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170 anos do Circo Stankowich
O ilusionista Márcio Júnior, de 21 anos, conta o que chama atenção no picadeiro. O produtor do espetáculo e dono do circo, pai do Márcio, representa categoria de artistas circenses no MinC.
O Circo Stankowich, tradicional no Brasil, tem espetáculo popular com as atrações circenses clássicas e recebe anualmente o público de 130 mil pessoas. Esse picadeiro trabalhou com animais de grande porte até março de 2010, quando o uso deles foi proibido na maior parte dos Estados brasileiros. Desde então, o Stankowich acrescentou coreografias e balés em sua substituição.
O público paulistano que segue pelo metrô Itaquera e proximidades convive com o Circo Stankowich, que se instala na região leste de São Paulo, à av. Alcântara Machado, no Brás. A lona amarela da companhia tem capacidade para abrigar 1.300 pessoas na plateia.
Segundo o jornal “O Globo”, o Stankowich está com nova lona, cor-de-rosa, com capacidade para 1.500 pessoas, e vai inaugurá-la para comemorar os 170 anos de existência, na Praça Onze, na capital carioca, depois de negociações com a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.
O Circo Stankowich armou o picadeiro no espaço conhecido como Terreirão do Samba em 12 de julho e fica no local até setembro, com espetáculos de quinta a domingo. Marlom Stankowich, irmão de Márcio Stankowich, declarou ao jornal: “Estive aqui há 40 anos, montando a lona com meu pai. Hoje trago meus dois filhos para recuperar este terreno para o circo”.
Em agosto o Stankowich deve estrear temporada na cidade de São Paulo. Hoje suas duas unidades, a amarela, e a outra, azul, estão em Santos (primeira quinzena de julho) e no Rio de Janeiro (atual temporada).
No espetáculo atual, que comemora aniversário de 170 anos do Stankowich, o momento do trapézio é o mais esperado. Mas outros números se destacam, como ilusionismo, parada de mão, números do palhaço Rodrigo.
O Stankowich anima a maioria das atrações com música popular norte-americana. Apresenta acrobacias em tecido, lira, corda francesa, e malabarismo, globo da morte.
Ao final do espetáculo há o show das águas dançantes, que se tornou conhecido nesse picadeiro e é o preferido de um dos donos da companhia, Márcio Stankowich.
Nas duas entrevistas a seguir, o ilusionista Márcio Stankowich Júnior, de 21 anos, fala do picadeiro de família. O pai dele, Márcio Stankowich, diretor artístico do Circo Stankowich, conta que é o responsável pela administração da companhia e explica o que faz para manter a lona.
Um pedacinho da história dessa família circense, de origem romena, você lê abaixo. Confira também o site da companhia.
Link: http://www.stankowich.com.br/index.html
No site do Stankowich há um pedido de atenção para que o público identifique corretamente esse picadeiro porque há circos com nomes parecidos em várias regiões do Brasil.
Filho de peixe – Ilusionista aos 21
Panis & Circus – Qual é sua arte no circo?
Márcio Stankowich Júnior – Sou o mágico do circo faz cinco anos. Meu pai fez uma viagem para fora do país [e se interessou por essa atração]. Contratou aqui no Brasil um produtor e eu comecei a aprender ilusionismo.
Circus – Quais são seus números como mágico?
Márcio – É mais ilusão com aparelhos grandes, modernos, não são de mágica tradicional.
Circus – Você não usa cartola?
Márcio – Não.
Circus – Entra em aparelhos e some?
Márcio – Sim, e tem o número da cabeça que desce e sobe, outro número em que fico com quatro pernas, são truques de corpo.
Circus – Qual agrada mais ao público?
Márcio – Quando entro com as quatro pernas, as crianças adoram. Apareço cinco vezes no espetáculo, em diferentes partes, em cada uma com um número.
Circus – Você foi criado nos trailers, sob a lona?
Márcio – Nasci no circo e, quando eu tinha dez anos, meu avô e minha mãe perguntaram o que eu queria fazer, daí, tentei ir para a cidade, fiquei por uma semana lá e voltei para o circo. Não consigo ficar longe disso aqui.
Circus – Estudou em várias escolas?
Márcio – Em cada cidade era uma escola diferente. Terminei o colegial.
Circus – Não se interessou em fazer faculdade?
