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Pé na Estrada

Espetáculo de Variedades celebra circo de Montagner

 

Denise Fraga apresenta Espetáculo de Variedades do Zanni no Parque do Povo / Foto Asa Campos

 

Lu Menin, especial para Panis & Circus

A curta temporada do Circo Zanni no Parque do Povo, em São Paulo, foi marcada por fortes emoções, lindas celebrações, momento inesquecíveis. De 8 a 11 de dezembro, período em que o circo ficou no parque, o público era surpreendido antes mesmo de entrar na lona, local do espetáculo, com o Can Can Petit Volant, apresentado por André e Martin Sabatino, Cláudio Costa, Marcos Porto e Gianfranco di Sanzo. Vestidos como dançarinas eles provocavam o público em um trapézio e antecipavam as emoções que aguardavam os espectadores.

 

Can Can Petit Volant, dos Irmãos Sabatino, Marcos Porto e Gianfranco di Sanzo / Foto Paulo Barbuto

 

No segundo e último dia foi apresentado o Espetáculo de Variedades, que contou com a mestre especial de cerimônias, Denise Fraga. A atriz tem uma linda parceria com o Zanni, iniciada em 2005, quando gravou embaixo da nossa lona, seu programa de televisão, Retrato Falado.

 

Denise Fraga e Fernando Sampaio no picadeiro / Foto Georgia Branco

 

Após 11 anos, Denise voltou ao nosso picadeiro como mestre de cerimônias. Sua dedicação e respeito à arte circense são bonitos de se ver. Antes do início das noites de variedades, Denise podia ser vista fora da lona, pelos cantos, com os braços abertos ensaiando o texto que falaria para o público. Puro retrato de sua generosidade tão grande quanto seu talento.

 

Denise Fraga ensaia seu texto fora da lona do Zanni / Foto Asa Campos

 

No início do espetáculo, ela reviveu a clássica abertura criada para o nosso grupo por Domingos Montagner. Ele sempre pedia à plateia para fazer “cara de Circo Zanni, mãos de Circo Zanni”!

Centopeia vermelha

A seguir, a centopeia vermelha, formada pelas atrizes circenses vestidas com saias, foi acompanhada por liras, abriu o Espetáculo de Variedades.

 

Dani Rocha-Rosa / Foto Georgia Branco

 

EricaStoppel / Foto Georgia Branco

 

Maíra Campos / Foto Georgia Branco

 

Lu Menin / Foto Georgia Branco

 

Em seguida, foi a vez da poltrona acrobática que engole Nié (o artista Daniel Pedro).

 

Daniel Pedro e sua poltrona acrobática/Foto Georgia Branco

 

De um pulo para outro, o público se deparou com Monga, a mulher Gorila, papel de Fernando Sampaio, que contou ainda com o domador da besta-fera, “mais besta do que fera”, Filipe Bregantim. Na sexta-feira, foi a vez de Duba Becker apresentar seus chapéus voadores. Foi de tirar o chapéu – irrestível trocadilho.

 

Duba Becker o equilíbrio dos chapéus / Foto Asa Campos

 

Também foi a hora e a vez do Quick Change, feito por mim, Dani Rocha-Rosa e Bel Mucci. Nesse quadro, é feita a troca de roupa na frente do público entre o levantar e abaixar de um cone, como num passe de mágica. Foi também a noite em que Deco Sabatino usou seu trapézio para voar como passarinho no picadeiro.

 

Bel Mucci, Dani Rocha-Rosa e Lu Menin no Quick Change / Foto Asa Campos

 

A equilibrista Maíra Campos, andando por um fio, e o balé acrobático de Marina Bombachini e Carlos Cosmai, da Cia. da Mala, também estiveram presentes para encantamento do público.

 

Equilíbrio no fio de Maíra Campos / Foto Asa Campos

 

Maíra Campos na saída de seu número no arame / Foto Asa Campos

 

Marina Bombachini e Carlos Cosmai / Foto Georgia Branco

 

No domingo, o picadeiro recebeu os bonecos com cabeças gigantes e a Cia. Soma Dança, formada por Maria Eugênia Nobrega e Marina Abib.

 

Bonecos vivos com grandes cabeças conquistam crianças / Foto Georgia Branco

 

Branca de Neve e os 3 Anões, são três mesmo e não sete, com a participação de ‘voluntários’, não tão voluntários assim da plateia, arrancaram risadas do público. Deco Sabatino, Martin Sabatino e Gianfranco di Sanzo – os três aviadores do Vaiqueuvoo – a trupe da báscula, conduziram seu avião pelo picadeiro do Zanni.

 

Fernando Paz, o caçador, e Fernando Sampaio, a Branca de Neve / Foto Asa Campos

 

Nessas duas noites, também pode ser visto o bailado na corda indiana feito por nove meninas. Cinco atrizes do Zanni – Bel Mucci, Erica Stoppel, Maíra Campos, Luciana Lima e eu, Lu Menin, e quatro convidadas, Cassia Theobaldo, Dani Rocha, Dri Telg e Nat Presser.

 

Lu Lima no número da corda indiana / Foto Paulo Barbuto

 

Participantes do bailado da corda indiana / Foto Asa Campos

 

Foram noites deliciosas. Abrimos o picadeiro para queridos parceiros que fazem parte da história do circo paulistano. A lona do Zanni, no Parque do Povo, tem seu signos e significados históricos e emocionais. Foi ali que esteve instalado por anos o Circo Escola Picadeiro, escola circense em que Domingos (Montagner) e Fernando (Sampaio), entre outros artistas, aprenderam a arte de seduzir plateias. A temporada também teve toda uma simbologia. Aproveitamos para homenagear nosso amado e eterno mestre Montagner e celebrar o circo, a família e os encontros! Celebrar a arte como transformação, como capacidade de mudar energias e movimentar ondas e vibrações.

 

 

Denise Fraga encerrou as noites com um texto maravilhoso que Domingos ganhou de presente do ator Luís Gustavo – que se apaixonou pela história do palhaço que ganhou as telas da televisão. Seguem alguns trechos: 

“Eu não me desequilibro nunca. Eu brinco todas as noites com o desequilíbrio porque eu sou de circo. Eu brinco, eu sou palhaço. Eu brinco, eu danço, eu ondulo, eu brinco com as crianças. Eu quebro meu coração em direção ao risco porque eu sou de circo. Minha vida começou aqui nesse picadeiro e aqui ela não vai terminar nunca, porque ela é maior do que eu. Ela só não é maior do que o meu circo.” 

Fernando Sampaio com os toques nas garrafas e Marcelo Lujan com os sinos – tanto as garrafas quanto os sinos eram tocados por Domingos Montagner no Zanni – compuseram uma música carregada de poesia e saudade. E o vídeo com todo o elenco do espetáculo cantando “Tristeza, por favor, vá embora” finalizou a sensível homenagem ao mestre do picadeiro.  

“O espetáculo não para nunca. Tem sequência”. Domingos Montagner

 

 

Fernando Sampaio e a música tirada das garrafas / Foto Asa Campos

 

Marcelo Lujan, o maestro da banda do Zanni, e o som dos sinos / Foto Asa Campos

 

 

Legenda da foto da capa – Dante Montagner olha o chapéu e o saxofone de seu pai/Foto Georgia Branco

Postagem – Alyne Albuquerque

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