Arte em Movimento
Palhaçaria no Paissandu diverte plateia
Luciana Gandelini, especial para Panis & Circus
O espetáculo Comparlhaçaria, que conquistou o público presente à Virada Cultural, no Largo do Paissandu, no dia 20 deste mês, foi apresentado pelo grupo Fajuta Comparsaria de Teatro e Circo, dos artistas Mizael Alves, Lucas Branco e Diyo Coelho.
A apresentação foi guiada por uma dupla de palhaços atrapalhados e um músico que executou a trilha sonora ao vivo. O espetáculo foi composto por gags, canções e esquetes clássicas do circo tradicional brasileiro, além de números contemporâneos que remetem a situações bem atuais.
Convidados pelos palhaços Zóin (Lucas) e Tóin Tóin (Mizael) a embarcar em uma viagem no tempo, o público se deliciava com as trapalhadas, enquanto Xabinha (Diyo) tocava diversos instrumentos, compondo a trilha, barulhos e complementado a interação entre os palhaços.
Os palhaços iniciaram a disputa para ver quem era o mais exibido e aquele que conquistaria o público com suas mirabolantes estratégias. Entre brincadeiras, batalhas de repente e outras canções, foram surgindo também acrobacias e personagens diferentes, como o Hanna Hanna, um mago engraçado e atrapalhado que divertiu a plateia com tentativas sem sucesso de realizar suas magias e adivinhações.
Pesquisa
O Fajuta pesquisa o palhaço tradicional brasileiro, não só os de lona e picadeiro. O espetáculo Comparlhaçaria foi criado a partir de uma viagem do grupo ao Nordeste para pesquisa da linguagem do palhaço. Em um processo de imersão, que incluiu importantes encontros com palhaços tradicionais da região, o grupo criou e estreou o espetáculo na região em 2016.
“Comparlhaçaria teve sua pesquisa artística iniciada nesta circulação a partir de todas histórias, brincadeiras de rua e memórias relembradas por tantos artistas que o grupo conhecia. Fomos reverenciar alguns zeladores de tantas memórias sobre as artes circenses e palhaçarias brasileiras. Contudo, a Fajuta Comparsaria não nasce das lonas de circo, mas acredita na preciosidade do palhaço de picadeiro e se propõe a investigar, de forma permanente, a sua adaptação e renovação para as ruas”, explica Lucas Branco, integrante da trupe.
Desde então, o grupo vem apresentando essa espécie de show de variedades da palhaçaria circense e arrancando boas gargalhadas do público. Foi o que aconteceu durante a apresentação da Virada.
“Não parava de rir”
A menina Larissa Costa, de 12 anos, falou de sua surpresa com as palhaçadas: “Eu levei um susto quando um dos palhaços desceu no meio das pessoas e começou a brincar com o meu pai! Foi muito divertido! Eles foram muito engraçados!”
O pai de Larissa, Álvaro Francisco de Costa, 33 anos, auxiliar de escritório, se divertiu ao comentar a interação dos palhaços com o público: “Rapaz, de repente ele desceu e estava atrás de mim, apontando, gritando e fazendo brincadeiras! Não deu nem pra sentir vergonha! Eu não conseguia parar de rir!”
Sobre suas lembranças de criança, Álvaro ainda comentou: “Essa dupla de palhaços me lembrou dos circos que eu ia quando era criança e fiquei feliz de trazer minha filha para ver um espetáculo de circo assim. Voltei ao passado! Foi muito legal!”
Du Circo surpreende plateia na Virada
Luciana Gandelini, especial para Panis & Circus
Com a pergunta “Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?”, o grupo Omelete se apresentou no sábado, 20/5, durante a Virada Cultural, no Largo do Paissandu. A montagem da trupe, que celebra 15 anos de arte circense, ganhou o público presente ao espetáculo.
Saindo de uma míni-lona de circo localizada no centro do palco, montado em uma gigante perna-de-pau, o artista Du Circo logo surpreendeu ao público com sua perna desproporcional. Com a técnica para descer da perna-de-pau, tirando uma delas, pulando num pé só e caindo com uma cambalhota, ele convidou público de forma divertida a entrar no universo de brincadeiras e a participar de um interessantíssimo show de variedades.
Apesar de estar sozinho no palco, o artista fez questão de incluir e interagir com as pessoas o tempo todo. O público respondeu, sendo elemento fundamental para a execução das cenas que uniram técnicas circenses, muita habilidade e claro, muito bom humor!
Um dos convidados a subir ao palco foi João Vitor, um garotinho que auxiliou o artista que dizia estar precisando de ajuda por estar muito sem fôlego. Assim, o garotinho acabou colaborando com o número de malabares com bolas de cristal e se divertiu muito.
Mas os números de acrobacias não se limitaram à simples objetos. Du Circo se destacou por sua imensa habilidade em realizar números com as coisas mais inusitadas possíveis como raquetes de tênis, malabarismo com chapéus e até um interessante número composto por uma frigideira, ovos e um bastão com fogo, quando o artista realizou um número de malabares até chegar ao ponto de unir os três elementos e fritar o ovo.
O Omelete foi um espetáculo que reviveu momentos do imaginário circense, acessando a memória afetiva dos que conheceram o circo quando eram crianças e presenteando aqueles que começaram agora a interagir com o mundo do circo. Um espetáculo de qualidade, que preservou muito da essência do circo tradicional, mesmo com números ousados e inovadores. Ao final de cada número, o público se entusiasmava, aplaudia e se alegrava com as diversas surpresas propostas.
“Ele é muito bom”
Caroline Souza, 22 anos, auxiliar de escritório, comentou: “Ele é muito bom! Fiquei aflita com o número que tinha fogo, mas ele fez tudo tão perfeito que não deu nem para acreditar! Eu nunca tinha visto números de malabares com coisas tão diferentes. Gostei muito.”
Gustavo Marzani, 29 anos, músico, também falou de suas impressões: “Nossa, eu parei por acaso aqui no Largo do Paissandu e fiquei fascinado com as habilidades que foram apresentadas nessa montagem. Acabei ficando pra ver o espetáculo inteiro e gostei muito do trabalho deste artista. Ele subverte o uso dos objetos usando-os nos números de malabares. É realmente impressionante! Ele é ótimo.”
Apresentando um espetáculo que uniu esquetes cômicas com números de habilidades circenses, o artista Du Circo conquistou o público e encerrou o espetáculo sob fortes aplausos e assobios.