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“Eterno Retorno” é grata surpresa.

 

Cena de "Eterno Retorno" apresentado na "Palhaçaria Geral"/ Foto Dora A. B. Mendes

 

Evento promovido pelos Parlapatões primou pela qualidade dos espetáculos

Cafi Otta, especial para Panis & Circus

Em meio a uma programação tão extensa como a da 4ª Edição do Festival Palhaçada Geral, em agosto, do grupo paulistano Parlapatões, Patifes e Paspalhões, foi difícil escolher o que assistir. Afinal, trata-se de festival internacional que desde a sua 1ª edição é dedicado à arte da palhaçaria, e que traz espetáculos de outros estados brasileiros e países que primam pela excelência.  

Na verdade, foram tantos espetáculos de qualidade que o mais difícil é escolher o que não assistir. No meu caso, essa escolha foi mais fácil porque, em agosto, a agenda de artista em cartaz e pai de família não deixou muita escolha. Acabei assistindo ao espetáculo “O Eterno Retorno”, pra minha sorte!

Márcio Ballas, na pele de João Grandão, e Rhena de Faria, a charmosa Mademoiselle Blanche, assinam a direção e compõem o elenco da peça, que retrata a relação de dois melhores amigos envoltos na comemoração do aniversário de um deles. O público faz às vezes de convidado da festa surpresa do aniversariante. Especialistas na linguagem do improviso, aqui os dois usam a improvisação com um dos muitos recursos teatrais para mostrar situações comuns a todos os melhores amigos. Riem e choram juntos, dividem confidências, escancaram suas inseguranças e chegam até a se apaixonar.

 

Rhena de Faria interpreta Mademoiselle Blanche e Márcio Ballas, o João Grandão / Foto Dora A. B. Mendes

 

É um espetáculo singelo e despretensioso, onde as piadas não estão a serviço do riso, elas acontecem em decorrência da relação dos dois, como na vida de todos. Em cena estão dois amigos, palhaços, se divertindo, não dois atores interpretando dois amigos que se divertem juntos. Saí do teatro lembrando dos meus antigos amigos, aqueles que não vejo muito, mas que sempre proporcionam encontros deliciosos, onde pouco importa o tempo desde o último encontro, a distância física entre as pessoas, tudo isso é secundário. A amizade real e verdadeira é maior que isso.

A própria Rhena confessou ao final do espetáculo que eles fizeram poucas apresentações da peça desde sua criação, seis sessões em quase cinco anos de trajetória, e talvez isso reforce ainda mais essa sensação de que pouco importam os números, a mensuração racional do tempo. O encontro é muito mais relevante que isso.

Segue aqui uma entrevista que fiz com a Rhena, onde ela conta com mais detalhes o processo de montagem da peça, e fala também sobre festivais de teatro, sobre nossa vida de artista e sobre humor. Divirtam-se!

 

Os dois palhaços amigos divertem-se em cena / Foto Dora A. B. Mendes

 

Cafi Otta: Como surgiu a ideia de fazer o espetáculo?

Rhena de Faria: Quando eu e o Márcio Ballas nos conhecemos, éramos  dois ratos de cabarés. Estávamos em todos os varietés de São Paulo, ele com os números dele e eu com os meus solos. Aí eu comecei a fazer duplas também, com outras pessoas. Fiz um número com a Lu Lopes, três com a Silvia Leblon…  Isto foi mais ou menos de 2001 a 2006. Até que um dia, o Márcio me deu aquela intimada: “quando você vai fazer um número pra gente?”  E foi aí que eu criei a primeira parte de “O Eterno Retorno”. Eu me lembro da gente numa van, indo fazer o Jogando no Quintal em alguma cidade do interior e eu na viagem descrevendo o número pro Márcio, passo a passo. Ele pirou e disse : “vamos fazer!” Aí começamos a apresentar em alguns lugares, como a  Ultreya! e o Circo no Beco. Mas ainda não era um espetáculo, e sim um número longo. Durava uns 18 minutos. Era exatamente a primeira parte do espetáculo. Todo o resto, e na verdade a maior parte,  nós criamos juntos pouco tempo depois.

Cafi Otta: Quanto tempo durou o processo de montagem? Quando começou?

Rhena de Faria: O processo de transformar o número em espetáculo foi bem rápido porque queríamos um pretexto para irmos a Colômbia. Foi em 2007.  Havia um festival pequeno em Medellin e decidimos participar antes mesmo de termos o que mostrar. Não conhecíamos os organizadores, mas tínhamos bons amigos em Medellin, o pessoal do Acción Impro, que não estava no festival. Então queríamos ir. Aí fomos pra sala e trabalhamos loucamente por poucas semanas. O festival, no final das contas, não era bom.  Tampouco a nossa apresentação  foi boa. Mas valeu pela viagem, que foi ótima. Acabamos voltando à Colômbia muitas outras vezes para apresentar outras coisas, como o Jogando no Quintal por exemplo, no Festival Ibero Americano de Teatro de Bogotá – este sim um dos melhores festivais de teatro do mundo.

 

Rhena de Faria observa seu vestido pendurado/ Foto Dora A. B. Mendes

 

Cafi Otta: Ao final da apresentação nos Parlapatões, você disse ao público que estava muito feliz porque é um espetáculo apresentado poucas vezes até hoje. Por que ele não foi apresentado mais vezes?. 

