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Circo influencia a arte de Picasso

 

Cenas do cotidiano circense / Foto Reprodução

 

Ivy Fernandes, de Roma

 

O Museu de Arte de Noto, pequena cidade da província de Siracusa, na região da Sicília, abre exposição que vai até outubro com mais de 200 pinturas de Pablo Picasso. Grande parte das obras diz respeito a arte circense, que sempre fascinou o pintor espanhol.

 

Cartaz da mostra de Picasso

 

Numa explosão de cores, as imagens sobre a vida circense mostram, entre outros, palhaços, acrobatas, equilibristas, bailarinas, malabaristas, cenas de picadeiro, momentos da vida real dos artistas e o outro fascínio de Picasso, o mundo das touradas.

 

Arlequim em um dos quadros da mostra / Foto Reprodução

 

A especialista em arte Lola Duran Úcar contou com o apoio da União Europeia e da prefeitura de Noto para montar a exposição e reunir peças de colecionadores espalhados pelo mundo.

Com o título Picasso é Noto, a exposição reflete as grandes paixões do gênio da pintura do século 20, reconstruindo, numa linha do tempo, a linguagem artística do pintor nascido na cidade de Málaga, em 25 de outubro de 1881 e morto e 8 de abril de 1973 aos 92 anos. A mostra é composta por pinturas a óleo, guaches, desenhos preparatórios e obras em cerâmica, entre outros.

 

Dois equilibristas – quadro de 1901/ Foto Reprodução

 

 

Paixão começou na adolescência

A vida itinerante e o imprevisível, que marcam o mundo circense, desde muito cedo despertaram a atenção de Picasso. A montagem da lona, a organização dos espetáculos, as luzes, fantasias, maquiagem e os artistas fascinavam o jovem de 15 anos que vivia em Barcelona.

Tudo interessava ao garoto que nos fins de 1800 acompanhava a chegada do circo pelas nas ruas da cidade. Naquela época, as companhias atravessavam o centro de Barcelona com pequena banda e tambores convidando o público a assistir as apresentações.

Um dos primeiros espetáculos que Picasso viu foi o do Circo Eqüestre de Tivoli. Foi imediatamente seduzido. Não à toa, o binômio entre o homem e cavalo vão aparecer em várias de suas obras.

Logo caiu de amores pela cavallerizza Rosita de Oro, com a qual manteve intensa relação entre 1897 e 1900. O quadro que dedicou a ela é destaque da exposição e está na capa dessa edição do Panis & Circus.

 

Binômio homem e cavalo / Foto Reprodução

 

Sua relação de proximidade com o circo permanece. Aos 23 anos, em 1904, vai a Paris e, na atmosfera inebriante de Montmatre do início do século, encontra inspiração para suas obras no Circo Medrano. Ali convive com artistas e segue a trupe nas breves viagens. Nos dias de folga, circula com eles pela cidade e arredores.

Sua integração com o ambiente circense é total, facilitada pela quantidade de artistas do Circo Medrano provenientes de Madrid e Barcelona. Ele próprio, fantasiado de palhaço, de nariz vermelho e peruca loura, teria entrado em cena em alguns espetáculos dessa época.

 

Família circense com o cão / Foto Reprodução

 

Esse período, denominado rosa ou circense, marca a vida frenética de Picasso. Alguns de seus personagens circenses se misturam com aqueles da Comédia del Arte. São mais de dez quadros dedicados a Arlequim.

 

Acrobatas no intervalo em tonalidade rosa / Foto Reprodução

 

Ao contrário do início da carreira, Picasso agora não se se limita a mostrar as habilidades artísticas dos protagonistas. Suas telas mostram também a vida cotidiana, provisória e temerária dos artistas circenses, as  provas infinitas, os espetáculos de rua, a  peregrinação pelo mundo, a procura por ganhar a vida com habilidades  circenses.

 

Artistas em cena do cotidiano: hora do almoço / Foto Reprodução

 

Aos 36 anos, o circo e o teatro voltam a ser o centro de sua  existência. Em 1917, ele aceita convite de Jean Cocteau, Erik Satie e Léonide Massine e vive a sua primeira  experiência  teatral. Faz uma importante e decisiva viagem a  Roma  à  procura de  novas  inspirações  para criar  os cenários e os trajes  para  o famoso Ballet Russo. Destes anos é o gigantesco pano de cena criado para a inauguração do espetáculo em Paris.

 

Pano de cena criado para o Ballet Russo / Foto Reprodução

 

Vinte anos mais tarde, aos 43 anos, o artista redescobre o Circo Medrano, agora em companhia do seu primeiro filho, Paul, e da sua primeira esposa, a bailarina russa Olga Kokhlova.

Nesta época, Picasso  não é mais ‘um ator entre atores’. Sua ligação profunda com o circo se mantém, mas agora como espectador. Desenha inúmeras obras inspirada nos trapezistas, acrobatas, cavaleiros.

O universo da vida circense volta com determinação na última fase da sua vida, na segunda metade dos anos 60, quanto está com mais de 80 anos. Nesse período, Picasso esculpe várias obras, como se pode admirar  na mostra de Noto,  onde o artista  demonstra mais uma vez a sua  relação com o circo. Mostra seu universo circense. Sonho e fantasia. Um vida de equilibrista: intensa e maravilhosa.

 

 

Legenda Foto de Capa – Acrobata equestre, Rosita de Ouro, namorada de Picasso / Foto Reprodução

One Response to "Circo influencia a arte de Picasso"

  1. José Luís Bombonatti disse:
    às

    INCRÍVEL….
    PENA QUE NÃO TEM COMO COMPARTILHAR EM LUGAR ALGUM!
    SERIA MAIS FÁCIL PARA DIVULGAR.
    ENTONCES… SÓ ME RESTA “COPIAR E COLAR O LINK!

    Responder

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