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Vem aí O Grande Circo Místico
Lançamento do filme está previsto para maio
O Globo
Após a fanfarra dos Saltimbancos, o cinema brasileiro fará uma nova reverência ao circo através da poesia. O cineasta Cacá Diegues espera lançar em maio seu “O Grande Circo Místico”, uma versão do poema de Jorge de Lima, que já havia se transformado num espetáculo musical na década de 1980, escrito por Naum Alves de Souza com músicas de Chico Buarque e Edu Lobo.
O filme vai percorrer o século XX a partir da trajetória de cinco gerações de uma família circense. No elenco estão Jesuíta Barbosa, Bruna Linzmeyer, Antônio Fagundes, Juliano Cazarré, Vincent Cassel e Mariana Ximenes, entre outros.
As filmagens começaram em janeiro de 2015, mas antes Cacá teve que enfrentar um dos fantasmas que assombram os circenses: a proibição de animais em picadeiros no Brasil. O jeito foi levar a produção para Portugal, onde a presença de animais é permitida. O caso ganhou repercussão, e um abaixo-assinado on-line chegou a ser aberto para que Cacá abrisse mão dos bichos.
— Não tinha como fazer sem animais. Como vou mostrar um circo em 1910 sem animais? — questiona Cacá. — Então, fomos a Lisboa e alugamos por dois meses o Circo Cardinali. Todo o tempo em que fiquei lá, posso dizer que trataram muito bem os bichos. Acho que há uma hipocrisia grande nessa história. O problema não deveria ser ter ou não ter animais, mas saber como eles são tratados.
Cacá já havia lidado com o universo circense em seu clássico dos clássicos “Bye Bye Brasil” (1980), sobre uma pequena trupe de artistas mambembes.
— Eu sou de Maceió, e lá tínhamos circo todos os dias. Ele é uma arte sem mensagem, sem ideologia. O que é um circo? É você trepar numa corda bamba e não cair. Tenho fascínio pelo circo.
Foto de capa – Dawid Ogrodnik, Cacá Diegues e Mari Ximenes / Glamurama