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Circa completa 30 anos
Por Ivy Fernandes
De Roma
Com 112 representações e um público superior a 30 mil pessoas, o Circa, maior festival europeu dedicado especialmente a escolas de circo, completou 30 anos em outubro. Promovido pela cidade francesa de Auch, o evento oferece aos jovens alunos um palco mundial para que possam mostrar seus talentos a um público diversificado.
No período de 21 a 29 de outubro, sob um ousado sol de primavera, em pleno outono europeu, 325 jovens artistas, dos quais 225 alunos, se apresentaram em 15 palcos ou arenas e em cinco grandes lonas. A grande atração do Circa foi a funâmbula Tatiana-Mosio Bongonga, da companhia Basinga. Diante de 10 mil pessoas, ela caminhou sobre um fio de aço, sem proteção, a uma altura de 162 metros, tendo como cenário a escadaria monumental da Catedral de Auch.
Outro espetáculo de destaque foi o número acrobático Lês Genoux Rouges, que permitiu ao público provar também da emoção do picadeiro. Cinco circenses reunidos ao redor de um mastro chinês levaram a plateia a experimentar um mergulho no universo acrobático – danças que se alternam com movimentos circenses – dos “joelhos vermelhos”.
Oito espetáculos puderam ser vistos ao ar livre. Foram promovidos seis encontros entre público e artistas de 15 companhias, quatro eventos musicais, quatro exposições e um vernissage. Foram 25 espetáculos, a maior parte gratuitos, e 15 produções da Federação Francesa e Europeia das Escolas de Circo.
Longevidade pela renovação de talentos
O diretor-geral do festival, Marc Fouilland, falou sobre a perenidade da iniciativa. “A longevidade do nosso festival consiste em se renovar, ano após ano, apresentando novos talentos, novas companhias e escolas de circo que criam, não só a atmosfera perfeita, mas o espírito, a essência, a alma deste evento. Nosso festival construiu uma importante reputação de qualidade e diversidade, colocando em primeiro plano as tendências atuais em matéria de espetáculos em todo o arco das artes circenses.”
Garimpando novos valores
Entre as companhias, que participaram com o objetivo principal de difusão do circo atual, estão: Crida Compagnie, Un Loup pour l’homme, Cheptel Aleïkoum, a Galapiat Cirque e os artistas Raphaëlle Boitel e Maroussia Diaz Verbèke. Os espetáculos muito bem avaliados pelo público incluem os das escolas Lido (Toulouse), CNAC (Châlons em Champagne), Circle, da Federação Europeia das Escolas de Circo, e da Federação Francesa das Escolas de Circo.
A arte dos jovens circenses foi observada por mais de 200 empresários provenientes de mais de 20 países como China, Espanha, França, Suíça, Itália, Inglaterra, entre outros. Eles foram a Auch em busca dos futuros grandes nomes da arte circense na Europa.
Destaque especial deste ano foi a apresentação por 40 representantes da Federation de Midi-Pyrénées do novo projeto, o Circle 8, que reúne o trabalho de oito escolas de circo da França, Suíça, Países Baixos, Espanha, Argentina, Canadá e Austrália.
Petit Circa no roteiro
Causou sucesso o Petit Circa, que foi ampliado para atender melhor o seu jovem público. Crianças participaram de vários cursos e espetáculos especialmente criados para diversas idades, como Baby Cirque, destinado à faixa de 3 a 6 anos, que tinha o objetivo de promover um primeiro contato dos jovens com acrobacias, trapézios, clownerie.
O Pic Nic Circense também foi muito bem recebido pelos participantes do festival. A festa gastronômica, um dos pontos altos do evento, reuniu artistas e público. Contou com produtos da região e com a participação direta dos produtores locais de vinho e de alimentos.
Ao fim do evento, Marc Fouilland agradeceu publicamente a colaboração de 230 voluntários que contribuíram para o sucesso da festa circense: “Sem a colaboração de tantos voluntários seria impossível realizar o nosso festival.” Também anunciou a data do festival do próximo ano: segunda quinzena de outubro 2018.