personagem incrível, mas eu queria ser a bonitinha. Encarei Tia Nastácia, criei meu figurino, botei carvão e lá no meio da peça teve um branco dos personagens.

Todo mundo ficou meio se olhando, e eu entrei de Tia Nastácia e comecei a improvisar. As pessoas riam muito. Passou um tempinho e fiz outro personagem, numa peça em que eu era um bebê. Eu entrava e as pessoas riam. A partir daí comecei a ser convidada para as festinhas, para a casa das meninas, comecei a ser escolhida para time mesmo não sendo tão boa naquele esporte…

Foi a primeira vez que percebi que o humor me incluía, na infância.

Circus – Você escolheu entre o Doutores da Alegria e o espetáculo “Jogando no Quintal”?

Lopes – Foi meio simultâneo. Fiquei nos Doutores da Alegria e no “Jogando no Quintal”.

 

Rubra nasce no improviso

Circus – Fale da palhaça Rubra no “Jogando no Quintal”.

Lopes – Sou a palhaça Rubra, eu vim da Banda Gigante, que tocou ao vivo no espetáculo “Jogando no Quintal” durante quase sete anos. Agora sou palhaça atleta jogadora no “Jogando no Quintal”.

A palhaça Rubra eu digo que é uma escalafobética, que vem do ser fora do esquadro, fora do padrão, inclusive até dos próprios palhaços, porque é uma personagem que transita do improviso à palhaçaria e à música.

Circus – Por que a Banda Gigante trabalhou com Arnaldo Antunes?

Lopes – É a identificação com o estilo musical. A gente foi meio pelo reconhecimento: “Olha, isso tem a ver com a gente”. E convidou o Arnaldo para ser o produtor do CD [de 2007].

Ele não se reconheceu como produtor, mas a gente chama Arnaldo de palpiteiro indispensável. Ele selecionou o repertório junto com a gente.

A gente mostrou 30 músicas a ele, foi à casa de Arnaldo, tocou, ele sugeriu algumas canções e participou do CD. Escolheu uma música para cantar, gravou “Bina Beijoca”, que tinha a cara dele.

As letras do CD são poéticas, engraçadas, provocativas, politicamente incorretas, mas são amorosas.

Circus – O trabalho da palhaça Rubra é feito no espaço do improviso.

Lopes – Que é como o  “Jogando…”. Em 2012, a gente faz dez anos juntos.

São dez anos no treino de improviso.

A gente tem jogos do Quintal da Criação [galpão do grupo] e, no meu caso, o “Rubra Pop Show”, de esquetes e músicas. Há esses pontos já conhecidos como segurança. Mas não se sabe aonde vai parar. O que determina são o dia, a hora, como você está se sentido, que público você tem. É igual criança, mas é brincadeira de gente grande.

Circus – Existe uma espécie de roteiro?

Lopes – A gente tem jogos e música. Jogos mais físicos e jogos mais verbais, são o que chamamos células do espetáculo. O roteiro organiza as células. Aí se tem a configuração daquele espetáculo, daquele dia.

Circus – Pressupõe a participação da plateia, que completa o espetáculo, preenchendo o que falta no roteiro?

Lopes – A plateia é mais uma célula, vamos dizer assim. A gente se adéqua a essa célula. Ela é coautora do espetáculo.

Às vezes, a gente faz espetáculos em empresas, o que funciona como espaço de pesquisa e treinamento maravilhosos. Em geral, nas empresas onde a gente se apresenta, as pessoas começam predispostas a não gostar porque estão horas ali, em conferências.

A gente chega lá e muitas vezes vê que o palco é pequeno demais, que a configuração da sala não favorece…  Mas a gente pega essas células (já formatadas), esses jogos (já configurados), verifica como está a plateia e se adapta. Eu diria que são 90% de improviso.

Circus – Vocês estão criando uma escola do improviso?

Lopes – Sim, colocamos em prática [essa escola do improviso] com as pessoas que nos procuram para pesquisa, o que foi desenvolvido durante esses dez anos e novas descobertas.

No Quintal da Criação há cursos. A gente traz alguns amigos com os quais há identificação de linguagem, de estilo no humor, da técnica, e oferece cursos ou oficinas.

 

Riso, palhaçaria e coreografia em massa

Circus – O que é a palhaçaria?

