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E com Vocês...

Festa para Piolin no Municipal

 

Em grande estilo, é comemorado O Dia Nacional do Circo linha fina

Apresentado pelo Parlapatão Hugo Possolo, o espetáculo “A Nau Louca do Circo” comemorou O Dia Nacional do Circo em grande estilo – título interno

 

FOTO DO Abre – 3161

A nave dos palhaços e ao fundo a foto de Piolin/Foto Asa Campos

 

Duas palhaças com asas de anjo tocam violino em um canto do salão de entrada; em outro, uma contorcionista encaixa-se numa caixa de acrílico transparente. ‘Sacerdotisas da luz’ descem escadas com candelabros na cabeça e sons ecoam no local vindos de um instrumento feito de garrafas de vidro.  

Essa a comissão de frente criada para receber o respeitável público, que comparece em massa no Theatro Municipal de São Paulo, em 26 de março, na semana destinada a comemoração do Dia Nacional do Circo (27/3).

2892 – As palhaças Paola Mussati e Vera Abbud/ Foto Asa Campos

2864 – Fernando Paz toca músicas com garrafas/Foto Asa Campos

2888 – Maíra Campos com o candelabro na escada do  Municipal/Foto Asa Campos

2894 – A contorcionista Alessandra Fleury no hall de entrada do teatro/Foto Asa Campos 

Os artistas circenses estão encantados pelo fato de o Municipal abrigar a comemoração do Dia Nacional do Circo com uma Noite de Gala. O encantamento explica-se: o Theatro Municipal foi palco da Semana de Arte Moderna de 1922, movimento artístico e literário mais importante do país.  Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Tarsila do Amaral, integrantes desse movimento, consagraram Piolin, como exemplo de artista genuinamente brasileiro e popular, em 27/3/1929. E é  também nessa data que Abelardo Pinto assume o nome de Piolin.  

O Dia Nacional do Circo é instituído oficialmente, em 27 de março de 1972, dia do nascimento de Piolin, ícone da Semana de Arte Moderna, movimento que completava 50 anos — e que teve entre suas comemorações a instalação do circo de Piolin no vão livre do Masp.

3145 – Hugo Possolo com toques de Napoleão/Foto Asa Campos

Chegou o General da banda

O Parlapatão Hugo Possolo vestido como general da banda com toques de “Napoleão” é o mestre de cerimônias do espetáculo “A Nave Louca do Circo”, que mistura números do circo tradicional e do contemporâneo para comemorar o Dia Nacional do Circo.  

Foto 3086 – A nave dos palhaços/Foto Asa Campos

E é uma nave que vai, empurrada por sete palhaços tradicionais, entre eles, Xuxu, que foi o último companheiro de Piolin. Em cada parada da nave são apresentados números ancorados na habilidade dos artistas e que querem expressar o encontro entre o circo tradicional e o circo contemporâneo.

 

3008 Bruno Edson e o equilíbrio de pratos/Foto Asa Campos

E colocar ao lado 3043 Mário Casadei (Laserman)

 

O Senhor dos Pratos e Laserman

Em uma parada da nave, é possível ver a técnica clássica do equilíbrio dos pratos do artista Bruno Edson; em outra, o ilusionismo tecnológico do Laserman, Mário Casadei.

Foto 2956 – Nathalia Furlan na Lira/Foto Asa Campos

A plasticidade está presente em “Carrossel”, “Faixa” e, principalmente, no jogo de aros que contrapõe a “Roda Cyr” que roda no chão enquanto a “Lira” gira suspensa no ar. Ou ainda na “Parada de Mão” feita no solo em contraste com o “Cabide Aeréo”.

Com a expertise incomum na arte de fazer rir apresentam-se o “Número Musical” e as “Águas Dançantes”.

3012 ou 3099 – “Faixa” com Daniel Wolf/ Foto Asa Campos – colocar ao lado

3074 ou 3079 – Paulo Maeda e a Parada de Mão/Foto Asa Campos

3109 ou 3117 – Águas Dançantes com Alexandre Bamba, Hugo Possolo e Fabek Capreri (Parlapatões) 

 

Não dá para ficar indiferente às “Claves de Luz”  e a “Esquete Cômica” em que o artista Claudio Carneiro busca no palco um foco de luz ao som de “Ne me quite pas”. Em sintonia com o riso aparece o Palhaço Pepe, do Circo Spacial, com sua “Reprise”.

“Cancan Volant” supreende ao mostrar quatro artistas vestidos de bailarina e suas estripulias no trapézio.

3032 – Claudio Carneiro e sua “Esquete Cômica/ Foto Asa Campos

3061 – Palhaço Pepe e sua “Reprise”/ Foto Asa Campos

3178 – A trupe do Can Can Volant no trapézio/ Foto Asa Campos

A Palhaça Rubra canta uma ópera composta por ela e Marcelo Lujan (Circo Zanni e Amarillo) e faz um dueto musical com Hugo Possolo que são acompanhados pela Banda TrixMix. Ao fundo, imagens de Piolin e circos que fizeram história no país.

3150 – Palhaça Rubra e Hugo Possolo cantam em dueto/Foto Asa Campos

 O virtuosismo da técnica do circo tradicional está presente em “Percha” e no “Malabarismo”.

E é pura alegria o “Air Track” – acrobacias em um grande colchão de ar instalado no palco do Municipal — ao som de “Crazy little thing called Love”, sucesso do Queen.   

Essa festa é dirigida pelo australiano Mark Bromilow,  que esteve a frente do espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil,  e que reúne no palco várias gerações de artistas, de diversas origens e estilos. Não falta nem mesmo o  famoso Globo da Morte na porta do Municipal.

3138 – Malabarismo com Rogério Piva/Foto Asa Campos

2976 – “Percha” com Viviane Ribeiro e Alfredo Munõz do Arena Circus/Foto Asa Campos

3206 – Airtrack, acrobacia no colchão de ar/Foto Asa Campos

 

Equíbrio na corda bamba 

“Existe espaço para o circo tradicional e o circo contemporâneo?” pergunta o repórter Cunha Jr. da TV Cultura para Alfredo Munõz, do Arena Circus, que apresenta “Percha” em companhia de Viviane Ribeiro. A resposta é afirmativa. “Hoje, você vai ver artistas do circo contemporâneo e do circo tradicional como eu sou.”

Juliano Robattini, vice-presidente da Abracircus, que defende o circo tradicional, não poupa críticas a  composição do espetáculo “A Nave Louca do Circo” que, segundo ele, teria privilegiado o circo contemporâneo. Aliás, Juliano fez questão de levar suas críticas ao secretário de cultura do Município Juca Ferreira durante evento no Centro de Memória do Circo, em 24/3. Ele tinha também planejado fazer um protesto com palhaços no Municipal, na quarta-feira 26/3, mas acabou desistindo a pedidos da turma do “deixa disso” é hora de união e não de dissidência.

3229 – Artistas de “A Nave Louca do Circo” – Foto Asa Campos

Apesar de o circo contemporâneo beber na fonte do tradicional, não são sutis as diferenças, entre os dois circos, em figurino, trilha sonora, comicidade e roteiro.

Equilibrar-se no fio que une o circo tradicional ao contemporâneo, o de Piolin e o de Possolo, parece ser um desafio cada vez mais presente para os amantes dessa arte milenar. 

Kri – veja o que acha melhor – acabar em “amantes da arte milinar” ou colocar esse trecho abaixo.

Curioso notar que o caminhar por um fio ( de arame) que poderia mostrar passos clássicos rumo à coreografia contemporânea não tenha feito parte do roteiro de “A Nave Louca do Circo”.  

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