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Capa

Respeitável Público! Hoje tem Cabaré do Circo em defesa da criação de uma lei de incentivo ao circo.

 

 

Em nome da lei

Fernanda Araujo, especial para Panis & Circus

O Cabaré Fomento ao Circo Já acontece na quinta-feira 24/3, no CDC Lapa (rua Sepetiba, 660). A festa é mais um evento que tem o objetivo de reunir a categoria e chamar a atenção do público para a importância da criação de uma lei de incentivo ao circo, assim como ocorre no teatro e na dança. A proposta vem sendo discutida por uma comissão informal, integrada por líderes circenses, e deve ser protocolada no dia 29 de março, às 14h, na Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100, Centro), com promissora manifestação da classe.

“No Cabaré, cada artista ou grupo dá sua contribuição cênica no sentido de estimular a união da classe com foco na mobilização do dia 29 (entrega do projeto de Lei do Fomento ao Circo) e a consequente aprovação”, afirma Martin Sabatino, dos Irmãos Sabatino. Durante o Cabaré, a frase “Fomento ao Circo Já” foi repetida inúmeras vezes pelos artistas e público presente.     

O evento realizado pela Aliança Pró Circo tem a direção artística de Ricardo Rodrigues, do Solas de Vento e Circo Mínimo. E a presença de Alessandro Azevedo, Hugo Possolo, Irmão Becker, Irmãos Sabatino, Laclass, Duo Impulso, Pepe Jardim, Viviane Rabelo Munoz, entre outros.  

 

Cartaz do evento em circulação pelo facebook / Imagem Divilgação

 

Circenses reunidos no Centro de Memória do Circo / Foto Asa Campos

 

Marlene Querubin, da União Brasileira de Circos Itinerantes, sabe que o projeto não vai ter visibilidade total merecida no atual momento de turbulência política que o país atravessa. Mas não dá para parar e esperar. “É hora de entrar com o projeto.”

Bel Toledo, da Cooperativa Brasileira de Circo (CBC), destaca que “vamos tentar protocolar dia 29 de março para ver se até outubro estará aprovado. Estamos tentando trabalhar, apesar o clima do País! Não dá para parar, temos que ter esperança que dias melhores virão. Esse clima político atrapalha não só a lei do fomento, mas o país todo”.

O artista Pedro Felício destaca que “é importante ressaltar os saberes do circo, o destaque da oralidade. É o momento de reafirmar nossa linguagem.” 

 

Bel Toledo, da CBC, abre a reunião de 21/3; Rodrigo Matheus pede a palavra / Foto Fernanda Araujo

 

O circo rumo ao Fomento

A primeira reunião pública com a categoria circense foi realizada no Centro de Memória do Circo, dia 29 de fevereiro (https://www.panisecircus.com.br/da/ ), com presença de 137 pessoas. Na ocasião, um primeiro documento foi apresentado, algumas alterações realizadas e a discussão continuou (e continua) pelo facebook #FOMENTOAOCIRCOJÁ.

Uma segunda reunião foi realizada no dia 21 de março, no mesmo local. Alguns temas, como inscrições independentes, uso da MEI (Microempreendedor Individual), a quantidade de projetos e valores do benefício estiveram em pauta. O conceito de circo, por exemplo, o primeiro parágrafo do documento, levou quase duas horas para chegar a uma redação ‘final’.  A prudência é justificada. A lei deve vigorar muitos anos e as denominações contemplar o longo prazo.  

 

Circenses no CMC; Martin Sabatino (blusa verde), Daniel Pedro (mão no queixo) / Foto Asa Campos

 

Confira a opinião de alguns artistas e defensores do circo que estiveram presentes na tarde do dia 21 de março:

 

Fernando Sampaio, Rodrigo Matheus, Verônica Tamaoki e Marcelo Castro / Foto Fernanda Araujo

 

“É uma reivindicação legítima da classe. É preciso colocar o circo no devido lugar”, disse Verônica Tamaoki, coordenadora do Centro de Memória do Circo, com relação a proposta do documento em meio à crise política do País.

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Hugo Possolo, atual articulador da política nacional das artes

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“O mais importante é que classe chegou a um ponto de maturidade, isto é, ao ponto de se articular. A Secretaria está apoiando e a prefeitura está enxergando que o projeto é muito importante para a área. Independentemente do partido tem vários vereadores que nos apoiam”.

 

Marcelo Castro, do grupo Acrobático Fratelli / Foto Fernanda Araujo

 

“Tô feliz. O fomento é indispensável e o momento é favorável para se conseguir tudo isso. Claro que temos muito o que discutir, pois o circo é o micro-organismo de todos nós”.  

 

Rodrigo Matheus / Foto Fernanda Araujo

 

“É uma excelente oportunidade de fortalecer e celebrar a diversidade do circo. Por exemplo, a primeira luta de judô foi apresenta para o público no circo, e também capoeira, novela e cinema. O circo já exibiu de tudo. Essas coisas não são a essência do circo, mas já foi parte de dele.  Sou um profissional do circo e crio a partir do circo. Sou a favor da diversidade”.

 

 

“O movimento é ótimo. É incrível acompanhar essa liderança que se junta em nome da criação do fomento. Esse chamado do circo novo, que de novo não tem nada, é fundamental. Sou a favor da liberdade de inscrição, independente de MEI ou de cooperativa. O cara sabe que MEI tem limite e quem optar por ele terá que se adequar, é só isso. Também acho que deve ser permitido a inclusão de grupos de teatro (circo-teatro), caso, por exemplo, do La Mínima, Zanni, Circo Mínimo, Pia Fraus e Parlapatões. Todos nós estamos ligados a cooperativa de teatro. Só queremos a liberdade de escolha”.

 

Rodrigo Buchiniani, advogado, diretor do Circo Herói e da Noite da Rose / Foto Asa Campos

 

“A proposta de Lei de fomento ao circo é um avanço para a plena fruição e difusão da cultura para o município de São Paulo por meio do Circo. Por duas oportunidades a classe circense em toda sua diversidade participou da alteração do texto proposto originalmente pelas supostas entidades de representação da classe. Ficou claro nestas duas oportunidades que existe um número bastante enorme de grupos, artistas e outras entidades que não são representados pelas mesmas. Na última reunião diversos artigos foram alterados com a participação e votação desta enorme quantidade de circenses que não são representados por esta ou aquela entidade a fim de que não se configure a reserva de mercado.” 

 

Júlio Fuska, da Trupe Quilo e Meio / Foto Fernanda Araujo

 

“Estive na primeira reunião e acho que é imprescindível continuarmos discutindo. É importante, pois muitos de não somos filiados a cooperativas, mas somos capacitados para receber o benefício tanto quanto os outros por meio do MEI (Microempresa individual). Acho que a inclusão do circo social também é importante.”

 

Público presente ao Centro de Memória do Circo/ Foto Asa Campos

 

Rodrigo Buchiniani (gravata) e Daniela Rosa Rocha (blusa verde listada) / Foto Asa Campos

 

 Postagem – Alyne Albuquerque

 

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