Márcio – Ainda não sei se faço ou não. Antes de começar como mágico, eu fazia trapézio, malabarismo, faz uns 12 anos. A mágica faz cinco anos.
Circus – Se fizesse faculdade qual seria?
Márcio – Administração, pensando no circo, para dar continuidade.
Circus – Quantas famílias moravam nos trailers no circo quando era pequeno?
Márcio – Umas dez famílias.
Circus – Sua família adestrava animais. Com a proibição dos bichos no circo, como sentiu a mudança no espetáculo?
Márcio – Antigamente os animais que chamavam a atenção eram os tigres, os elefantes, os camelos. Hoje são os números de palhaço, mágica e é mais a produção do espetáculo.
Circus – São sempre os mesmos números?
Márcio – A cada ano mudam os números. Hoje só faço mágica, não trabalho mais com malabares nem trapézio.
Circus – Fale da tradição de família.
Márcio – Minha família tem 170 anos com o circo. Em 2011 e 2012, o espetáculo é de aniversário.
Circus – Qual a lembrança familiar mais antiga?
Márcio – É a de quando eles vieram para o Brasil, foi durante uma guerra, não me lembro se minha família fugiu nos navios, mas trouxe o circo e os animais. Desembarcou no sul do Brasil, nas praias do Rio Grande do Sul. Veio da Iugoslávia.
Circus – Antigamente o circo viajava em carroça de boi.
Márcio – De trem também, eu me lembro que o Stankowich viajava muito de trem, viajou por todo o Brasil.
Circus – Qual era a atração preferida?
Márcio – Eram os animais. Meu avô sofreu muito com a perda dos animais nos espetáculos. Ele era domador de leões e tratava bem os animais. Nunca teve um acidente com animais no Stankowich.
Circus – Houve incidente com fogo?
Márcio – Nunca ouvi falar.
Circus – Quais os planos para o futuro?
Márcio – O circo está começando a ser valorizado, antigamente era bem menos valorizado.
Circus – De que forma sente isso?
Márcio – Pelo público, pela imprensa, a gente percebe. O circo está se modernizando, o espetáculo mudou, tem mais produção, show, o assento antigamente era de madeira, hoje, são cadeiras, a lona tem estrutura nova. Os números são com lonja, há mais proteção.
Circus – O que falta para realizar?
Márcio – Estou satisfeito com o que faço no circo.
Circus – Um dia vai querer ser palhaço?
Márcio – Não vejo essa possibilidade.
Circus – Conte sobre sua família hoje.
Márcio – Tenho duas irmãs e um irmão. Trabalham no circo, uma é bailarina e mágica como eu, a Kamila. Ela faz faculdade de administração também. A outra é a Érika, trapezista, e o pequeno é o Murilo. Ele entra fantasiado de palhacinho no início do balé. Meu pai faz as águas dançantes.
Circus – Quantas pessoas trabalham no Stankowich?
Márcio – Nesta unidade [azul], mais ou menos 70 pessoas. Na outra tem mais 70 pessoas.
Circus – Entre as 70 pessoas quantas são artistas?
Márcio – De 25 a 30 artistas. Todos moram nos trailers. O resto do pessoal é de produção, montagem, manutenção.
Circus – Quais os planos para 2012?
Márcio – Vamos continuar com a apresentação de aniversário de 170 anos, falta ainda apresentar o espetáculo em algumas cidades. Já fizemos quase todo o interior de São Paulo. A outra unidade faz Minas Gerais e sul do Brasil.
Circus – Em qual cidade o público é mais fã do circo?
Márcio – Hoje todo mundo gosta. O povo fica louco querendo ver quando o circo chega à cidade.
Circus – Seu pai tinha um sonho para você?
Márcio – Não, ele me deixou escolher. Quando a gente é criança vai imitando palhaço, subindo no trapézio, mas chega uma idade em que a gente começa a pegar gosto, a fazer o que gosta realmente.
Circus – Sua mãe é artista de circo?
Márcio – Não. Minha mãe é de São Paulo. Depois que casou com meu pai, virou domadora de cachorrinhos, deitava no elefante, era bailarina. Hoje não faz mais números. Somos filhos de mães diferentes. Hoje minha mãe está em São Paulo e às vezes ela viaja com minhas irmãs, que estão na outra unidade com meu avô. Elas não largam meu avô, Antônio Stankowich.
