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Vem aí o 13º Festival Mundial de Circo
Fernanda Vidigal, gestora cultura, e sócia da Agentz, à frente do Festival desde a sua primeira edição em 2001, destaca que “recebemos apresentações de números e espetáculos de companhias durante o ano todo”. Por isso, quem quiser participar do festival deve enviar seu número ou espetáculo da companhia para o seguinte endereço: rua Almandina, 56, Santa Tereza, Belo Horizonte, MG. CEP: 31010-080.
Fernanda explica que a curadoria do Festival obedece a diversas diretrizes. “Em primeiro lugar, analisamos o material de grupos nacionais e internacionais que recebemos. Depois, assistimos aos espetáculos que estão em cartaz no Brasil e temos algumas pessoas na Europa que contratamos como ‘olheiros’ para a seleção de espetáculos internacionais. Abrimos seleção para números circenses também, uma vez que muitos artistas possuem trabalhos individuais, mesmo que participem de espetáculos ou companhias.”
A idealizadora do Festival conta que em 2006 resolveu circular por Minas Gerais “com uma lona e um único espetáculo: o Circo Zanni. “A circulação foi um sucesso e percebemos a enorme carência de opções culturais no interior. Desde então, a circulação passou a fazer parte do Festival como objetivo estratégico.”
Caxambu: “Cidade oficial do circo no Brasil”
Por circular pelo interior de Minas Gerais ser um objetivo estratégico, o Festival armou o picadeiro em Caxambu, conhecida estância hidromineral, de 23/7 a 28/7. A partir de deste ano, com a chegada da mostra circense, Caxambu transforma-se na “cidade oficial do circo no Brasil”. Nos próximos dois anos, essa mostra vai desembarcar em Caxambu, explica Fernanda. E até 17/8 permaneceram abertas as inscrições para a Residência Artística desse ano, no site do Festival – www.festivalmundialdecirco.com.br
A seguir, o pingue-pongue com Fernanda Vidigal
Panis & Circus – Quando ocorre neste ano o Festival Mundial de Circo?
Fernanda Vidigal – De 29 de agosto a 8 de setembro em Belo Horizonte.
Circus – Como são selecionados os números e espetáculos nacionais que participam do Festival Mundial? E os números internacionais?
Fernanda – A curadoria é feita de diversas maneiras. Recebemos durante o ano todo material de grupos nacionais e internacionais. Muitas vezes assistimos aos espetáculos que estão em cartaz no Brasil e temos algumas pessoas na Europa que contratamos como “olheiros” para seleção de espetáculos internacionais.
Abrimos seleção para números circenses também, uma vez que muitos artistas possuem trabalhos individuais, mesmo que participem de espetáculos ou companhias.
Circus – Os artistas circenses podem se inscrever para participar do Festival? Se puderem, quando estarão abertas as inscrições e para que endereço devem enviar suas propostas para participar?
Fernanda – Não há data limite. O endereço é rua Almandina, 56, Santa Tereza, Belo Horizonte, MG, CEP: 31010-080.
Circus: O Festival Mundial de Circo começou em 2001 em Belo Horizonte. Você está à frente do evento desde o início?
Fernanda. Sim. O Festival é uma criação da Agentz Produções desde o início e sou sócia-fundadora da empresa.
Circus – O Festival circula pelo interior de Minas Gerais? Ele sempre circulou pelo interior ou só em algumas edições?
Fernanda – Desde 2006 fazemos a edição que circula por cidades do interior de Minas.
Circus – Como surgiu a ideia de fazer o Festival circular pelo interior?
Fernanda – Em 2006, resolvemos circular com uma lona e um único espetáculo: o Circo Zanni. A circulação foi um sucesso e percebemos a enorme carência de opções culturais no interior. Desde então, a circulação passou a fazer parte do Festival como objetivo estratégico.
Circus – A programação do Festival começa em Caxambu?
Fernanda – De 23 a 28 de julho, trupes nacionais e internacionais apresentaram-se em Caxambu. A partir de agora, com a chegada do Festival, transformar-se em cidade oficial do circo. Vai abrigar o evento em 2014 e 2015.
Circus – Você disse, durante Circus – Festival Internacional de Circo do Sesc, que o Festival Mundial está sofrendo uma crise de pré-adolescência. Por quê?
Fernanda – Risos… Quero dizer que estamos constantemente reavaliando, reinventando… Uma inquietação importante para não pararmos no tempo. Importante para entender a situação atual do circo no Brasil e para traçar os rumos da nossa atuação e colaboração. Por exemplo, se o Brasil possui poucas oportunidades de troca de experiências entre artistas circenses, precisamos atuar nessa área. [É o caso agora da Residência Artística].
Desde 2012, trabalhamos com o Circus Next (iniciativa europeia que colabora com a formação de jovens circenses) para proporcionar aos artistas brasileiros trocas de experiências com artistas europeus.
Esse é um exemplo de uma iniciativa, entre tantas outras, que o Festival realiza, que não está diretamente ligada ao evento.
A crise de adolescência nos fez perceber que o Festival ultrapassou a barreira da feira. Somos mais do que isso. Podemos e queremos atuar de maneira ampla, colaborar na construção de bases sólidas para a criação, difusão e formação circense.
Circus – Quais as melhores edições do Festival Mundial do Circo?
Fernanda – Cada edição tem sua particularidade. Não há como compará-las. Em algumas edições houve a participação de muitos grupos durante muitos dias e isso é importante para mostrar um panorama da produção circense na atualidade. Por outro lado, as edições menores, com a participação de três ou quatro grupos e que circula por cidades do interior de Minas Gerais, são muito especiais. Desde a recepção por parte da população, que é sempre muito calorosa, até a integração da equipe. Geralmente, nas edições em que circulamos, passamos quase um mês juntos e nos apresentamos em média em seis cidades diferentes. O aprendizado nessa situação é enorme e gratificante.
Circus – Como vai funcionar uma rede ibero-americana de circos?
Fernanda – Ainda estamos começando esse projeto. Para este ano, selecionamos uma cena brasileira, uma chilena, uma argentina e uma espanhola para apresentações durante o Festival Mundial de Circo. A seleção da cena é de responsabilidade de cada país convidado.
A partir do próximo ano queremos ampliar essa atuação para apoiar criações circenses Ibero-Americanas. Mas isso ainda depende de negociações com os países que integram o programa.
Circus – Você é cria do Festival de Teatro de Belo Horizonte? Como chegou ao Festival Mundial de Circo? Fale um pouco de sua carreira e da experiência de estar no comando do Festival.
Fernanda – Participei de alguns grupos de teatro em Belo Horizonte até 1998. Em 1999 terminei meu curso de comunicação e logo parti para a produção de espetáculos, até que resolvi, nesse mesmo ano, abrir a Agentz Produções.
Sempre acompanhei os festivais culturais de Belo Horizonte e do interior do Estado – principalmente o Festival de Inverno organizado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Posso realmente dizer que sou cria desses eventos, pois estive participando de diversas maneiras: como aluna e, mais tarde, como profissional.
Minha aproximação com o circo veio por meio do teatro, cheguei a frequentar cursos e oficinas, mas sempre com o objetivo de ampliar minha formação teatral.
Quando finalmente abrimos a Agentz, a criação de um festival de circo apareceu naturalmente e, claro, pelo fato de não existir, naquela época, nenhum festival internacional exclusivamente de circo no país.
Postagem: Alyne Albuquerque