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Panis & Circus acompanha ensaio musical
Malabarismo musical em clima de comédia
Mônica Rodrigues da Costa, especial para Panis & Circus
A reportagem do Panis & Circus acompanhou o ensaio musical no Galpão do Zanni, em 14/7.
Padoca (Fernando Sampaio) e o Montanha (Fernando Paz) são os dois palhaços do Zanni. Paz entrou no lugar do Domingos Montagner, diretor dos espetáculos da companhia. Há os palhaços crianças, o Buzina, feito por Tomás, e o Pochocho, personagem de Gael, filho de Lu Menin (corda) e Pablo Nordio (malabarista e músico). Em algumas apresentações, Marcelo Lujan e Pablo Nordio também criam personagens cômicos impagáveis.
“Tomás trabalha no Circo Zanni como o palhaço Buzina e não tem medo de subir no trapézio, tem anos de experiência em terceira altura. Em 2014 fez participação na novela da Rede Globo “Meu Pedacinho de Chão”. Tomás era o Serelepe e eu, o Marimbondo. O mais legal é que estávamos juntos. A novela era uma fábula, era um circo, uma história ingênua, e a direção, maravilhosa”, disse Fernando Sampaio. Segundo ele, é uma pena que as crianças do Circo Zanni não façam o charivari de 2016: “As crianças não entendem por que elas não podem atuar no espetáculo do Sesc Pinheiros. Esse é um problema que nós estamos tendo com algumas unidades do Sesc porque eles não estão permitindo que as crianças trabalhem. O palhaço Buzina adora trabalhar e agora não é só o Buzina, papel feito por Tomás, que nasceu em 2004, mas está aí uma geração nova, louca para trabalhar. O Gael tem seis anos e adora trabalhar. Ele é o palhaço Pochocho. Gael afirmou para a reportagem que acha “engraçado adultos e crianças trabalharem juntos”.
Fernando explica o trabalho e como os pais orientam as entradas dos filhos: “Por exemplo, eu derrubo o Nié (Daniel Pedro) com o pé, o Nié cai e Pochocho entra nessa hora. Todos os palhaços dão duas ou três voltas e quem dá o desfecho é o Pochocho, que põe todo mundo para correr. Esse é o início do espetáculo, em que a gente faz uma paródia do Pateta e do Mickey, que a gente trouxe do espetáculo ‘Luna Park’, da cia. La Mínima [à qual pertencem Domingos e Fernando]. O enredo mostra quando Pateta e Mickey se desentendem, isso causa um tumulto entre os artistas e todos os palhaços acabam entrando na confusão.”
Aparelho musical
Pablo Nordio, que faz dupla de malabarismo musical com Marcelo Lujan, explica seu aparelho circense no espetáculo do Circo Zanni de 2016:
“O que usamos neste espetáculo do Zanni, que também é da nossa linha malabarístico-musical, é um triciclo que tem sons de buzina, ele foi o primeiro instrumento que a gente criou, depois é que veio a pianocleta, que é maior. Com esse triciclo a gente já fez o número de um tango com malabares com música de Astor Piazzola (1921-1992).
Diz ainda o saxofonista do Zanni: Em nossos números a gente sempre muda alguma coisa. Há uma estrutura que continua a mesma e os personagens são os mesmos, mas a gente troca os truques, alguma entrada ou saída, acrescenta coisas e limpa outras. O enredo é igual, são dois caras que entram no picadeiro com uma motoneta para fazer um número de malabares com humor”. Pablo Nordio e Marcelo Lujan são também a dupla de palhaços e acróbatas do Circo Amarillo.
O baixista palhaço Montanha
Fernando Paz também integra a companhia La Mínima. “A gente faz com o maior prazer, vou entrar este mês no sexto espetáculo na companhia. Comecei no teatro dito sério, participei do grupo Tapa, estudei violão na Universidade Livre de Música e aos poucos as pessoas me convidavam para eu tocar outros instrumentos. Hoje vejo que a música entrou completamente no meu trabalho de ator e é uma coisa misturada com a arte do palhaço”, disse Fernando Paz.
