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Bingo – O Rei das Manhãs é escolhido para representar o Brasil no Oscar
Bingo – O Rei das Manhãs é escolhido para representar o Brasil no Oscar
O filme “Bingo – O rei das Manhãs” foi indicado pelo Brasil para disputar uma vaga e tentar faturar a estatueta do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O anúncio foi feito na manhã da sexta-feira (15), na Cinemateca, na região central da cidade de São Paulo. Competiam pela vaga outros 22 filmes brasileiros.
“Bingo” é um filme inspirado na vida de Arlindo Barreto, ex-intérprete do palhaço Bozo e estreou nos cinemas em 24 de agosto. Vladimir Brichta é o responsável por dar vida ao protagonista, segundo O Globo em 15.9.2017.
Antes de assumir o personagem, Arlindo foi ator de pornochanchadas e tentou fazer novelas. Mas foi escondido atrás da maquiagem e da peruca de um palhaço malcriado que atingiu o auge e se afundou em drogas e álcool.
O longa marca a estreia na direção de Daniel Rezende, editor elogiado pelos trabalhos em “Tropa de elite” (2007) e “Diários de motocicleta” (2004). “Cidade de Deus” (2002) lhe rendeu uma indicação ao Oscar.
Domingos Montagner ensina palhaçadas a Vladimir Britcha
Domingos Montagner (1962-2016) faz uma participação especial em “Bingo – O rei das manhãs. O ator interpreta um palhaço de circo que se torna uma espécie de mentor do protagonista quando ele assume na TV o papel mais famoso de sua carreira, informa o G1.
Palhaço não obedece. Se mandarem você abaixar, você levanta. Se mandarem você se curvar, chuta a bunda dele. E não importa quantos tapas o palhaço vai levar. Ele sempre levanta e tenta de novo”, ensina Domingos a Augusto, personagem de Vladimir Brichta em “Bingo, o rei das manhãs”. O filme é o último trabalho no cinema do ator, que morreu há um ano, aos 54, por afogamento no Rio São Francisco, em Sergipe, num intervalo de gravações da novela “Velho Chico”, segundo O Globo em 6.8.2017.
“Domingos deu consultoria para o texto que é dito sobre ser palhaço, no filme. A maquiagem que usa era de um mestre dele. Tem uma história tão bonita por trás disso tudo… Ele era uma figura iluminada, um ator incrível, um ser humano apaixonante. Dedicou muito tempo de sua vida a essa paixão, que era a arte da palhaçaria. A alma dele ficou impressa ali, na telona”, observa Brichta.
Na história, Augusto deixa a vida de ator de pornochanchadas e precisa aprender a fazer graça na pele do palhaço Bingo para apresentar um programa de TV direcionado às crianças. Montagner, por sua vez, mesmo sendo apontado como galã de novelas da Globo, gostava mesmo era de se apresentar como palhaço. Em entrevista ao EXTRA, em abril de 2016, o ator sublinhou.
“Se um dia eu precisar fazer um papel que não tenha nada a ver com beleza, vou adorar. Eu sou palhaço, a antítese do galã. Na minha companhia de teatro, eu me apresento frequentemente como o palhaço Agenor. Fernando (Sampaio), meu parceiro, é o Padoca. Também sou trapezista, mestre de cerimônias, faço acrobacias de solo… um pouco de tudo no picadeiro. No circo tradicional é assim: quanto mais números você faz, mais chances você tem de ser contratado. Mas ser palhaço é mesmo minha grande paixão, é uma arte realmente muito especial.”
Quando sobem os créditos de “Bingo, o rei das manhãs”, uma homenagem à memória de Montagner fica registrada, acrescenta O Globo.
“É mais do que merecido que este filme, ao final, seja dedicado a ele. Ficou muita saudade. Até porque a morte, da forma como aconteceu. Eles estava no auge, cheio de saúde. Foi o último filme dele e ficou uma imagem bonita. Talvez, se ele pudesse escolher, escolheria sair de cena assim, como palhaço — diz Brichta, emocionado.
Na vida real, o ator, que morreu no ano passado aos 54 anos, trabalhou como palhaço no Grupo La Mínima, que formou com o amigo Fernando Sampaio. Em 2003, Domingos criou o Circo Zanni, do qual foi diretor artístico, informa O Globo.