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“Circo da Gente” recebe visita de 18 mil estudantes

 

 

Exposição foi finalizada com o espetáculo “Carrossel de Carneirinhos”, que apresentou-se no sábado (8/11) e domingo (9/11) no Festival de Circo do Brasil, em Recife (PE)

Antonio Gaspar, especial para Panis & Circus*

Mais de 18 mil estudantes de cerca de 200 escolas de São Paulo visitaram a exposição “Circo da Gente”, promovida pelo Sesc de Santo André. “Tanto o público quanto a comunidade circense acolheram muito bem a exposição e a transformaram em uma iniciativa de sucesso”, diz Lígia Azevedo, da equipe de programação do Sesc Santo André – que foi responsável pela criação de o “Circo da Gente”.

 

Cartaz da Exposição / Foto Asa Campos

 

Palhaço na entrada da exposição / Foto Asa Campos

 

A exposição foi inaugurada, em 24 de maio, com a apresentação de “Impulso”, do grupo peruano La Tarumba, durante o Festival Internacional Sesc de Circo  (23/5 a 1/6),  e foi finalizada com as apresentações do espetáculo “Carrousel des Moutons” (Carrossel de Carneirinhos), da dupla belga de artistas circenses D´Irque & Fien, em 1º e 2 de novembro.

Para quem perdeu o espetáculo “Carrossel de Carneirinhos”, mas está em Recife, em Pernambuco, ainda há uma oportunidade. Eles vão estar na 10ª edição do Festival de Circo do Brasil, sexta (7/11), às 19h, e sábado (8/11) e domingo (9/11), às 17h, no Teatro Luiz Mendonça.  

 

Cena de “Carrossel de Carneirinhos” na exposição “Circo da Gente” no Sesc Santo André / Foto Asa Campos

 

Lígia Azevedo ressalta que parcerias com dois festivais circenses de circo, do Rio e de Recife, ajudaram o Sesc Santo André a trazer esses dois espetáculos internacionais.

“Foi uma feliz coincidência que a exposição “Circo da Gente” tenha começado e finalizado com espetáculos internacionais de qualidade”, afirma.

 

D´Irque em cima do piano tocado por Frain / Foto Asa Campos

 

Equipe do La Tarumba, em “Impulso”, no Sesc Santo André / Foto Asa Campos

  

 

Super-heróis parecem trapezistas  

A ideia de montar a exposição começou a fermentar há quatro anos, segundo Lígia.

A base geral da concepção do projeto do Sesc de Santo André foi a tese de mestrado “Respeitável Público”, da historiadora Emília Silva.  “Esse foi o ponto de partida. Aí trouxemos o grupo que cuidou da cenografia, a “Usina da Alegria Planetária”, um coletivo formado por pessoas com formação em diversas áreas. Eles partiram da nossa base conceitual para fazer o desenho cenográfico e, no processo, várias outras equipes foram agregadas ao trabalho”, explica Lígia. Em síntese, uma criação coletiva.

 

Lígia Azevedo, no Sesc Santo André / Foto Asa Campos

 

Com o lema “O Circo Chegou à Cidade”, o espaço da exposição permitiu aos visitantes vivenciar a experiência de virar palhaço, conhecer artefatos usados nas apresentações e até detalhes da vida dos que fizeram e fazem o circo.

Em frente a stands montados na entrada da exposição era possível ler frases escritas sobre o circo por poetas como Carlos Drummond de Andrade e escritores como Mario de Andrade, Monteiro Lobato e Ferreira Gullar.  

 

Frase sobre Piolin, de Carlos Drummond de Andrade / Foto Asa Campos e de Ferreira Gullar

 

Frase de Ferreira Gullar sobre o circo / Foto Asa Campos

 

O “Circo da Gente” abriu as portas dos trailer/caravanas e explorou o universo circense pelos bastidores, pelo viés do artista e seu modo de vida. Entre as caravanas estão a do palhaço, do equilibrista, do trapezista e do iluminista.

 

Imagens internas do trailer do iluminista / Foto Asa Campos

 

Para facilitar a visitação e ajudar na acumulação do conhecimento, monitoras formadas em comunicação, artes e psicologia recebiam as crianças e as acompanhavam pelas várias áreas da mostra e nas oficinas. É o caso de Mayara, uma das monitoras que a nossa reportagem acompanhou.

