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Retorno dos espetáculos
Novo CEO do Cirque du Soleil desde 2021, Stéphane Lefebvre, fez uma longa carreira na área de finanças. Ele e Daniel Lamarre, que continua no grupo como vice-presidente-executivo, são os responsáveis pelo lançamento de atividades do circo canadense em Las Vegas, nos Estados Unidos, onde tem vários espetáculos permanentes e ao redor do mundo, caso do retorno de espetáculos principalmente renovados historicamente, como o ‘Kurios – Gabinete de Curiosidades’.
“A esperança é voltar aos níveis do passado, com cerca de 30 shows pelo mundo, mas ainda é muito cedo para dizer se vamos conseguir e quando o nível do passado”, diz Lefebvre. Ele acredita que não será necessário esperar muito para atingir os patamares anteriores.
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“Ressurreição”
Certamente, os efeitos da pandemia foram devastadores para a trupe fundada em 1984 em Quebec pelo ex-comedor de fogo Guy Laliberté. A trupe de circo de repente se viu endividada em cerca de US$ 1 bilhão. A empresa foi obrigada a colocar 4.679 acrobatas e técnicos, ou seja, 95% de seus funcionários, fora do Soleil. A maioria foi demitida em junho, quando a empresa pediu falência assistida e assim evitou o pior.
“Com a entrada de novos investidores conseguimos superar a crise com capital fresco dos Estados Unidos, da China e do Canadá. Em novembro de 2020, o Cirque du Soleil finalmente encontrou os fundos necessários (US$ 375 milhões) para retomar às operações.
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Novos capitais
A empresa foi adquirida pelo fundo Catalyst Capital, um grupo canadense de private equity que se tornou o principal acionista. “Isso nos permitiu reduzir pela metade a dívida que tínhamos e nos encontramos hoje com boa liquidez. Foram longos meses de trabalho, mas tínhamos apenas um objetivo em mente, salvar o Cirque. Era um processo complexo, havia várias ofertas para relançar a empresa”, afirma.
Lefebvre ressalta que o importante era também ter os fundos necessários para relançar os negócios. “E é isso que nos comprometemos a fazer desde junho passado com a retomada gradual de nossos shows e relações pré-existentes com parceiros como Mgm Resorts, Aeg, Disney, sem esquecer a busca constante de outros negócios e mercados nos quais também podemos investir com novas atividades”, explica.
“Quando reabrimos em Las Vegas, em junho de 2021, registramos um grande sucesso. As pessoas ainda querem sonhar”, afirma o CEO. E a prova veio em agosto, graças ao novo número recorde de ingressos vendidos em Montreal – quase 270.000 – para o espetáculo Kooza. “Antes da pandemia, o Cirque du Soleil empregava cerca de 5 mil pessoas em diferentes países. Hoje somos 2.500 funcionários em todo o mundo, 450 deles na sede em Montreal. Meu trabalho são as emoções que queremos despertar. A missão do Cirque du Soleil sempre foi ‘evocar a imaginação e surpreender seu público’”.