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E com Vocês...

Galpão do Circo nasceu na Nau de Ícaros

 

Treino em curso para crianças, no Galpão do Circo / Fotos Asa Campos

 

No Galpão, professores que dão aulas trabalham no circo novo

As inscrições para o processo seletivo do curso Aprendiz de Circo para jovens estão abertas até o fim de janeiro de 2013. A escola fica à rua Girassol, 323, na Vila Madalena (zona oeste da cidade de São Paulo), e existe desde 2002.

Na época de férias escolares, o Galpão oferece oficinas e cursos intensivos. Durante o ano, esses cursos e oficinas incluem aulas para crianças, jovens e adultos, com a produção de um espetáculo de final de ano para cada turma. No espaço há aula-festa, oficinas mensais e oficinas de circo para empresas. A ideia para 2013 é criar espetáculos com as crianças no Galpão do Circo.

As aulas do Galpão destinam-se a quem deseja se tornar artista profissional do circo e às pessoas que querem desenvolver atividades físicas. Em média, são 18 alunos por classe. Os professores têm currículos invejáveis: Ricardo Rodrigues, da cia. Solas de Vento, que atua ao lado de Rodrigo Matheus em “João e o Pé de Feijão”, do grupo Circo Mínimo, ou Bel Mucci, do Circo Zanni  e Nathalia Presser – que já foi do Cirque du Soleil (leia mais abaixo).

Outro professor ilustre é o fundador do Galpão, Alex Marinho, coordenador atual, que é especialista de segurança no circo e foi sócio da companhia Nau de Ícaros de 1997 a 2002. Ele deu a entrevista ao site Panis & Circus que você confere a seguir.

A escola tem hoje cerca de 360 alunos. Surgiu em 2002. O centro pesquisa artes e a pedagogia para o ensino das técnicas circenses. Ministra cursos aéreos (de tecido, lira, corda marina, lisa, indiana e trapézio de vários tipos), acrobacia, acrobalance, perna de pau, cama elástica, arame, pirâmides, palhaçaria e malabarismo. Tem também curso de capoeira com Mestre Brasília.

As turmas têm aulas duas vezes por semana e com um mesmo professor. Assim, ele conhece o aluno e aprimora o ensino. No final do ano, a apresentação é obrigatória, no Cabaré dos Alunos, e em outros espetáculos.

Na escola, as técnicas circenses se organizam em módulos regulares: Iniciação ao Circo, com turmas de adultos, jovens e crianças; Circo para Adolescentes (de 13 a 16 anos); Circo para Pré-adolescentes (de 9-10 a 13 anos) e Circo para Crianças (de 4-6 a 9 anos).

 

Domingos Montagner e seu filho Antônio, em oficina no Galpão do Circo

 

Aproveite as férias

De 14 a 31/01/2013, Bel Mucci ensina aéreos no curso de férias, em quatro aulas, em diferentes horários: Improvisação e Criação de Números Aéreos, Tecido e Corda Indiana.

A professora Ana Maria Favacho vai ensinar trapézio. Célia Borges, double trapézio, double lira e double tecido marinho. Está tudo disponível no site (endereço no final desta reportagem).

O curso “As Histórias Saem de um Baú Mágico” começa em 14/01 e se destina a crianças de 4 a 8 anos. Combina atividades físicas e artísticas por meio de histórias e elementos musicais.

Para crianças de 6 a 9 anos, o Galpão oferece primeiras noções de tecido, trapézio, malabarismo, acrobacia, perna de pau e acrobalance. O curso começa em 15/01/13.

Meninas e meninos de 9 a 13 anos e adolescentes de 13 a 16 têm na programação da escola cursos de iniciação, também com as primeiras noções técnicas.

 

 

Tudo começou navegando com a Nau de Ícaros

O coordenador da escola Galpão do Circo, Alex Marinho, que também cursou engenharia mecatrônica, conta como é o Galpão do Circo e a saga de criação da escola, depois de bem-sucedida parceria no Nau de Ícaros. O grupo se notabilizou, em São Paulo, com peças como “O Pallácio Não Acorda”, de 1997.

