Pé na Estrada
Festival de Mirabilia comemora 10 anos de estrada
Ivy Fernandes, de Roma
A 10ª edição do Mirabilia Internacional Circus and Performing Arts (Festival de Mirabilia) dedicado ao circo contemporâneo, dança, teatro urbano e música, foi comemorado em grande estilo: 23 dias de eventos protagonizados por 150 artistas, de 40 companhias provenientes de 10 países, em sete cidades do norte da Itália,com a presença de mais de 50 mil pessoas.
A comemoração de 10 anos do Festival de Mirabilia – que aconteceu de 17 de junho a 10 de julho – teve apresentações de tirar o fôlego, espalhadas pelas pequenas cidades de Fossano, Savigliano, Saluzzo, Alba, Monforte d´Alba, Gallo d´Alba e Grinzane Cavour.
Balanço muito positivo
Fabrizio Gavosto, diretor artístico do Festival, afirmou, em entrevista ao Panis & Circus, que o sucesso de Mirabilia está ancorado na contínua pesquisa e escolha de propostas artísticas interessantes e inovativas. “Não se busca a perfeição nos números e espetáculos, mas é preciso que eles tenham alma.”
Segundo ele, essa edição abriu novos caminhos e perspectivas que foram bem recebidas pelo público e imprensa.
Cansado, mas eufórico, Gavosto, afirmou que “não foi fácil realizar 23 dias de espetáculos de grande valor artístico mas o balanço é muito positivo. O traço de união a ligar todas as apresentações foi a poesia e a capacidade dos protagonistas de envolver o público em suas inúmeras performances”. “Esse ano”, acrescenta, “vieram mais de 50 artistas da Escócia e o espetáculo “Plan B for Utopia”, de Joan Clevillé Dance, acabou por dar o título a essa edição de 2016 do Festival de Mirabilia.
Fabrizio destaca que é difícil escolher os melhores momentos dessa sequência de 23 dias de espetáculos. “Mas o público deve se lembrar do Cirque Bidon – uma das companhias mais originais do mundo artístico europeu, que aceitou o convite de Mirabilia que não se apresentava há 15 anos na Itália.” Leia mais sobre o Cirque Bidon na seção “E com vocês”, do Panis&Circus.
A Noite Branca – que abriu o festival em 17 de junho, na cidadezinha de Collegno – contou com a participação de artistas de 12 companhias que ofereceram vários espetáculos, gratuitamente, ao público. Uma noite mágica que durou quase 10 horas e transformou a cidade de Collegno em um gigantesco picadeiro.
A ideia de realizar a Noite Branca, explica Gavosto, surgiu da possibilidade de realizar, com a ajuda de outros 12 festivais menores, um grande espetáculo com artistas de grande qualidade e conteúdo artístico. Foi sucesso absoluto, ajudou a divulgar o festival e a incentivar a população a acompanhá-lo.
Fabrizio destaca que os artistas – entre eles trapezistas, equilibristas e clowns – se alternaram nos palcos, arenas, picadeiros, ruas, esquinas e praças. “Foi incluído também na Noite Branca um jantar-show com produtos típicos da região de Piemonte acompanhado do Festival de Vinhos, denominado Ebbrezze; o Piemonte, ao norte da Itália, fronteira com a França, é um dos maiores produtores e exportadores de vinho da Europa. E graças a esta iniciativa, o público presente era convidado a provar os nossos vinhos. Tudo grátis, tudo em uma noite. O próximo ano pretendemos repetir a Noite Branca.”
Não faltou também para comemorar o aniversário do festival o Rainbow Color Fest – uma festa de cores e performances– que encantou crianças e adultos.
Esse evento é inspirado na festa indiana de Holy, de origem hindu, e simboliza o renascimento e o desejo de ressuscitar de outras formas. Conhecida como a festa das cores, da alegria e do amor, teve canto, dança e o lançamento de pó colorido nas ruas e praças que envolveram o público em um mergulho no arco-íris.
Concerto em arame a 25 metros do chão
Quer pela vizinhança do evento, quer pela temática do circo contemporâneo, a arte vinda da França repetiu seu protagonismo no Festival de Mirabilia como mostrou o fantástico Cirque Bidon. Companhias como Collectif porte 27, Le Rois Vagabonds, o Cirquons Flex e Cridacompany apresentaram espetáculos intensos e inovadores em uma perfeita integração entre circo, música e dança.
Por sua vez a companhia “TRK#1”, também francesa, trouxe um espetáculo de impacto: um concerto em arame tenso a uma altura de 25 metros.
No entender do diretor Fabrizio Gavosto, Mirabilia lançou, em 2016, uma ponte com a Escócia que apresentou espetáculos em première como “We are Monsters”, de Colette Sadler, e “Douglas”, de Robbie Singe.
O chileno Karcocha, artista de rua que improvisa espetáculos nas esquinas, ruas e praças em vários países, esteve presente mais uma vez em Mirabilia. Ele é popular por sua originalidade e foi premiado como o melhor artista de rua no Festival de Mirabilia de 2012.
Clique aqui para ler a cobertura do Panis & Circus do Festival de Mirabilia edição 2015
Clique aqui para ler a reportagem do Panis & Circus, que viajou para Fossano, na Itália, sobre o Festival de Mirabilia, edição 2014
Clique aqui para ler a entrevista que o Panis & Circus feita com Fabrizio Gavosto, diretor artístico do Festival, em 2014
Clique aqui para ler a cobertura do Panis & Circus do Festival de Mirabilia 2013
Postagem – Alyne Albuquerque