Circus – Qual é a média de horas de treinamento do artista no Stankowich?
Márcio – De duas a três horas por dia. Cada um tem seu horário e seu dia de treinamento.
Circus – Artista de circo ganha bem?
Márcio – Sim, pelo que vejo o que ganham na cidade.
Circus – Seu circo tem patrocínio?
Márcio – Não.
Circus – De que tipo de arte você gosta dentro e fora do circo?
Márcio – Gosto muito de música também fora do circo. Meu pai faz a música dentro do circo. A gente viaja bastante e vê circo lá fora também, é um circo avançado, tradicional e moderno ao mesmo tempo.
Na França, vimos o Cirque Bouglione, com números tradicionais, com lona, arquibancada, picadeiro e uma grande produção com luz, estrutura grande, bem moderno.
Lá eles têm patrocínio do governo e aqui é mais difícil. Os números de que mais gostei foram o dos tigres brancos e o dos leões, são muito bonitos. Aqui não podemos ver mais [animais no circo].
Esse circo tem trapézio e muitos trapezistas brasileiros. A gente tenta acompanhar como pode: a estrutura, a lona à prova de chamas, a arquibancada boa, a iluminação.
Circus – Qual é o número forte do Stankowich?
Márcio – Os do palhaço Rodrigo, que são modernos, ele não é palhaço com cara pintada, a caráter, é mais cômico e mímico, muito bom artista. Os números aéreos atraem também, mas o palhaço chama mais atenção.
Circus – Qual o legado do Stankowich para a cultura brasileira?
Márcio – Continuar com a tradição no circo, passando por todas as cidades. Em cada cidade a gente quer deixar uma imagem boa do circo, com um espetáculo com segurança, um circo bonito. Às vezes o circo chega e vai embora sem mais nem menos. Queremos deixar uma imagem boa para quando voltarmos.
Márcio Stankowich, segunda geração brasileira da família Stankowich
Pai de Márcio Stankowich Júnior, de Kamila, Érika e do palhacinho Murilo, Márcio Stankowich é o administrador do Circo Stankowich que se apresenta em São Paulo e o diretor artístico da companhia. No dia da entrevista, Márcio pai disse que preferia que entrevistássemos o filho dele Márcio Stankowich Júnior.
Só depois Márcio Stankowich relatou sua vida de artista itinerante. Afirmou que falta espaço para o circo. Se as cidades receberem o circo de braços abertos, será feita a outra parte: “Os artistas do circo sabem fazer dinheiro”.
Márcio Stankowich contou que representa o circo no MinC (Ministério da Cultura) e disse que luta para conquistar essa boa recepção. Leia sobre esse e outros programas governamentais na entrevista que Ana de Hollanda deu aos site Panis & Circus na semana passada.
http://www.panisecircus.com.br/recursos-para-circo-sao-limitados-reconhece-ministra-da-cultura/
Tal pai tal filho – Infância no picadeiro dos anos 1950 e 1960
Circus – Como você começou?
Márcio Stankowich – Minha família é tradicional e desde criança me apaixonei pelo circo. Nasci no circo, no Rio de Janeiro em Nilópolis, terra da [escola] Beija-flor, do samba, mas também só nasci lá. O circo viajou, fui com meu pai, parei para estudar dos cinco aos 19 anos, mas em todo final de semana eu vinha para o circo trabalhar e voltava na semana.
Eu treinava circo e estudava, tanto que a última aula era de educação física e a gente não precisava [comparecer], então o professor mandava embora mais cedo porque a gente fazia “física” demais, era trapezista, malabarista, acrobata.
Mais tarde fui ser domador, o que é tradição na minha família.
Circus – Qual é a boa memória do circo?
Stankowich – Minha família toda, meu avô sentado embaixo da arquibancada tomando chimarrão, a gente brincando em volta dele, meu pai novo, montando o circo. A gente era feliz e não sabia [risos].
Hoje o circo ganha mais, mas as dificuldades são muitas. Naquela época a gente não tinha problema, era feliz. Tenho dois irmãos, todos circenses, o Marlom e a Adriana. Os dois estão em Curitiba junto com meu pai.
A minha mãe era a rainha do clube nilopolitano quando nova, e o pai dela, delegado de Nilópolis. Minha mãe passou no circo, conheceu meu pai e começaram a namorar.
Circus – Você nasceu dentro de um trailer?