Com roteiro de Naum Alves de Souza, texto de Paulo Rogério Lopes e direção de Leopoldo Pacheco, a peça ganhou cinco prêmios Mambembe, de ator coadjuvante, direção, texto, melhor espetáculo e categoria especial, de técnicas circenses; os prêmios Coca-Cola de melhor figurino e de melhor iluminação e os prêmios APCA de melhor ator e cenário.

A vida profissional de Alex Marinho teve início em 1992, quando ele criou, ao lado de Marco Vettore e outros artistas, a companhia Nau de Ícaros. Eles tinham aulas de técnicas circenses no Circo Escola Picadeiro.

Ele conta que o grupo se subdividiu em 2002, originando o Galpão do Circo. As novas companhias carregavam como legado a pesquisa sobre as artes do picadeiro e metodologias de ensino de suas técnicas, aliadas às outras artes e às manifestações da cultura popular brasileira, como capoeira e maracatu.

 

Grupo faz alongamentos na oficina com pais e filhos

 

Projetos sociais no Galpão

Hoje, o Galpão do Circo apoia a realização de dois projetos sociais: Brincando com Histórias e Aprendiz de Circo nas dependências da escola.  

Brincando com Histórias foi criado pela Cooperação Criativa, tem patrocínio do Instituto Bacuri e apoio do Galpão do Circo e da Secretaria Municipal de Educação. Em 2012, atendeu 230 crianças de 4 e 5 anos (alunos de escolas públicas de educação infantil próximas ao Galpão).

O projeto Aprendiz de Circo foi criado pelo Galpão do Circo e é realizado pela escola, com patrocínio da Octante Capital. Dezoito jovens de famílias de baixa renda receberam 140 aulas gratuitas. Eles se matricularam no curso de Iniciação ao Circo do Galpão. 

Os dois projetos continuam em 2013, e o Aprendiz de Circo aumentará a carga horária.

O Galpão oferece oficina patrocinada por Prêmio Funarte/Petrobras
Em 2012, o Galpão do Circo foi selecionado pelo Prêmio Funarte/Petrobras de Estímulo ao Circo na categoria Formação, com o projeto Reciclando – Oficinas Circenses para Profissionais.

São 24 oficinas semanais de seis horas, que vão ocorrer de fevereiro a setembro de 2013. O público alvo são os circenses que trabalham em circos de lona, escolas de circo e projetos sociais. O tema inclui a linguagem do circo como ferramenta de educação e propõe reflexões sobre “o fazer do circo” e sobre o ensino das práticas circenses.

“Reciclando” busca “promover a expressão cultural circense e contribuir para que o circo receba o registro de patrimônio cultural brasileiro”, segundo a assessoria de imprensa do Galpão do Circo. As oficinas práticas tem capacidade para 18 pessoas e as teóricas, para 30 pessoas. 

 

Leia a entrevista de Alex Marinho, diretor, coordenador e faz-tudo no Galpão do Circo, e conheça um pouco mais da história da Nau de Ícaros.

 

Alex Marinho durante a entrevista para o Panis & Circus

 

PINGUE-PONGUE

Formação de Alex incluiu capoeira e técnicas do Circo Escola Picadeiro

Panis & Circus – Você iniciou as atividades circenses em 1992 no Circo Escola Picadeiro. Como chegou à escola e quem a frequentava?

Alex Marinho – Eu fazia capoeira, na época, com mestre Brasília, que está hoje no Galpão do Circo e dá aulas na escola. Comecei capoeira e logo me apaixonei. Faço uma relação da capoeira com o circo, como uma [espécie de] acrobacia brasileira. Entram na apresentação também a música e a dança.

Pratiquei capoeira durante anos. Participei de um espetáculo folclórico e cultural com o mestre Brasília, a gente se apresentava em vários lugares.

Na época, eu estudava na Politécnica, estava no segundo ano da faculdade de engenharia mecatrônica na USP.

Eu me apaixonei pelo circo, tinha tudo o que a capoeira tinha e muito mais, como a acrobacia, a dança, a música. No final de julho, tranquei a faculdade e fiquei fazendo aulas todos os dias no Circo Escola Picadeiro.

 

Trapézio-caminhão do Circo Escola Picadeiro/ Foto Divulgação

 

Circus – Quem eram os professores?

