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Cirque Eloize: a volta ao mundo em 40 países
“Eloize Id” conquista a Itália em sua temporada europeia
Ivy Fernandes, de Roma
Depois de 4.000 apresentações, percorrendo 440 cidades, em 40 países, e sete produções diferentes, o Cirque Eloize começou sua turnê europeia, em março.
Primeira parada: Itália. O circo apresentou-se em Roma, Florença, Bolonha e Nápoles. Estreou em Roma, no Teatro Brancaccio (25/3 a 5/4). Depois seguiu para Bolonha (9 a 12/4), Florença (14 a 19/4) e Nápoles (23 a 26/4) – sucesso de público e de crítica.
Próximas paradas: Noruega, com espetáculos, em Bergen, marcados para os dias 30 e 31/5. De lá para Amsterdã (Holanda) numa temporada que vai de 24/6 a 19/7.
O espetáculo apresentado nessa turnê europeia é o “Eloize iD” (Identidade de Eloize) que traz acrobatas, mímicos, contorcionistas, trapezistas, patinadores, funâmbulos, dançarinos em ritmo de tirar o fôlego.
“Eloize iD”, escrito e dirigido pelo canadense Jeannot Painchaud, fundador do grupo, dá ao público a oportunidade de ver um espetáculo que mistura a linguagem da rua com a arte circense.
A cenografia é de Robert Massicotte e inspirada nas grandes áreas públicas de cidades futuristas. Desenhos, “graffitis”, ruas escuras e becos perigosos mostram jovens que cresceram nas periferias do mundo e devem se divertir nos arredores de onde vivem. Objetos do cotidiano se transformam e ganham novos usos nos números artísticos: bicicletas sobem muros e cadeiras viram escadas.
A companhia é formada por 16 artistas que se exibem em 12 disciplinas circenses misturadas com a cultura e a arte urbanas. Há ainda o intercâmbio com o universo cinematográfico – que influenciou e influencia o espaço urbano – e as tradicionais histórias em quadrinhos das velhas revistas, a write art, que atravessa fronteiras. O espetáculo tem como cenário as ruas das metrópoles e sua trilha musical utiliza sons, rumores e barulhos típicos de ecos do underground.
O diretor artístico Jeannot Painchaud explica: “Idealizamos e produzimos os nossos espetáculos, baseados no encontro com artistas de várias partes do mundo e seus diferentes universos criativos, favorecendo o intercâmbio artístico. O processo é o mesmo em “Eloize Id”.
O espetáculo mantém um ritmo vertiginoso por duas horas que lembra o cotidiano agitado de grandes cidades e contagia a plateia.
Circo urbano
O Cirque Eloize, companhia canadense como o Cirque du Soleil, criado em 1993, tem como sua característica principal o fato de se voltar também para a arte das ruas e becos das metrópoles. Acrobacias e performances são executadas em edifícios e ruas com cordas, tecidos e roda Cyr.
Desde 2004, a sede do Cirque Eloize fica na velha estação ferroviária Dalhousie, em Montreal, construída, em 1886, e é patrimônio artístico do país. Dessa estação partiu o primeiro trem que ligava Montreal a Vancouver.
A antiga estação foi reformada e se transformou no laboratório criativo do Cirque Eloize, onde nascem os projetos e onde funciona toda a organização da companhia circense.
Na sede trabalham mais de 100 pessoas e suas portas estão sempre abertas aos artistas de passagem por lá, com o objetivo de criar um ponto de encontro para todos aqueles que fazem parte do mundo circense, sem exceção.
Há vinte anos, a palavra escolhida como marca dos artistas fundadores foi Éloize – que tem origem na Ilha de Magdalen, perto de Québec, e que significa “relâmpagos de calor no horizonte” (e não o nome de mulher como Eloísa ou Heloísa como muitos supõem). E é o calor e a energia que alimentam o espetáculo do moderníssimo e envolvente Cirque Eloize.
Precursor do renascimento das artes circenses, o Cirque Eloize foi aplaudido nos cinco continentes por sua performance repleta de teatralidade e que rompe os esquemas do circo tradicional de forma inédita e criativa. Trata-se da combinação da pura arte circense, música frenética, dança urbana, hip hop e teatro.
Foto de Capa – Artista parece voar com seu tecido / Foto Divulgação
Postagem – Alyne Albuquerque