Lopes – É um jeito que a gente descobre de fazer as pessoas rirem. A gente as faz perceber que rir é essência da vida. Como? Matemática. A gente entendeu que, de algumas coisas, em qualquer lugar do mundo, sem você falar a língua das outras pessoas, só de você aparecer, as pessoas riem.

Circus – O palhaço tem um ponto de partida. A improvisação tem o dado da novidade que vocês trazem para a palhaçaria?

Lopes – Não, a improvisação é um DNA. Todo comediante que faz humor, seja o comediante [propriamente dito] ou o palhaço, usa a improvisação, do contrário perde a graça.

Senti o poder de desenvolver o improviso quando eu ia aos hospitais trabalhar com crianças e bebês. Ou quando eu ia a uma empresa e a plateia era 98% masculina. Como eu ia me virar ali, com meu repertório, e fazer aquele bando de homens rirem?

É preciso descobrir alguma coisa, e naquela hora e local, porque, depois, o momento passa… Então, o improviso é acionado em qualquer configuração de humor.

Como integrante do “Jogando…”, desenvolvi um braço meu ali dentro, com a palhaça Rubra. Criou-se um humor que pegou, são jogos de improviso, de música e de palhaçaria.

 

Circus – Qual a diferença entre o trabalho da palhaça Rubra sozinha e o trabalho da palhaça Rubra no espetáculo “Jogando no Quintal”?

Lopes – Brinco que O “Jogando no Quintal” é um sistema Lego. Aquelas peças são peças de Lego, de oito, de seis, de dois, de um, azul, rosa, amarela, as cores primárias, no nosso caso.

São jogos de improviso e somos palhaços jogando, então, tem o jogo do abecedário, o jogo dos estilos, o jogo da morte, o frisbee, são vários tipos de jogo. São esportivos e há competição.

Quando comecei na banda, eu me apaixonei por música de palhaço e por improviso. Peguei essa bagagem do “Jogando…”. Tudo que fiz com os Doutores da Alegria, durante cinco anos, as experiências com o grupo Os Charles, com o Circo Zanni, os treinamentos nas empresas, as apresentações em aniversários de criança, misturei tudo e achei um jeito meu – o da palhaça Rubra.

Gosto de fazer coreografia em massa, como é o caso do número “Eleva o Tórax”, em que boto todo mundo para dançar, meio Madonna, meio Byoncé, meio Rita Cadillac: “É bom para o moral”. Gosto de brincar com os jogos musicais para incluir a família.

 

Circo hoje

 

Circus – Hoje pode-se fazer nova leitura do circo? Quer falar de colegas promissores?

Lopes – Todo mundo é promissor, não existe ninguém mais promissor do que o outro. Eu era a pessoa mais improvável de acontecer. Sou mulher, venho de uma classe média, de uma formação de escola, e pessoas muito importantes para mim diziam que eu não era palhaça, que eu era cantora.

Fui mandada embora de lugares com as pessoas dizendo que eu não dava para aquilo. Hoje encontrei uma maneira de exercitar minha palhaçaria, de conectar pessoas, de fazer o bem, de passar amor, de brigar. E mais, tudo pela via da palhaçaria.

Hoje sustento 100% a minha vida com minha palhaçaria, e eu fui dita como figura não promissora. Todo mundo é promissor, desde que insista no caminho que acredita.

Circus – Você se considera palhaça de circo tradicional ou contemporâneo?

Lopes – Eu me considero as duas coisas. Sou uma palhaça clássica, com figurino, vocabulário clássico: resgato muita coisa, resultado espontâneo e de afinidade. Também me sinto uma palhaça contemporânea.

Eu ia muito ao circo, assisti a circo na televisão, Torresmo e Pururuca. Hoje, adoro o Cirque du Soleil. Minha fonte é o Circo Zanni, são Os Charles, que fazem reprises, trago essas reprises. Mas tenho uma particularidade, que é da minha genética emocional, não consigo fazer uma coisa que não tenha a ver comigo.

Tem coisa a que assisto, fico apaixonada, vejo inúmeras vezes. Pareço criança de novo, tipo Teletubbies, “de novo”. Eu me sinto muito à vontade fazendo aquilo que tenho prazer. Tenho prazer com a música, com coisas contemporâneas, então, acabo misturando e aí dá a Rubra e a fórmula, porque a palhaçaria é matemática.

Circus – Quem são seus mestres?

