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Artistas incrementam performance de tango com técnicas de circo e pilates

Na Argentina, ícone cultural se moderniza com a nova geração 

Misturado com vários ritmos musicais como o fado, carnaval, a música eletrônica e até com técnicas de circo e pilates, o tango ganhou uma grande versatilidade dentro da música e da dança que nasceram no século 19 entre as capitais argentina e uruguaia.

O festival de tango que acontece em Buenos Aires todos os anos costuma apresentar mais de 100 espetáculos. Ao assisti-los, é possível constatar que o ritmo de Carlos Gardel (1890-1935) e de Astor Piazzolla (1921-1992), simbolizado pelo “bandoneón” (concertina, tipo de sanfona), ganhou outros instrumentos, como a bateria e a guitarra.

“O tango é a bandeira da arte nacional. Ele se reinventa porque tem público de todas as idades e atrai qualquer pessoa sensível”, declarou o uruguaio Horacio Ferrer, presidente da Academia Nacional de Tango e letrista de várias composições de Piazzolla, como “Balada para un Loco”, para o jornal “Folha de S. Paulo”.  

Especialistas afirmam que  Piazzolla revolucionou o tango tradicional do tempo de Gardel.  Depois veio o tango eletrônico, que surgiu com o grupo Gotan Project em 2000. Em seguida, foram criados vários grupos de estilo eletrônico, como Bajofondo, e de fusão, como Tangoloco.

“Até hoje as pessoas cantam as letras da era ‘gardelina’ (de Carlos Gardel), como ‘Naranjo en Flor’. A inovação foi mais instrumental, mas as novas letras vão acabar surgindo”, disse à BBC Brasil Daniel García, diretor e pianista do grupo Tangoloco.

O Tangoloco, criado em 2002, é uma fusão do tango com o rock, o jazz e outros ritmos, segundo García. O quinteto é formado por “bandoneón”, contrabaixo, bateria, percussão e guitarras. Seus músicos nem sempre tocaram tango – a maioria veio do rock e do jazz ou trabalhava fazendo trilhas de cinema e de televisão.

“Nosso lema é fusão sem preconceitos”, disse Daniel García. A lista de fusões do Tangoloco inclui a mescla de Piazzolla, Beethoven e Beatles.

 

Tango aéreo

 

A inovação do momento é uma mistura da dança tradicional – conhecida também como “dois por quatro” – com acrobacias circenses, nas quais os dançarinos ficam pendurados em cordas semelhantes às usadas no picadeiro para fazer piruetas e voos sobre o palco.

Impactante, a coreografia é realizada ao som do tango eletrônico, acústico e tradicional, com instrumentos como o “bandoneón”, o piano, o violino e de percussão.

A coreógrafa Brenda Angiel lançou o tango aéreo em 2009. Bailarinos de sua companhia levaram uma série de espetáculos para Nova York e, desde setembro de 2012, desembarca em diferentes cidades da China para apresentar a novidade. 

Brenda começou a fazer a dança aérea em 1995 e em 2009 gostou da ideia de romper com a dança tradicional do tango.

García e Angiel receberam o apoio da crítica, mas ganharam um olhar desconfiado dos especialistas tradicionais.

“Alguns nos criticaram quando misturamos os Beatles com tango. Mas, se criticaram Piazzolla, tudo pode acontecer. Hoje, porém, nosso público é heterogêneo. Jovens que saíram dos conservatórios, gente que é da nossa idade (entre 40 e 50 anos) e gosta de um tango mais livre e os tradicionais”, disse García para a “Folha”.

Ao renovar o ritmo musical e de dança, Angiel tinha como objetivo atingir o público jovem e imediatamente aprovou a ideia do tango aéreo, cujos espetáculos lotam atualmente  os espaços onde se apresentam em Buenos Aires.

 

 http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=uQuMXmIi0ds&feature=endscreen

 

 

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