Alex – Os professores eram artistas do grupo Fratelli. Foi um momento feliz quando os Fratelli assumiram o Circo Escola Picadeiro. O diretor do Circo Escola Picadeiro, José Wilson, outorgou ao Fratelli a responsabilidade de fazer as matrículas, dar as aulas e de coordenar tudo mesmo. Ele quase que arrendou o circo para eles, essa era minha impressão. Foi bacana, porque os Fratelli eram professores de educação física, alguns eram artistas, tinham a formação da ginástica olímpica, já trabalhavam com circo, estavam com o Cacá Rosset, [encenador de “Ubu, Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes”, de Alfred Jarry], e exploravam o circo no teatro, não só na lona – aquela coisa, entre aspas, “tradicional”.

Após um desentendimento entre o José Wilson e o grupo Fratelli, os artistas e profissionais do grupo saíram e abriram seu próprio espaço no Itaim, pertinho do Circo Escola Picadeiro.

Circus – Quais modalidades vocês estudavam?

Alex – Os Fratelli ensinavam um pouquinho de tudo. Tinham preparação física, acrobacia básica de solo, trapézio, trapézio em balanço, cama elástica, malabares. Felipe Matsumoto dava aula de perna de pau, de pirâmides humanas, de “acrobalance”.

Montaram o petit volant e a gente começou a fazer esse número, ensaiavam báscula e maca russa. Nessa época não tinha a onda do tecido. Hoje é inimaginável uma escola de circo sem tecido. Havia também corda indiana, “doble trapézio”.

Circus – Você fazia todas as modalidades?

Alex – Eu fazia mais malabarismo, andava na perna de pau, fazia acrobalance, a parte acrobática, que eu gostava muito, e cama elástica. Fiz um pouco de trapézio em balanço, o petit volant, a maca russa, báscula.

Após a saída dos Fratelli, a gente começou a fazer muito trapézio de voos, que é a especialidade do José Wilson, e báscula.

 

Acrobáticos Fratelli gafanhotos com o céu ao fundo, em espetáculo na fachada do Sesc Bom Retiro (2012)

 

Ícaros põem o barco no mar – criação do grupo

Circus – Nesse mesmo ano você fundou a Nau de Ícaros devido ao desentendimento no Circo Escola Picadeiro?

Alex – Foi antes, paralelamente, a gente começou a fazer aula e, já em setembro, outubro, a gente montava a Nau de Ícaros com alguns alunos de lá, [entre eles a Erica Stoppel, do Zanni, e o Fernando Sampaio, La Mínima e Zanni].  

 

Pasca, no espetáculo "Ícaro"/ Foto Compagnia Finzi Pasca (http://finzipasca.com/creations/icaro/)

 

Balanço do circo e do mar pilotou a Nau

Circus – Por que o nome da companhia é “Nau de Ícaros”?

Alex – Quem deu o nome à companhia foi o Marco Vettore, um cara cheio de ideias, ele se inspirou no espetáculo “Ícaro”, de Daniele Finzi Pasca [confira neste link ], que tinha uma companhia na Suíça. Ele, Pasca, abriu uma parte da companhia aqui e o Marco foi assistir ao espetáculo, ficou emocionadíssimo e se inspirou em “Ícaro” também pelo uso da arte do circo. Depois todo mundo começou a falar que o circo tem uma relação enorme com o barco e o navio. Marco falava que o circo é um barco ao contrário, com os mastros, as cordas e as velas. Eu velejo, então, para mim, no circo, a parte das cordas foi tranquila, com pendurar, amarrar os nós, que não podem soltar, do contrário, você cai na água.

Na época, a internet estava nos primórdios. Em 1992 achamos um texto na internet que falava que os marujos, quando estavam em alto-mar, nos momentos de calmaria, em que não era possível navegar, quando não tinha vento, quando eles não tinham o que fazer, brincavam de andar em cima da corda bamba, de pular de um mastro para outro, de se pendurar, de um segurar o outro.

O texto dizia que os marujos treinavam muito e, quando chegavam aos portos, um ou outro que era mais descolado se apresentava para ganhar uns trocados. Isso era interessante. O Ícaro quer voar e precisa tomar cuidado para não se ofuscar com a luz, aquela coisa de o ego cuidar para não se ofuscar com a luz ganhava uma explicação.

 

Alunos se alongam em aula no Galpão do Circo

 

Nau de Ícaros se desdobra em duas companhias

Circus – Quando você saiu da Nau de Ícaros?