Lopes – Os mestres próximos são a Cristiane Paoli Quito, o pessoal do Circo Zanni, o pessoal do “Jogando no Quintal”. Por mais que tenham mil questões, a gente se alimenta. E as pessoas que vira e mexe acabo encontrando, inesperadamente, no cotidiano.

Meus mestres históricos são Spike Jones, Chaplin, Lucille Ball, os Trapalhões, o Chacrinha, a Giulietta Masina.

Acredito que a Rubra tem uma melancolia meio clássica. É até engraçado eu falar nisso, porque tomo floral para me separar da Rubra. Tirei a melancolia e dei a ela, e isso cenicamente é interessante, é um trabalho que ainda estou fazendo.

Tem essa coisa do triste-alegre, ela não pára, cai em roubadas o tempo inteiro, mas continua.

Circus – Palhaça ou atriz?

Lopes – Sou uma palhaça que traz a música como um DNA do trabalho.

Circus – Qual é seu instrumento de origem?

Lopes – O berimbau e a voz. Depois, por necessidade do trabalho, desenvolvi o violão para trabalhar com os Doutores da Alegria. No começo eu ia com o djembê, percussivo. Aí desenvolvi a bateria, a percussão. Eu era baterista na Banda Gigante, além de cantar.

Muito acontece por necessidade. O que falta aqui? Deixa comigo. Eu me virava. Quando trabalhei no Circo Zanni, desenvolvi bastante a bateria, numa temporada. Eu era a terceira opção (rsrs). Depois de um tempo voltei, fazendo com a Banda Gigante os mestres de cerimônia, no lugar do Domingos Montagner e do Fernando Sampaio.

Criei um laço com eles, brinco dizendo que sou do Circo Zanni, eu me sinto completamente de lá, vira e mexe faço um trabalho com eles.

 

Espetáculos da Rubra

Circus – Fale de sua participação no Trix Mix Cabaret.

Lopes – O Trix Mix é uma parceria por afinidade, é um cabaré. Existe faz uns três anos, todos nós fomos convidados para fazer espetáculos, somos da mesma turma.

Fui me aprimorando lá como mestra de cerimônia, peguei um jeito que combina muito com cabaré, porque tem um lado elegante da Rubra, a Rubra é chic, tem alma refinada, e ao mesmo tempo completamente pop.

Circus – Como são o “Rubra Pop Show” e os desdobramentos em outros espetáculos?

Lopes – “O Natal da Rubra”, “O Carnaval da Rubra”, a “Quadrilha da Rubra” são originários do “Rubra Pop Show”, espetáculo como se fosse “A Buzina do Chacrinha”, aquele show dos anos de 1970 e 80.

A Rubra seria o Chacrinha [do século 21]. É para o universo da família, quero que a mãe possa ver com o bebê dela e o bebê possa chorar e se encantar com as cores, que o filho adolescente vá e adore, porque a gente canta letras que têm a ver com a família, e também que a avó possa ver.

Por isso, essa célula tem show de calouros e mostra de variedades. Fiz um trio, porque esse “Pop Show” tem muitos músicos e um elenco grande, com convidados. Nem sempre dá para viajar para o interior.

Fiz uma versão menor com um baterista, um guitarrista e eu: Chico Valle, que é o Gorila, e o Pelanca, que é o Álvaro Lagos. Esse show é bem de palhaços, as músicas são idiotas. São mais gags, esquetes e dinâmicas musicais de que a plateia participa, com coreografias. É mais bobão, mais de palhaço mesmo.

As músicas do “Pop Show” são músicas mais pra gravar.

Circus – “Jogando” se apresentou na lona do Zanni, armada no Memorial, em 2010.

Lopes – A gente ameaça criar outra parceria dentro da lona, que é maravilhosa. Mas é caro levantar aquela lona, é um trabalho de amor ao circo.

 

Projetos de 2012, livros e a Casa da Rubra

Circus – O que está fazendo em 2012?

Lopes – “Mamíferas”, que tem o foco na mãe, que é pouco escolhida, apesar de o bebê a ter escolhido, de o marido a ter escolhido. Mas a maternidade é uma fase difícil para a mulher, não é só bonita. É um show musical para o qual compus as letras.

Depois do show, a gente propõe que as mães que quiserem fiquem para conversar e trocar experiências com uma especialista em bebês. Desenvolvi uma caderneta para as mães anotarem ideias, pensamentos, links, sites, com a letra das músicas, que é para que tenham em casa, como uma poesia.