Rhena de Faria: Depois que o Márcio e o César (Gouvêa, diretor do Jogando no Quintal) desfizeram sociedade, alguns espetáculos que antes faziam parte do repertório da  Cia do Quintal passaram a ter vida independente. Isto aconteceu com “O Eterno Retorno.  E foi bem numa época em que eu e o Márcio fomos nos afastando por diferentes  demandas . Ele começou a se aventurar na televisão enquanto eu comecei  a  me interessar pela direção teatral. Aí  o Márcio resolveu fazer o “Noites de Improviso” no Comedians, eu engravidei, logo depois estava totalmente imersa com o César  na montagem de  A Rainha Procura...” Enfim:  “O Eterno Retorno” foi ficando de lado.  Mas sempre tivemos muito carinho pelo espetáculo. Essa apresentação que fizemos no “Palhaçada Geral” nos reacendeu o desejo de fazê-lo mais vezes. 

 

Cafi Otta: Quais os desafios de apresentar um espetáculo poucas vezes? 

Rhena de Faria: O maior desafio é o da apropriação. É difícil criar intimidade com um espetáculo apresentado entre grandes intervalos de tempo. Voltamos sempre à estaca zero. Parece que estamos sempre em estreia. E eu, particularmente, acho que as estreias nunca são os melhores dias para um palhaço. Existe entre a classe teatral o “mito do segundo dia”. Geralmente as estreias são quentes, incríveis, cheias de emoção e  o segundo dia é mais difícil, é um dia em que muitas coisas dão errado. Eu acho que se passa exatamente o contrário com os palhaços. Os segundo dia é sempre melhor porque a  intimidade  com o espaço lhe dá mais chances de uma boa relação com o público. E mesmo que o palhaço se apresente a cada dia em um lugar diferente, como numa turnê, por exemplo, se ele está em exercício constante de seu espetáculo esse “estranhamento” com os espaços por onde ele passa tende a diminuir. Ele é diluído pela experiência. Isto não significa que eu acho que  nossa apresentação não foi boa.  Foi linda. Linda mesmo. Mas  ainda costumo dizer que o “Eterno Retorno” é um espetáculo “potencialmente” bom. 

 

O trabalho dos dois palhaços cresce em contato com o público/ Foto Dora A. B. Mendes

 

Cafi Otta: Quando estamos em cartaz ou na estrada fica tudo mais fácil, não!?

Rhena de Faria: Acredito que sim. O trabalho de um palhaço só cresce com o público.

Cafi Otta: Qual a importância de festivais como esse para a classe artística e para o público?

Rhena de Faria: Festivais como o “Palhaçada Geral” promovem o encontro. E o encontro entre os artistas é um tempo de troca de olhares e sobretudo de reconhecimento. Como artista eu entendo melhor o que eu faço quando vejo os outros. Os que eu admiro e aqueles com quem eu não me identifico também. Aprendo com aquilo que gosto e com o que não gosto. Me ajuda a entender melhor em que momento estou e em que momento estamos. E acho que para o público o festival traz as mesmas coisas sob outra perspectiva: a sensação de reconhecimento, de pertencimento, além de um doce convite à subversão.

 

Cena do espetáculo apresentado no Espaço dos Parlapatões/ Foto Dora A. B. Mendes

 

Cafi Otta: Como você vê a cena humorística atual? 

Rhena de Faria: Por um lado vejo uma tendência em se acreditar que o riso basta, como se o comediante não tivesse nenhuma responsabilidade sobre o que ele mesmo diz. Certa vez me peguei polemizando com um cara famoso de stand-up. Ele disse “se é engraçado riam. Se não é, não riam. Simples assim.” Fiquei triste. Simples assim? Não acho nada simples. Acho que é preciso ter o que dizer, escolher o que dizer e arcar com as consequências disso sem se sentir perseguido. Seja a piada politicamente correta ou incorreta, não se pode medir o seu valor apenas pelo riso. E vejo muita gente fazendo isto. Acho que se os comediantes conhecessem mais a si mesmos e parassem de buscar tendências tudo seria bem mais interessante, menos genérico. Por outro lado vejo uma diversidade e uma potência absurdas. Tenho a sensação de que todo mundo quer fazer comédia e acho muito bom que o mundo todo queira fazer comédia. Os melhores comediantes surgirão onde houver mais comediantes. Assim como os melhores músicos de jazz devem estar onde mais se toca jazz, não é assim? A barra obrigatoriamente vai ficando mais alta.

 

Saiba mais sobre a “Palhaçaria Geral”

O grupo de teatro paulistano Parlapatões, Patifes e Paspalhões realizou em agosto a 4ª edição do Festival Palhaçada Geral, com apoio do edital de Festivais de Artes do Proac, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Um festival internacional dedicado à arte da palhaçaria, com espetáculos de outros estados brasileiros e de quatro países, além de palestras, oficinas e demonstrações de trabalhos. As apresentações aconteceram no Espaço Parlapatões, localizado na movimentada Praça Roosevelt, um dos principais centros culturais da capital paulista.

Uma das características desse festival, desde sua 1ª edição, é a mistura de feras consagradas com artistas menos experientes. Nessa edição artistas e grupos de renome como Ésio Magalhães e seus pares do Barracão Teatro de Campinas; João Carlos Artigos, um dos fundadores do Teatro de Anônimo do Rio de Janeiro; minha querida vizinha Lu Lopes, a Palhaça Rubra; os sempre hilários e provocadores Irmãos Saúde de Brasília; La Mínima, que dispensa apresentações; e os próprios Parlapatões, além de muitos outros nomes de peso, dividiram a programação com a turma do Cabaré Três Vinténs e com a Trupe 1 Kilo e Meio, mostrando a preocupação constante dos organizadores com o futuro da nossa arte.

 

 

Postagem – Alyne Albuquerque

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