Stankowich – Nasci, minha vida sempre foi isso aqui.
Adeus aos animais no circo
Circus – O que achou da proibição de ter animais em circo?
Stankowich – Para as crianças foi péssimo. Eles generalizaram todas as situações de animais no circo. Não posso julgar todos os circos, se maltratam ou não [os bichos], mas todo lugar tem gente boa ou ruim, eu julgo pelo Stankowich.
Nós tínhamos veterinários, biólogos, treinadores, tenda, equipamento de transporte de animais. Não fomos lá na selva e tiramos esses animais do ambiente natural, eles são criados e nascidos no circo, em cativeiro, não são acostumados com a selva.
Então, pela vida inteira, o ser humano conviveu com os animais no circo. Esse relacionamento com cavalo, cachorro, cães, não tem distinção entre um animal e outro. Basicamente tem uns dois anos que teve a proibição.
Circus – O que reivindica para o circo?
Stankowich – Sou representante do circo pelo Ministério da Cultura, temos um setorial do circo lá, como tem do teatro, dança, música, então, estudamos para o circo ter leis e algo que incentive campanhas para governantes, prefeituras, para receberem o circo melhor, de braços abertos. Áreas para montar a lona. A sociedade acha que o circo é importante para a família.
Circus – A música do Stankowich é executada ao vivo?
Stankowich – Não, mas minha pretensão é ter música ao vivo.
Circus – Como aprendeu as habilidades para se tornar artista?
Stankowich – Vendo os profissionais se dedicando, tendo vontade e fazendo.
Circus – Quais suas preferências no circo quando era criança?
Stankowich – Eu gostava de tudo, palhaço, malabarista, trapezista. Meu primeiro número foi de acrobacia, com meu irmão, a gente entrava de marinheiro, os dois, eu devia ter uns 15 anos.
Circus – Hoje está na direção da companhia.
Stankowich – Filho de dono circo tem que saber de tudo, hoje sou o diretor artístico, o diretor-executivo, cuido do som, testo o som, a luz, crio coreografias. A gente aprendeu tudo isso. O circo dá muita coisa boa pra você, muita técnica.
Circus – Fale da transmissão de conhecimentos aos filhos.
Stankowich – Eles vão atrás da gente, a gente é o espelho para eles, dentro da sua casa também, os filhos sempre vão se espelhar nos pais.
Circus – Quais artistas circenses admira?
Stankowich – Admiro a organização do Cirque du Soleil, a estrutura deles. Ganham muito dinheiro do governo do Canadá, assim, até eu teria um Cirque du Soleil. Ganham dinheiro de empresas, mas o governo ajuda muito e, por isso, são o que são hoje.
O Cirque du Soleil pega mais ginastas olímpicos e atores para trabalhar, é difícil ter artistas tradicionais do circo. Só alguns.
Admirar artistas, eu admirei muito meu pai, meu irmão e vários artistas que trabalharam com a gente que, se for citar… A gente sempre teve artistas de nome, com representatividade boa no espetáculo.
Quem paga o ingresso quer ver números bonitos, então a gente tenta cuidar do espetáculo, ter artistas de qualidade. O porte físico é importante.
Circus – Não será palhaço? Artistas de família de circo finalizam a carreira como palhaços.
Stankowich – Não, não na nossa, a gente começa como palhaço, que entra com a cara pintada para perder a vergonha e encarar o público.
Circus – O que acha mais bacana no espetáculo de aniversário?
Stankowich – A união dos artistas dentro do circo; adoro as águas dançantes, a qualidade do som, da luz; a equipe do circo é boa, respeita o picadeiro. O palhaço Rodrigo é sensacional; os trapezistas são excelentes.
Tem alguns estrangeiros no espetáculo, chilenos, argentino, mexicano, peruano, estão todos misturados. Alguns ficam em hotéis, outros têm casa em São Paulo, outros têm trailers.
Circus – A escolha da cidade para o circo viajar é aleatória?
Stankowich – A gente escolhe normalmente cidades aonde há muito tempo não vai circo, que tenha mais de 50 mil habitantes. No sábado e domingo tem bom público.
Circus – Há novidades para 2012?
Stankowich – A gente tenta unir os dois circos e fazer dois picadeiros num mesmo espetáculo, com uma lona maior, com dois números de trapézio, de malabaristas.