Alex – A Nau de Ícaros teve uma primeira separação, em 1997, quando perdeu grande parte do elenco circense. [Em 92, alunos do Circo Escola Picadeiro criaram a Nau de Ícaros].  

A companhia perdia expoentes da técnica circense, as pessoas que respiravam e transpiravam a técnica circense. No meio de 1998, da companhia original, ficamos eu e o Marco.

Marco tem veia artística teatral. Eu trabalha com técnicas do circo, dava as aulas, treinava e coordenava a escola.

Chamei algumas pessoas para fazerem os números comigo como, por exemplo, mão a mão, double trapézio, malabarismo, esquetes de palhaço, canastilha etc. 

Houve a separação definitiva em 2002. Do elenco original só havia eu. O Marco ficou com algumas pessoas que não tinham a veia circense e atraiu pessoas que tinham mais a ver com teatro e dança.

 

Intrépida Trupe/ Foto Divulgação

Circo Zanni (2012)

 

Representação do circo brasileiro na Europália

Circus – A Nau de Ícaros foi convidada em 2012 para ser o representante circense na Europália?

Alex – Como representante de circo, acho que houve um equívoco de quem foi o curador da Europália [em 2012]. Na minha opinião, o Circo Zanni, por exemplo, a Intrépida Trupe e outras companhias incríveis que trabalham com circo deveriam ir à Europália.

 

Apresentação de formatura do Cefac/ Foto Paulo Barbuto (http://www.paulobarbuto.com/Arte/Circo-Espet%C3%A1culos/CEFAC/i-p48LcKb/1/L/2008_04_19_203525-L.jpg)

 

Fundação do Centro de Formação Profissional de Artes Circenses

Circus – Você fundou o CEFAC (Centro de Formação Profissional de Artes Circenses). O que aconteceu com o centro?

Alex – A gente entrou com o projeto no Sebrae, o projeto andou, chegou à diretoria do Sebrae, aos coordenadores de cultura, e eles disseram que estava tudo certo. De uma hora para outra, do nada, disseram que a diretoria negou o projeto, disse que o circo não estava dentro do interesse do Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas].

O projeto estava lá havia um ano… E ai dezem que o circo não estava no foco.

Eu e o Rodrigo Matheus resolvemos tocar o projeto assim mesmo, só que teríamos que cobrar mensalidade e a cobrança não estava nos planos, pois seria tudo de graça

Mudamos o rumo, cobramos mensalidade, e tocamos o projeto mais ou menos na íntegra, com a verba da mensalidade.

Como só contávamos com a mensalidade, não tínhamos nem verba para os oito coordenadores que seriam necessários, e nem para a direção, então tocamos o projeto diretamente com ótimos professores, amigos que aceitaram a ganhar uma hora-aula baixa.   A gente se dedicou muito e não ganhou nada.

Eram 240 horas mensais de aulas e nas aulas a gente tinha preparação física, acrobacia, dança e teatro. Tivemos todas as aulas de teoria com a Erminia Silva [professora da Unicamp e estudiosa do circo], tivemos curso de história do circo, curso de anatomia.

Nos dois primeiros anos do Cefac fiz todas as atividades, foi muito bom para me desenvolver como artista, uma formação que eu não tinha tido mas que consegui fazendo as aulas com os alunos. Era tudo muito difícil e a falta de dinheiro foi apertando… 

Chega uma hora em que acaba o gás. E acabou.

O Cefac tem de voltar, é preciso elaborar o projeto com alguma verba, que pode ser a do prêmio Carequinha, e voltar com a expectativa ajustada à realidade.

O Cefac não é um curso universitário, é um curso livre que propõe dar formação àqueles que querem se profissionalizar. Por exemplo, a Maíra Campos foi estudar na Bélgica [na Esac – École Superieure des Arts du Cirque – em Bruxelas]. Se não tivesse ido, faria o Cefac, porque o curso tinha uma carga horária de seis horas por dia e ela não precisaria viajar para ter formação circense.

Voltei a falar com o Rodrigo sobre o projeto (Cefac) pois acredito muito nele como um ação no futuro. É um projeto maravilhoso, mas tem que ter algum tipo de apoio e as perspectivas adaptadas à realidade.