Resgate de números tradicionais
“Esse espetáculo é um regate de números antigos, feito a pedidos de nosso contratante, como o do herói paródico, número parecido com o do Pateta. Nestes dez anos de existência do Circo Zanni, resgatamos também o número da monga, o da Branca de Neve, o carrossel com as quatro bailarinas, a corda indiana e a corda marinha. E criamos muitos outros”, conta Daniel Pedro, que toca também trombone nos espetáculos do Circo Zanni.
Baterista convidado
O palhaço dos Doutores da Alegria Nereu Afonso é convidado como baterista do Circo Zanni faz tempo. Nereu é especialista em circo e escritor.
Ele integrou a Ocupação do Riso ao Choro na Funarte em 2015. É também diretor da “Vai Antônio Companhia de Teatro”, para a qual também escreve peças. Como escritor, ganhou o prêmio Sesc de Literatura em 2006 com um livro de contos. Coescreveu “Marias da Luz” com uma das atrizes da companhia As Graças, Daniela Schittini, que estreou em 2013. É autor também do texto da peça “Dom Caixote”, que ficou em temporada recente no Teatro Alfa.
“Sonâmbula”
É uma minicomédia protagonizada pela atriz convidada Dani Rocha-Rosa. Com formação de atriz, Dani foi trabalhar no Circo Zanni quando conheceu o marido, o palhaço excêntrico musical Marcelo Lujan, com quem tem a filha Maia, de 2 anos. Dani conta que trabalha como atriz convidada na lira, canta e faz o papel da Sonâmbula numa minicomédia e o número do “Quick Change”.
“Faço esse número de palhaços com os meninos. Venho do teatro, me formei em jornalismo e depois em artes dramáticas na PUC/SP e fiz pós-graduação em artes cênicas porque comecei a dar aulas de expressão corporal e vocal. Conheci o Marcelo no ensaio de uma peça em que eu atuava. Marcelo foi dar aulas de arame. Como atriz trabalho com a ilusão. Faz dois anos que estudo para fazer o número de ilusionismo `quick change`”, falou Dani Rosa.
A peça de teatro que a Dani Rocha-Rosa ensaiava quando conheceu o Lujan era “A Serpente”, texto de Nelson Rodrigues com direção de Eloísa Vitz, também atriz. “Depois que conheci o Marcelo, fui estudar mágica com o profissonal argentino Max Odoroff, que mora em Barcelona. Esse mágico me sugeriu estudar o “Quick Change”. Também trabalho com bambolês e manipulação de objetos, explorando uma linguagem mais excêntrica”, conta Dani Rosa.
Marcelo Lujan
Em entrevista a esta repórter após o espetáculo em 2015, Marcelo Lujan, diretor musical e assistente de direção, explicou que o espetáculo é conduzido pela banda, “é uma partitura, e eu consigo jogar com isso. O que mais gosto da comemoração dos dez anos é do mesmo frescor do começo”.
Serviço
Em cartaz no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros. Duração: 60 minutos. Capacidade: 1.010 lugares. Ingressos: R$ 5 a R$ 17. Gratuito para crianças até 12 anos com retirada do ingresso na bilheteria. Endereço: rua Paes Leme, 195, tel. 3095.9400, Pinheiros, região oeste.
Horários
Dia 22 de julho, sexta, às 19h
Dia 23 de julho, sábado, às 15h e às 19h
Dia 24 de julho, domingo, às 17h
Local: Teatro Paulo Autran
R$ 17,00 (inteira). R$ 8,50 (meia entrada). R$ 5,00 (credencial plena do Sesc). Para crianças até 12 anos: grátis, com retirada de ingresso nas bilheterias.
Venda de ingressos nas bilheterias das unidades do SescSP a partir de 6 de julho (quarta), às 17h30, limitada a quatro ingressos por pessoa
Livre para todos os públicos
Duração: 60 minutos
Direção artística: Domingos Montagner e Marcelo Lujan
Com: Fernando Sampaio, Erica Stoppel, Daniel Pedro, Maira Campos, Pablo Nordio, Lu Menin, Marcelo Lujan e Bel Mucci. Atores convidados: Daniela Rocha-Rosa, Fernando Paz e Nereu Afonso.
*Mônica Rodrigues da Costa, poeta e jornalista frila, especializada nas coberturas para assuntos da infância, como literatura e teatro para crianças, e do circo.
Postagem – Alyne Albuquerque