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“S” é tema de espetáculo de trupe australiana
Em mistura de dança, acrobacia e contorcionismo, o grupo arranca “oh” de admiração da plateia!
Bruna Galvão, especial para o Panis & Circus
Em breves palavras, “S”, do grupo australiano C!rca, é de uma harmonia delicadamente extasiante. A trupe foi um dos destaques internacionais da segunda edição do Festival Internacional Sesc de Circo e se apresentou entre os dias 30/5 a 1º/6 na unidade da Vila Mariana.
No palco, nada além do que um quadrilátero branco. Um cenário tão simples, mas que soube ser ocupado de maneira tão completa e inusitada por três mulheres e quatro homens. Vestidos de negro, a cor contrasta com a tonalidade da pele de seus corpos e com o palco, o que realça seus movimentos. E que movimentos! Em uma mistura de dança, acrobacias, contorcionismo, além de uma pequena pitada de cenas cômicas, os artistas arrancam, por diversas vezes, “oh!”, “nossa!”, aplausos e assobios de uma plateia que não consegue conter suas reações de admiração até o final do espetáculo.
De olhos arregalados, adultos e crianças assistem boquiabertos a cada cena dos 85 minutos de duração de “S”. Em meio à escuridão, uma pequena lâmpada amarela se acende e se apaga no início e no fim do show, como se ela fosse a responsável por dar e retirar a vida naquele restrito mundo quadrado. A respiração ofegante da atriz que inicia e encerra a peça, reforça essa ideia. Sob a luz bruxuleante, nascem (e depois terminam) os contornos formidáveis da 19ª letra do alfabeto.
Os sete artistas em palco exploram a letra “s” de alto a baixo, sem se esquecerem de suas curvas. Acompanhados de música ao fundo e de um jogo alternado de luzes, eles transmitem aos presentes a sonoridade da letra, suas curvas e sua força. Desta forma, são lentos e ligeiros, requintados e grosseiros, óbvios e surpreendentes nas apresentações em grupo ou em solo. Algumas vezes, até parecem sobre-humanos, tamanha é a capacidade de se contorcer, de voar e de girar com tamanha precisão e rapidez.
Se eles mexem com o emocional do público, o emocional dos homens e mulheres de C!rca também é atingido. Debaixo de tanta concentração, na apresentação do último dia 31/5, via-se, em breves momentos, a satisfação estampada no rosto de seus artistas, ao perceberem que haviam conquistado o público. E eis a proposta da trupe: dar uma nova visão para o circo contemporâneo ao quebrar a expectativa da plateia.
Criada em 2006 na terceira maior cidade da Austrália, Brisbane, C!rca já se apresentou por 27 países. Desde então, sem dúvidas, os artistas devem ter ouvido do público muitos “Bravos!” por onde passaram.
FICHA TÉCNICA:
Criação:
Yaron Lifschitz e Circa Ensemble
Direção: Yaron Lifschitz
Atuação: Phoebe Armstrong,Robbie Curtis, Jarred Dewey, Freyja Edney, Todd Kilby, Alice Muntz e Lewie West
Postagem: Alyne Albuquerque
Tags: Circa