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Fringe vende 2.696.884 ingressos

 

 

 

High Street, em Edimburgo, que não permite carros, durante o Fringe / Asa Campos

 

Bell Bacampos, da Redação*

O Fringe, Festival de Edimburgo, completa 70 anos e bate recordes de público, de espetáculos e de artistas participantes. Criado em 1947, o Fringe se tornou, com o passar dos anos, o maior festival de artes do mundo.

Em sua 70ª edição, os números são superlativos. No período de 4 a 28 de agosto, em 300 locais espalhados pela cidade, 2.696.884 pessoas compraram ingresso para assistir ao festival. Foram realizadas 53.232 performances (2.966 a mais do que em 2016) e 3.398 espetáculos, ante 3.269 do ano passado.

 

Cenas da High Street no Fringe 2017 / Asa Campos

 

Os espetáculos de circo, dança e teatro físico (englobados em uma categoria única) aumentaram 4%. O mesmo porcentual de crescimento se repetiu, na comparação com 2016, para os shows infantis e de cabaré de variedades.

O Panis & Circus foi a Edimburgo para cobrir o festival, que apresentou também o musical “Brexit”, com crítica áspera à saída do Reino Unido da Comunidade Europeia – a maioria dos escoceses era contra. 

 

Cena de Cirkopolis no Fringe 2017 / Asa Campos

 

Um dos melhores espetáculos de circo contemporâneo visto pela reportagem do P&C foi o Cirkopolis. Aplaudido de pé no Teatro Lennox, ele poderá ser visto ainda este mês pelos brasileiros. Clique aqui para ver a reportagem de Cirkopolis do P&C.  

Triste Bahia, no Circa: Humans

Circa: Humans que toca “Triste Bahia”, de Caetano Veloso / Pedro Greig

 

Além de espetáculos em locais fechados, o Fringe garantiu a artistas a apresentação em espaços livres. O público pode assistir gratuitamente a shows, que não foram submetidos à aprovação de um diretor ou comitê artístico.

Em locais fechados, como teatros e lonas de circo, os artistas se apresentaram mediante a venda de ingressos. Em um deles, embaixo de uma lona azul, Panis & Circus assistiu a Circa: Humans – considerado pelo jornal The Scotsman´s uma das melhores apresentações de circo contemporâneo e que é essencialmente acrobático.

A música de um dos números de Circa:Humans é Triste Bahia, cantada por Caetano Veloso.  Os movimentos dos atores lembravam o gingado de capoeiristas brasileiros – o que surpreendeu agradavelmente a reportagem de Panis & Circus.

Festa cultural tem Coppelia e Peter Gynt

Elenco da peça “Peter Gynt” dão uma palhinha na rua / Asa Campos

 

O Fringe é uma festa da cultura artística. A High Street, a avenida central da cidade, foi fechada para carros. Os artistas davam uma palinha do que poderia ser visto e convidavam o público a ir aos locais dos espetáculos.

No caso de Coppelia, um dos balés mais famosos do mundo, poucas cenas foram apresentadas na avenida. Diante da beleza do espetáculo, em sua versão circense contemporânea, Panis & Circus foi levado a conferir o espetáculo em sua íntegra no Assembly George Square Gardens.

 

Coppelia, na Hight Street, trailer para o espetáculo no teatro / Asa Campos

 

Em dado momento, durante a caminhada na High Street, o público parecia se perder em meio a inúmeros folhetos como em um turbilhão artístico. Ao receber um desses folhetos, P&C foi ver  Snap – considerado o melhor show de mágica do Fringe de 2016. Valeu a pena.  

 

Cena de Snap – melhor show de mágica do Fringe 2016 / Asa Campos

 

Catálogo de  452 páginas

A dimensão do Fringe é dada pelo seu catálogo de 452 páginas. Ele é uma mostra da exuberância do festival que é dividido nas seguintes categorias: shows de cabaré e variedades, espetáculos infantis, comédia, dança, circo e teatro físico, exposições, música, musicais e ópera, palestras e teatro.

O catálogo foi composto com três capas, que foram desenhadas por duas crianças e um pré-adolescente, vencedores de concurso de melhores desenhos para o festival. São eles: Hellen Willder, 6, Tom Dolby, 8, e Orla Henaghen, 13.   

 

Capa do catalógo desenhada por Orla Henaghen, 13

 

Ao folhear o catálogo, a reportagem decidiu por assistir “Losing it” um espetáculo intimista, em um teatro pequeno, com cerca de 50 lugares, e que tratava da morte, do envelhecimento e de bananas, estrelada por Lana Biba, ex-integrante do Soleil e aluna do mímico Marcel Marceau. Comovente.  

 

Artistas do espetáculo Loosing it / Divulgação

 

Dois espetáculos de circo contemporâneo do Fringe já eram conhecidos do Panis. Acélére by Circolombia – indicado pelo jornal Scotsman como um dos melhores do festival, em sua  categoria – fez a abertura de Circos – Festival Internacional Sesc de Circo, em 2015 (clique aqui para ler a reportagem do P&C sobre Acelere) e All Genius All Idiot, que integrou as apresentações do festival do Sesc 2017.

 

Acelere no Festival Internacional de Circo 2015, em São Paulo / Asa Campos

 

All Genius, All Idiot, no festival do Sesc de 2017 / Asa Campos


“Este ano foi um Fringe muito especial”, declarou Shona  McCarthy, diretora-executiva do evento, contente com os recordes alcançados na comemoração de 70 anos do evento. “Estiveram presentes artistas de 62 países, nessa incrível e fantástica mistura de vários tipos de arte e cultura que envolve praticamente todo o planeta. Não vamos parar. Já estamos preparando o próximo Fringe que vai ser de 3 a 27 de agosto de 2018”, afirmou.

Festival criado à margem não para de crescer

Público na rua e o ator de Sarha, Sky, sem camisa / Asa Campos

 

A primeira edição do festival ocorreu em 1947, quando algumas das companhias de teatro, que haviam sido “rejeitadas” pelo famoso Festival Internacional de Edimburgo, decidiram organizar um festival paralelo ao qual deram o nome de Fringe (margem). A partir daí, o Fringe não parou de crescer e aumentar as participações artísticas.

O modelo Fringe está sendo copiado, em versão modesta, até agora, por países como África do Sul, Austrália, Brasil, Canadá e China. E vai estrear em Roma, na Itália, neste mês de setembro.

O Fringe passou a ser palco de artistas renomados e novatos que sabem a importância de participar do evento. Para muitos, a porta de entrada de uma carreira bem-sucedida, segundo o Scotsman.

A rua, durante o festival, é uma festa com apresentações a toda hora. E quem banca parte dessa festa é um banco, o Virgin Money, que também faz sua performance na High Street.  

Artista pede contribuições ao público após performance / Asa Campos.

 

Atriz convoca o público para ver a peça Meat / Asa Campos

 

*Colaborou Ivy Fernandes, de Roma.

One Response to "Fringe vende 2.696.884 ingressos"

  1. Michelle Mangan disse:

    Press Fringe Article from Brazil

    Thank you very much for these.

    And please do come back again next year!

    All the very best.

    Michelle Mangan
    Senior PR and Marketing Manager

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