No EUA há um grande circo que tem três picadeiros, que fez “O Maior Espetáculo da Terra”.
[Filme de 1952, “The Greatest Show on Earth” retrata a vida de trapezistas, um palhaço e um treinador de elefantes nos bastidores do espetáculo, com direção de Cecil B. de Mille e com James Stewart, Charlton Heston e Betty Hutton. Segundo o site Wikipédia, trata-se do Ringling Bros., Barnum & Bailey Circus.]
A gente está tentando fazer isso, seria um projeto maravilhoso e poderia trabalhar só em capitais, porque a despesa é grande.
Circus – O Stankowich recebe incentivo do governo?
Stankowich – Pouco. Existem alguns projetos que o governo dá à Secretaria da Cultura. Para circo pequeno é bom, mas para circo grande é pouco.
Circus – Quer declarar o valor do incentivo?
Stankowich – R$ 80 mil, R$ 60 mil, R$ 30 mil. Isso, uma vez por ano, o que não cobre nada.
Circus – Qual seria a política ideal para o circo grande no Brasil?
Stankowich – O governo deveria incentivar mais o circo e fazer entender que é importante o circo na cidade. Não imagina a força que tem um circo. Por exemplo, se o prefeito da cidade não cobrar imposto, deixar o circo trabalhar e pedir uma quantidade de ingressos em troca, que ele pode distribuir para crianças carentes, para saberem que é a Prefeitura que banca isso, seria uma coisa simpática para a prefeitura. É só ter áreas para o circo trabalhar que o circo consegue sobreviver.
Circus – O circo novo substituirá o tradicional?
Stankowich – Não é assim, cada um usa o circo da maneira que é bom para si. Existe o circo popular, mas o povo nunca fugiu da tradição, o povo quer ver o circo tradicional.
O Soleil tem uma maneira de trabalho que acha que é boa, mas para mim não é importante que a criança veja o Soleil. É importante que uma criança de 13 anos sinta o circo [tradicional].
Não é uma crítica, o Soleil ganha milhões, quem sou eu para falar, mas o público do espetáculo deve ser de idade acima de 16 anos. Os artistas trabalham no escuro, com a cara toda pintada, e assusta muito as crianças.
Circus – O circo tradicional está morrendo?
Stankowich – O circo está mais forte do que nunca, basta os governantes se interessarem mais em receber o circo de braços abertos. O circo sabe fazer dinheiro, como o Stankowich, só precisa de áreas para instalar o picadeiro.
Sem áreas o circo vai se distanciar da cidade e, quanto mais distante, mais tem que fazer propaganda e incentivos às pessoas. Falta isto: os governantes incentivarem mais a ida do circo às suas cidades.
História de 170 anos
A família circense Stankowich é de origem romena. Veio para a América Latina, de acordo com o site da companhia, em 1850. Em 1848, a Hungria declarou autonomia do Império de Habsburgo e logo depois tropas russas invadiram esse país, originando o império Austro-Húngaro, o que significa que a região dos avós de Márcio Stankowich era turbulenta nesse período histórico.
Havia romenos, ciganos, servos, croatas e cidadãos de outras nacionalidades em números expressivos nessa região do continente europeu.
Em 1856, o domador de circo Pedro Stankowich desembarca no Rio Grande do Sul com seus animais amestrados, porém, sem a lona que tinha na Europa.
Outras famílias circenses europeias chegam nessa mesma época a outros Estados, como São Paulo e Rio de Janeiro.
É a época do segundo Reinado no Brasil colonial, com a economia cafeeira de vento em popa.
O filho de Pedro Constantino Stankowich casou-se com a professora Aurora, que passou a integrar a família.
Em 1935, nascia Antônio Stankowich, pai de Márcio Stankowich, que trabalha ainda com o circo na unidade amarela, ao lado das netas Kamila e Érika e dos filhos Adriana e Marlom, irmãos de Márcio Stankowich.
O acrobata, malabarista, equilibrista Antônio Stankowich pertence à quarta geração da família. Como palhaço, seu nome é Lamparina, o mesmo nome de personagem de tios e avós. Antônio começou a dirigir o circo familiar aos 23 anos.
O Stankowich apresentava animais e peças de circo teatro e depois shows com artistas de rádio e TV.
Tags: circo stankowich, ilusionista, marcio stankowich, minc, palhaço rodrigo garcia
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