Pé na Estrada
Mágicas de tirar o chapéu
“Supermagic”, o festival internacional de magia, completa 10 anos e traz a arte da ilusão para o palco.
Por Ivy Fernandes, de Roma
O Festival Internacional da Magia, denominado “Supermagic”, reúne os melhores e mais premiados mágicos do mundo em um espetáculo que circula pela Europa. Neste ano, o “SuperMagic” apresenta um show ainda mais surpreendente, em comemoração aos 10 anos de estrada do Festival. Em Roma, o show foi apresentado durante dez dias, de 31 de janeiro a 10 de fevereiro, com mágicas literalmente de tirar o chapéu.
Para celebrar a décima edição do “Supermagic”, foi selecionado um grupo de artistas, entre os mais famosos, campeões na arte da magia, habilidade, precisão e fantasia.
Entre os ilusionistas, estão a dupla de artistas franceses Jérôme Helfenstein e Claude Brun, Les Chapeaux Blancs, o casal de transformistas russos, Sos e Victoria Petrosyan, o mágico e ilusionista da Finlândia, Marco Karvo, e o campeão mundial de 2012, o francês Mikael Szanyel.
“Supermagic 2013” é uma viagem em que a fantasia vence a lógica em números que driblam a realidade e fazem com que o público participe dessa arte milenar que é a magia. Um espetáculo, como diz o programa, “estudado e organizado para todos aqueles que ainda querem sonhar”.
Quem se apresenta também no “Supermagic” é o advogado de direito penal, o italiano Remo Pannain, mágico por paixão e que dedica seu tempo livre às artes cênicas. Ele idealizou e organizou o 1º Festival Internacional de Magia, dez anos atrás.
Em cena, os grandes mágicos
Marko Karvo, mágico e ilusionista finlandês, com os seus pássaros coloridos, que voam sobre a plateia, é o protagonista do espetáculo deste ano. Atual campeão do mundo na categoria da magia em geral, ele é uma figura elegante, que entra no palco e conquista imediatamente a plateia ao tratar com delicadeza e precisão as aves. No final, é aplaudido de pé.
Sos e Victoria Petrosyan, o jovem casal ilusionista russo, ganhou o Guinness World Record pela velocidade na troca de roupas. Dentro de um cilindro, Victoria muda, em poucos segundos, de modelos, como se fosse um desfile de moda à velocidade da luz. O casal se exibe com sucesso em programas de televisão e teatros da Europa.
Otto Wessely é um conhecido artista austríaco que já apresentou shows no “Crazy Horse” de Paris e nos shows de Las Vegas. Mais do que um mágico, ele é um cômico que tenta surpreender o público com as suas incríveis magias, que são, na realidade, uma sequência de erros incontroláveis que diverte a plateia. O seu número “Loucura Cômica” foi um dos mais aplaudidos no show em Roma.
Galina, artista proveniente da Ucrânia, é a estrela do espetáculo: bela e sensual, foi uma das primeiras mulheres a se impor no mundo masculino dos mágicos. Seu número mistura, dança, acrobacia, mágica e cria atmosfera de impacto visual.
Jérôme Helfenstein e Claude Brun, Les Chapeaux Blancs, é a dupla de ilusionistas franceses que apresenta um número premiado no último campeonato mundial das artes mágicas, em 2012. Trata-se de uma viagem ao mundo de luzes e sombras, em preto e branco, que transporta o público para a um cenário surreal. Eles são originais, modernos e causam grande efeito teatral.
Mikael Szanyiel é um ilusionista francês, premiado com o “Mandrake d’Or”, em Paris, e também no último campeonato mundial das artes mágicas em 2012. Em seu número representa um cantor lírico que tenta completar sua exibição, mas a ópera lírica é interrompida por objetos estranhos que se materializam em cena. Szanyiel consegue captar a atenção do público ao unir com habilidade o humor e o ilusionismo.
O poder da mente
Steven Frayne conta em reportagem da revista de “O Globo” (17/02) que com apenas 7 anos aprendeu um truque de mágica com o avô. Hoje, é mundialmente conhecido como “Dynamo” e estrela do programa “Dynamo: Mágica Impossível”, no ar às sextas-feiras, no TLC. Veja abaixo a íntegra da entrevista.
Por Natália Castro
Steven Frayne tinha apenas 7 anos quando aprendeu com o avô um importante truque de mágica: parecer 10 vezes mais pesado para que as pessoas não conseguissem levantá- lo do chão, por mais que tentassem. A lição, ele conta, veio num momento pertinente. De aparência franzina, o garoto era constantemente alvo de bullying no colégio, vítima de dois irmãos que adoravam colocá- lo num cesto de lixo e deixálo rolar por uma ladeira.
— A mágica foi a única coisa que fez as pessoas pararem de me atazanar — relembra o mágico, hoje mundialmente conhecido sob a alcunha de Dynamo e estrela do programa “Dynamo: Mágica impossível”, no ar às sextas, às 22h, no TLC. — Isso é minha paixão, meu legado, tudo o que sou.
Na atração, o ilusionista britânico de 30 anos, nascido em Bradford, mostra o que mais gosta de fazer: surpreender anônimos e famosos.
— Gosto de entreter, olhar para as pessoas e ver a reação delas com o que fiz — explica ele, por telefone. Seus números vão desde transformar bilhetes de loteria em notas de dinheiro a andar pelas águas do rio Tâmisa, em Londres — um feito que levou 15 anos para ser realizado:
— É uma ideia que tinha desde criança. E, se eu fizesse isso, teria que ser no rio mais famoso de Londres. Foi louco porque quando pus o primeiro pé na água havia apenas 20 pessoas me olhando, e quando cheguei no meio do trajeto, eram 2 mil. Ainda passou um barco por mim, e lembro que alguém pediu que eu fizesse o moonwalk (passo de dança popularizado por Michael Jackson). Imagina!
Apesar de publicar vídeos no YouTube desde 2005, foi a “travessura” que o fez ganhar fama mundial. Mas Dynamo garante: não deseja, por exemplo, acertar os números da loteria. Quer apenas deixar o dia de seus espectadores mais divertido.
— Estar apto a realizar meus truques ao redor do mundo é uma grande ambição. Gosto de fazer as pessoas rirem, quero que elas se esqueçam de seus problemas — garante.
Dynamo diz que seus câmeras não fazem ideia do que vem pela frente. E, muitas vezes, nem ele está ciente do que vai acontecer. Seu trabalho, ele ressalta, é na base da improvisação. E, por conta disso, ele nem ensaia. — Nunca dei vexame porque sempre improviso, vejo o que tenho à disposição e sigo em frente — revela.
A magia de Dynamo vem conquistando não só anônimos. Chris Martin, do Coldplay, declarou ser fã. Pelo Twitter, o mágico já adivinhou qual carta do baralho o rapper Snoop Dogg — que, claro, não estava a seu lado — tinha nas mãos. Dynamo diz que adoraria mostrar suas habilidades para outro rapper, Eminem.
— Sou fã de suas músicas e o acho um cara interessante.
Quando não está executando suas mágicas, Dynamo conta que gosta mesmo é de ficar com a namorada. Voltar ao Brasil, onde esteve em 2012, também está em seus planos.
— Fiz mágica nas comunidades, fui à praia de Ipanema. Quero voltar para aproveitar — diz o ilusionista.
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