 

Público visita stand para conhecer a vida de um circense / Foto Asa Campos

 

Durante o “passeio” pela mostra, ela ia explicando as várias áreas de atuação, os papéis desempenhados pelos circenses, como palhaços, mágicos, trapezistas, malabaristas e equilibristas.

 

Móveis equilibrados no trailer do equilibrista / Foto Asa Campos

 

Em uma sala, as crianças podiam se deitar no chão e experimentar a mesma sensação que o trapezista tem lá de cima. Mayara disse às crianças que os super-heróis têm características parecidas com a dos trapezistas – desde os seus voos até as roupas usadas uma cueca em cima de uma malha.

Os visitantes também ficaram sabendo do importante papel desempenhado pela mulher no circo. “Além de se apresentar, elas cozinhavam e costuravam as roupas usadas no palco”, explicava a monitora da exposição.

Segundo Lígia Azevedo, a programação da mostra privilegiou linguagens múltiplas, “como foi e ainda é o circo”, tanto que “aqui teve teatro, dança e sessão de cinema”.

A menina Isabel da Silva, 10, tornou-se frequentadora assídua da exposição do circo do Sesc Santo André. “Acho que vim todos os dias”, disse à reportagem do Panis & Circus, e que o que mais gostou foi de “tudo” e que “vai ficar com saudade” agora que acabou “O Circo da Gente”.

 

Isabel Silva visitou diariamente a exposição do Sesc Santo André / Foto Asa Campos

 

Local das apresentações dos espetáculos “Impulso” e “Carrossel de Carneirinhos” / Foto Asa Campos

 

 

“Impulso” e  “Carrossel de Carneirinhos”

“Carrossel de Carneirinhos” – que finalizou a temporada da Exposição “Circo da Gente” e que se apresenta no Festival Mundial de Circo, em Recife, de sexta a domingo (7 a 9/11) – é um espetáculo que mostra um piano acrobata que fica até de ponta cabeça e é tocado pela pianista belga Fien van Herwegen.

O piano serve também de cama para D´Irque van Boxelaere, acrobata e malabarista, fazer estripulias enquanto tenta dormir e vê carneirinhos em todos os lugares – representados por mais de 100 bolas brancas.  Nesse meio tempo, uma vassoura vira trapézio e um lençol é engolido pelo piano. Trata-se de um espetáculo que destaca o passar do tempo de forma suave, mas que é vital como a própria vida. “Carrossel de Carneirinhos” mescla a força do circo, a improvisação do teatro de rua e a poesia.

 

D´Irque usa vassoura como trapézio / Foto Asa Campos

 

O tema deste ano do Festival Mundial de Circo, em Recife, é  “Somos Brincantes” e o grande homenageado é fácil de adivinhar, não é? Sim, é ele, Antônio Nóbrega. Durante o evento, o visitante poderá conhecer o trabalho desse ilustre pernambucano.

Por sua vez, o espetáculo “Impulso”, do circo peruano La Tarumba, em parceria com o Festival de Circo do Rio de Janeiro, foi escolhido para abrir a exposição “Circo da Gente”, em 24 de maio, às 19h. La Tarumba se destaca há trinta anos por um trabalho social e politicamente engajado, usando o teatro, o circo e a música como ferramentas para a formação de crianças e adolescentes.  “Impulso” é um recente trabalho de jovens artistas da última turma de formação profissional do circo. Em cena, os 14 acrobatas apresentam uma enérgica performance com técnicas aéreas, roda alemã e báscula.

 

Número de elástico e corda de “Impulso” / Foto Asa Campos

 

Equipe de "Impulso" de terno / Fotos Asa Campos

 

A obra representa o ímpeto dos jovens por perseguir seus sonhos enquanto questionam o significado do sucesso e o valor do tempo imposto pela sociedade. Sabendo que, no circo e na vida, um é o impulso para o outro e vice-versa.

 

*Colaborou Bell Bacampos, da Redação 

Postagem – Alyne Albuquerque

 

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