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Aprendiz de Maestro inicia temporada 2018

 

 

Fernanda Araujo, especial para Panis & Circus

O maestro João Maurício Galindo em Viagem ao Centro da Terra – o primeiro episódio da temporada 2018 da série Aprendiz de Maestro – entra na Sala São Paulo de fraque branco em lugar do tradicional fraque preto. Para justificar o figurino, o maestro disse que havia trocado de lugar com Hans, um tal primo da Islândia e aproveita também para dizer que se trata de uma homenagem à TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer – que completa 20 anos e responsável pelo Aprendiz de Maestro.

A remissão à ilha nórdica serviu de gancho para a entrada de um ser intergaláctico (Carlos Moreno) e seu assistente (Gustavo Haddad) que pediam ajuda para decifrar o segredo de um mapa. O maestro desconhecia o mundo da cartografia, mas disse que a experiência em leitura de partituras poderia contribuir com a busca, começando pela identificação de uma clave de sol.

 

Maestro vê o mapa com ‘auxiliares’ na Sala São Paulo / Foto Asa Campos

 

A obra de Rick Wakeman, “Viagem ao Centro da Terra”, marcou o início da jornada.

O intergaláctico possuía mapa, equipe e equipamento. E a orquestra poderia ajudar na expedição de várias maneiras. “Temos a ‘cozinha’, que dará suporte à aventura com os equipamentos de percussão; os ‘pulmões’, com os instrumentos de sopro e metal; os ‘músculos’ das cordas graves (violão, violoncelo e contrabaixo); e para as subidas temos as cordas graves dos violinos”, explicou o maestro – aproveitando para introduzir os conceitos didáticos característicos da série. O tema do filme Indiana Jones (composição de John Williams) deu o tom à aventura.

 

Bailarinos da Cia. Dans la Danse e o mapa / Foto Asa Campos

 

Bailarinos da Cia. Dans la Danse, o pesquisador e o assistente buscaram a chave para o centro da terra ao som de um dos clássicos Felix Mendelssohn. A história seguiu por uma caverna rumo ao centro do universo. Os ecos das montanhas, por exemplo, foram reproduzidos pela plateia, em diferentes cantos da imensa Sala São Paulo, formando uma divertida brincadeira sonora.

 

Maestro aponta a caminho para o intergaláctico / Foto Asa Campos

 

No meio da expedição, o assistente Tucson se perde dos colegas. Mas, guiados pelas ondas sonoras, assim como os morcegos, o jovem consegue retornar ao caminho e chega a um rio. O local serve de mote para a faixa “Garota de Ipanema”, música de Tom Jobim, em solo de Sheila Negro (radiante, de vestido branco e sacola amarela).  

 

Sheila Negro canta Garota de Ipanema na Sala São Paulo / Foto Asa Campos

 

Ainda na linha do mar, as dançarinas bailam com um lençol azul, ao som de um clássico do austríaco Franz Schubert, quanto os dançarinos imitam peixes com cabeças prateadas. Como tudo era mesmo de mentirinha mesmo, o assistente intergaláctico tenta ressuscitar um dos peixes que se afogou. Em seguida, um monstro marítimo gigante coloca as pernocas para fora e põe-se a dançar Can Can (obra de Offenbach).

 

Dançarina baila com lenço azul ao som de Schubert / Foto Asa Campos

 

A agitação continua com uma tempestade repleta de raios e trovões, ao som de um clássico frenético de Franz Liszt, e chega ao ponto alto com um vulcão sincronizado com a faixa de Joseph Haydn. Nas duas últimas músicas, destaque para a atuação do balé, que encenou os trechos de forma divertida e criativa. Vulcão, que lembra Itália… e encerra o espetáculo com “Funiculi, Funiculá”, na voz carismática de Sheila Negro.  

 

O ator Carlos Moreno e seu personagem intergaláctico / Foto Asa Campos

 

 

Carlos Moreno

Amigo do diretor Paulo Rogério Lopes e da produtora executiva Angela Doria, o ator Carlos Moreno já foi convidado a participar de três episódios. Atuou em “O Índio de Casaca”, “Dom Quixote” e “Viagem ao Centro da Terra”.

“É sempre uma pauleira. A primeira semana com ensaio de atores e bailarinos, e a segunda semana junto com a orquestra. Mas, apesar da correria, a série é criativa e tem uma função humanitária e social importante”, declarou Moreno sobre a dinâmica colaborativa na qual o espetáculo é produzido.

Como trata-se de espetáculos únicos, sem uma temporada, Moreno disse que há uma tensão boa, uma energia que não se repete. “Os pequenos erros são consertados de maneira elegante e discreta. A gente se ajuda muito, justamente por conta do movimento de fraternidade”.

Segundo Moreno, a função de João Maurício Galindo é essencial para o sucesso da série. “O maestro entra no jogo, atua e promove a sintonia entre as partes envolvidas, mesmo com pouquíssimo tempo de ensaio. A série é um encontro de talentos”, disse o ator se referindo à produção, direção, corpo de baile e regência.

 

Maestro entra no jogo e promove sintonia / Foto Asa Campos

 

Em todos os episódios em que atuou, Carlos Morenos fez o mesmo tipo de personagem: um ser intergaláctico que viaja através do som em busca de alguma coisa. A constatação está no figurino, o casaco cinza de sempre. “Espero que o jaleco fique lá me esperando para o próximo episódio”, brinca o ator. 

Fã do projeto, Moreno leva os amigos sempre que possível. Outro dia comprou ingressos para os amigos e para os filhos dos amigos, fez uma caravana e levou todos.   

No ano em que a TUCCA – Associação para crianças e Adolescentes com Câncer celebra 20 anos, oito espetáculos inéditos foram programados para a série familiar Aprendiz de Maestro. O primeiro deles, “Viagem ao Centro da Terra”, ocorreu no dia 10 de março, livremente inspirado na obra de Júlio Verne, com participação especial de Carlos Moreno e Gustavo Haddad. O segundo montagem, “O Dragão Soprador”, em 7 de abril, com Fernando Paz e Eduardo Mantovani.

 

 

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