A mãe entra no show e ganha a caderneta. Eu ilustrei, é um projeto que fiz para o Sesc e também é como se fosse o programa de espetáculo.

Tem o “Box da Rubra”, caixa com quatro CDs da palhaça Rubra, com músicas dos meus trabalhos até o momento e eu gostaria que o Sesc encampasse a ideia de lançá-lo.

Há o “Show da Virada Sustentável”, com convidados. Tem a ver com a questão da sustentabilidade, do meio ambiente. É um show nos moldes do Chacrinha, os convidados cantam e têm um olhar sobre a relação do homem com o meio ambiente.

Tem também o “Escalafobética”, que é um solo meu, e estreia no segundo semestre de 2012.

A “Orquestra da Rubra” está prevista para estrear depois de julho de 2012, que é um projeto que já está em lei. É focada na música e no palhaço e inspirada em Spike Jones. Algo de auditório para família, que vai rodar o Brasil. A gente está formatando para virar um programa de TV.

Escrevi também um livro infantil que fala de seres e criaturas e eu mesma desenhei. Criei a história com essas figuras. Acontece alguma coisa com elas e as criaturas se transformam.

Fiz outro livro, com Edith Derdik, de poesia. Ela disse que era poesia concreta. Edith me deu as imagens dela, fiquei emocionada, escrevi e levei para ela. Não sei o que é.

Tenho o projeto de fazer, um dia, a Casa da Rubra, que terá os livros, os espetáculos, assistência para família. Será um centro de humor e saúde, só que não é pedagógico, Não é acadêmico. Não é medicinal, mas trabalha com a cura, e com a diversão, o humor.

Links: www.palhacarubra.com.brwww.bandagigante.comwww.jogandonoquintal.com.br

 

Sugestão de receita para seção Bom Bocado

Circus – O que você sugere para a seção do Panis & Circus?

Lopes – Sugiro duas receitas: suco verde de orgânicos na trituradora, com couve, beterraba, cenoura, maçã, gengibre, inhame e tangerina.

Mas, se valer só comida, sugiro macarrãozinho Bifum com molho de tomate fresco e azeite à vontade!

 

A receita o leitor encontra na seção Bom Bocado.

 

Quem é o palhaço Chacrinha, o Velho Guerreiro da TV

O apresentador de programas de auditório José Abelardo Barbosa de Medeiros (1917-1988), pernambucano nascido na cidade de Surubim, ficou conhecido como Chacrinha, o palhaço da TV.

Em seus programas de rádio e televisão, havia competições musicais e brincadeiras com o auditório em que esse apresentador distribuía abacaxis e bacalhau para a plateia. Chacrinha lançou inúmeros cantores de MPB, entre eles, Celly Campelo, Roberto Carlos e Raul Seixas.

Em 1969, em homenagem a Chacrinha, Gilberto Gil compôs a canção “Aquele Abraço”, e o apelido de Velho Guerreiro pegou.

Em 1956, estreou o programa “Rancho Alegre”, na TV Tupi, que também lançou a “Discoteca do Chacrinha”. Em 1970, a Rede Globo fez dois programas semanais com o personagem: “Buzina do Chacrinha” e “Discoteca do Chacrinha”. Anos depois ambos se tornaram o “Cassino do Chacrinha”, na própria Globo.

Nos programas, Chacrinha inventava frases que ficaram populares, como aquela com a qual se dirigia aos cantores calouros: “Vai para o trono, ou não vai?”. Ou: “Teresinha!”; “Vocês querem bacalhau?”; “Eu vim para confundir, não para explicar!”; “Quem não se comunica se trumbica!”.

Chacrinha tinha audiência, plateia e jurados como Carlos Imperial e Aracy de Almeida. As dançarinas, conhecidas como chacretes, ajudaram a construir a fama do apresentador. Entre elas, ficaram famosas as chacretes Rita Cadillac, Fátima Boa Viagem, Suely Pingo de Ouro e Fernanda Terremoto.

Segundo o site Wikipedia, o último programa “Cassino do Chacrinha” foi ao ar em 02/07/1988.

 

 

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One Response to "Palhaça Rubra, a Chacrinha do século 21"

  1. mazeh tavares disse:

    Tive a honra de conviver 16 dias acordando e dormindo com essa querida; que, além de ser uma ótima profissional, é um ser humano em extinção e agradeço ter conhecido; passo a acreditar mais que a liberdade, o humor e o amor são ingredientes para a felicidade…..para o bem viver….

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