Circus – Como foi o contato com Rodrigo Matheus, do Circo Mínimo?

Alex – O Rodrigo ficou até o ano retrasado (2010) com o Cefac. Vai fazer dois anos que o Cefac fechou, a parte artística, pelo menos. Rodrigo tem um pensamento generoso com a arte. O artista, no geral, tem generosidade com a arte, mas o Rodrigo tem de uma forma exacerbada.

 

Galpão do Circo/ Foto Divulgação

 

Galpão do Circo: 15 anos de ensino do circo

Circus – Como, quando e por que você fundou o Galpão do Circo?

Alex – Eu me separei da Nau de Ícaros em 2002, mas já nesse tempo comecei a coordenar e dirigir um projeto de escola lá. Eu preparava aulas e treinava muito. O projeto da escola nasceu aí.

Fiquei com 30% dos equipamentos que a escola tinha e com o espaço, [que passou a se chamar Galpão do Circo].

A Nau de Ícaros foi para outro espaço, depois de uns oito meses, em setembro de 2002. Não houve nenhuma mudança estrutural pedagógica, só uma mudança simples de nome, porque eu era a pessoa que detinha a coordenação técnica, eu dava as aulas, fazia tudo, dirigia, arrumava os aparelhos. É por isso que eu digo que a escola existe há 15 anos e não há apenas dez anos como Galpão do Circo.

Circus – A escola Galpão do Circo, segundo o site, é a maior do país. 

Alex – A escola tem 360 alunos. Não sei se é a maior escola de circo do Brasil, mas posso falar que é uma das maiores e posso quase que afirmar que o Galpão do Circo é a escola que tem mais aparelhos pendurados para que os alunos usufruam do aparelho. São mais de 35 tecidos e 32 trapézios e há 50 colchões grandes e quase 200 colchões menores para colocar embaixo de todos esses aparelhos e 20 pernas de pau.

Para ter aproveitamento bom, todo mundo tem que de fazer aula coletiva. Aqui os alunos têm duas horas de aula. O Galpão conquistou dinamismo nas aulas. É minha busca constante a melhoria, seja técnica, artística ou pedagógica.

Circus – A maioria dos alunos que procuram o Galpão é de crianças e  jovens?

Alex – A escola tem 230 crianças e adolescentes, de 4 a 16 anos, e uns 100 alunos adultos ou um pouco mais, a gente deve estar com 360 alunos, contando com o pessoal da capoeira e do projeto Aprendiz de Circo. 

Circus – É mais fácil dar aulas para crianças, para jovens ou para adultos?

Alex – Não acho mais fácil para nenhum deles. O adulto tem uma condição física mais estabelecida, que dificulta o aprendizado, por outro lado, tem questões de entendimento em que você consegue achar caminhos racionais. Com as crianças, eu achava que não dava para fazer isso, mas cada vez mais acho que as crianças são muito espertas e uso cada vez mais questões racionais para explicar as coisas e elas entendem. É uma boa surpresa. Cada um tem as suas facilidades e as suas dificuldades.

 

Fernando Sampaio, em oficina de pais e filhos no Galpão do Circo

Tomás, filho de Fernando Sampaio, em oficina de pais e filhos no Galpão do Circo

 

Oficina de pais e filhos

Circus – Há oficinas para pais e filhos juntos?

Alex –  Hoje [7 de dezembro de 2012]  vamos ter uma oficina de pais e filhos. Na semana passada, foi de acrobacia. Não é uma aula técnica ou sem preparo, mas é para ser mais divertida entre pais e filhos.

Circus – Como é seu marketing? Como os alunos chegam até o Galpão?

Alex – É o boca a boca que mostra o contínuo aprimoramento. E comecei a fazer mais apresentações na escola para mostrar o trabalho. Na parte técnica, os alunos são avançados. Eles trazem os amigos, nós apresentamos os cabarés mensais, há o minicabaré sempre no final de junho e as crianças vêm com os pais nas apresentações de encerramento no teatrinho.

Circus – O aprendizado apresenta algum risco?

Alex – Sim, porque mesmo o aluno caindo num colchão pode se machucar. Em qualquer atividade física há risco. Digo que aqui o risco é menor do que em aulas de capoeira, vôlei, futebol ou nos recreios de escola porque, como o circo tem o risco iminente, cuidamos muito mais da segurança. Por isso, posso afirmar que não há no Brasil nem, talvez, no mundo, uma escola que tenha tanto colchão quanto o Galpão do Circo. A questão da segurança é levada muito a sério.

Circus – Quais as modalidades que o Galpão do Circo oferece?

Alex – Cursos de aéreos, aulas de lira, tecido, tecido marinho, corda lisa, corda indiana, perna de pau, acrobacias de solo, pirâmides, cama elástica, minitrampe, arame, rola-rola, malabarismo, trapézio e as variantes de trapézio – “double”, trapézio triplo. Fora isso, há a parte de palhaço e, na área de iniciação, uma vivência de aéreos.

Circus – Qual o método para ensinar as artes circenses?

Alex – O método é você ter como objetivo o espetáculo. Como a gente tem um tempo restrito com o aluno, que é inexperiente, tem de ter o objetivo claro e já começar a trabalhar com o tempo marcado para dar preparo físico, ensinar um pouco de acrobacia e várias técnicas circenses. No caso da iniciação – que oferece várias técnicas –, o aéreo acaba sendo mais fácil (entre aspas) porque tem uma determinada técnica.

No primeiro dia de aula, o aluno sabe qual o tema do espetáculo, o roteiro de esquetes e números. Tem de brincar de circo e ser dinâmico.

Circus – Como é feita a escolha dos professores?

Alex – Ser um artista ou ter vivido a experiência como artista. A pessoa tem de gostar de dar aulas, além de ter o conhecimento técnico e artístico.

Circus – Como são as oficinas mensais do Galpão do Circo?

Alex – As oficinas mensais, às sextas-feiras, são temáticas e vieram junto com a proposta do curso de férias que agora a gente começa a oferecer também para adultos. A oficina mensal veio com o raciocínio de criar algo a mais para os alunos. São gratuitas para eles. Ao mesmo tempo abrem oportunidade para quem é de fora, pagante, mas não pode vir às aulas regulares. Já demos oficina de acrobacia em dupla para pais e filhos.

 

"As Mil e uma Notas", no projeto Aprendiz de Maestro do Tucca (2012)

 

Participação no projeto Aprendiz de Maestro, da Tucca

Circus – Como é a parceria com o Paulo Rogério Lopes no projeto Aprendiz de Maestro, da TUCCA?

Alex – Conheci o Paulo quando a gente fez o segundo grande espetáculo da cia. Nau de Ícaros, “O Pallácio não Acorda”, com o texto dele que é muito bom, e a gente ganhou vários prêmios.  

Como assumi a escola em 1997, 1998, já teve um primeiro espetáculo, em 2000. Chamei uma equipe de treinamento, que eram os alunos mais antigos da escola, para montar o espetáculo e convidei o Paulo Rogério Lopes para fazer o roteiro e a direção e eu ajudei na direção. Montamos o espetáculo “Moby Dick” com a participação dos alunos.

Na sequência fiz outro espetáculo com Paulo, “Depois que o Sono Bate”. Ele fez o roteiro e assumi um pouco mais a direção. Paulo fez ainda o roteiro deste ano (2012) para a turma de iniciação dos adultos, sobre os 12 trabalhos de Hércules.

Fizemos outro espetáculo de final de curso, com o tema “Escola de Super-poderes”, que é um texto superdivertido e espirituoso.

Dou aulas para crianças de 6 a 11 anos e vejo que elas têm capacidade total, como os adultos, de falar um texto, de entender, de interpretar.

A partir de fevereiro de 2013, às sextas-feiras, vou chamar alunos para montar um grupo e fazer um trabalho como “O Aprendiz de Maestro”, da Sala São Paulo.

 

Alex Marinho e Paulo Rogério Lopes

 

 

Equipe de professores do Galpão do Circo

 

Alex Marinho

Aluno do Circo Escola Picadeiro e integrante da Nau de Ícaros de 1992 a 2002. Idealizou o Galpão em 1997 na companhia – um espaço de ensino e pesquisa, embrião do galpão. Em 2003 fundou o Cefac, Centro de Formação Profissional em Artes Circenses, com o objetivo de formar artistas profissionais de circo.

Lucca Ianchity

Professor de Iniciação ao Circo. Começou com malabarismo aos 13 anos e depois aprendeu números aéreos, acrobacia e equilíbrios. Aos 17 anos, praticou ginástica olímpica e acrobática e, aos 18 anos, começou a dar aulas. Integra a Companhia Brasileira de Circo e o Teatro Circo Fractais.

Cássia Theobaldo

Professora de Iniciação ao Circo. Começou a aprender os números circenses aos 16 anos e não parou mais. Após 13 anos de prática e pesquisa, é professora de aéreos e acrobacia e integra o elenco do Circo Fractais. Foi a convidada do Circo Zanni no espetáculo de 2012.

Du Circo

O professor de malabarismo é artista circense formado pelos grupos Acrobático Fratelli e Fractons. Participa de convenções circenses em vários países, como Alemanha, Chile, Dinamarca e Eslovênia. Faz parte da organização do Circo no Beco, é um dos apresentadores da Noite dos Renegados e já foi premiado como malabarista. É o Dr. Pinheiro no grupo Doutores da Alegria e integrante do grupo Os Burlescos.

Hernani Albuquerque

Professor formado em educação física e pós-graduado em Treinamento Desportivo pela FMU. Integrou a seleção brasileira adulta de Ginástica Olímpica. Integra o grupo Fractons Teatro-Circo.

Ricardo Rodrigues

Especialista em técnicas aéreas e criador da cia. Solas de Vento. Realiza trabalhos em parceria com os grupos Linhas Aéreas, Circo Mínimo, Circo Fractais, Núcleo Artérias e Cia. Jorge Garcia. Em 2003 foi aprovado pelo Cirque du Soleil como arista potencial na categoria de acrobata aéreo. Em 2004 e 2006, foi aprovado na categoria de ator físico.

Mestre Brasília

O professor de capoeira Antonio Cardoso Andrade ensina há quase 50 anos capoeira, samba, maculelê, puxada de rede.

 

 

ATIVIDADES DO ESPAÇO

 

Oficina para empresas

No espaço, há oficinas de circo para 50 pessoas de uma empresa, que se dividem em cinco pequenas oficinas de 40 minutos e mais 40 minutos para ensaio de dois espetáculos. O pessoal da empresa tem de formar dois times. A missão é aprender malabarismo, pirâmide humana, perna de pau, cama elástica, tecido liso (aéreo) e esquetes de palhaço. Das 9h00 às 12h30 e das 15h00 às 18h30.

 

Aula-festa

Cada aula-festa dura três horas e ocorre às sextas, sábados e domingos. Sextas: das 13h00 às 16h00 ou das 18h00 às 21h00. Sábado e domingo: das 10h30 às 13h30 ou das 16h30 às 19h30. Para 80 pessoas.

A festa se inicia num circuito acrobático com seis estações. As crianças circulam livremente pelas atividades. Às 19h30 é encerramento geral, com os parabéns. O circuito tem corda em balanço, trapézio fixo, minitrampolim, subida em corda e rolamento em plano inclinado, cama elástica, tirolesa e tecido acrobático. Para até 15 crianças. Preço: R$ 2.500,00; para 50 crianças, R$ 4.710,00.

 

Cursos regulares

Há cursos para crianças de 3 a 6 anos; 6 a 8 anos; pré-adolescentes de 9 a 12 anos; adolescentes de 13 a 16 anos, jovens e adultos, de janeiro a dezembro. Cada turma tem uma apresentação no final do ano. As aulas para crianças e adolescentes mudam o programa nos meses de janeiro e julho e nesses meses o Galpão faz programação especial e intensiva para essas turmas com quatro aulas na semana.

 

Cursos de férias

São cursos intensivos de circo que combinam atividades físicas, brincadeiras e o ensino de técnicas circenses, com trapézios, malabares, camas elásticas, cordas e tecidos. Para adultos e crianças a partir dos 4 anos.

 

Iniciação e Aventuras Acrobáticas do Baú Encantado

São cursos regulares de circo, que misturam brincadeiras e jogos aos números circenses. Nas férias, têm duração de uma semana. O fio narrativo são histórias e signos musicais

 

Serviço

Galpão do Circo – Rua Girassol, 323, Vila Madalena. Tels. 11 3815-6147 e 3812-1676.

 

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Entrevista Cristina Benozatti

Texto Mônica Rodrigues da Costa

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