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Grupo circense retorna ao país com peça intimista

 

Goos Meweesen e Helena Bitencourt em Branco / Foto Divulgação

 

MARIA LUÍSA BARSANELLI
DE SÃO PAULO

Depois de dirigir as cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi-2014 e de abertura dos Paraolímpicos, o suíço Daniele Finzi Pasca buscou “um processo de purificação”.

“Eram espetáculos, do ponto de vista tecnológico, tão grandes que em seguida regressamos para algo mais íntimo”, conta o encenador à Folha, por telefone, de Lugano (Suíça), sede da companhia que leva o seu nome.

Assim nasceu “Branco” (no original “Bianco su Bianco”), peça que o coletivo Finzi Pasca apresenta em São Paulo a partir desta quinta (1º) e depois segue para Belo Horizonte (9 e 10/9, no Sesc Palladium) e Rio (14 e 15/9, no Sesc Ginástico).

Calcado na pesquisa do palhaço e do teatro oriental, o grupo mistura elementos circenses ao teatro dramático. Já encenou por aqui “Donka – Uma Carta a Tchékhov” (2010), “Ícaro” (2012) e “La Verità” (2013). Também é de Finzi Pasca a direção de “Corteo”, do Cirque du Soleil, que veio ao Brasil há três anos.

Em “Branco”, porém, há menos acrobacias e mais histórias –muito contada por meio de imagens. Em cena, a brasileira Helena Bittencourt e o holandês Goos Meeuwsen contam uma trama “delicada, de um sofrimento e uma redenção”, explica o diretor.

“Fala de uma criança que cresce no meio de uma violência extrema e, quando encontra o amor, sua vida muda. É como uma pequena história de luz, de esperança.”

Assim, Finzi Pasca pontilha o cenário, quase nu, de uma série de lâmpadas incandescentes, cerca de 400 bulbos, ligados num conjunto apelidado de “floresta de vaga-lumes”. “É uma iluminação simples, mas que se tornou uma máquina sentimental”, comenta o encenador. “Cada ponto de luz se acende e se apaga reagindo à história, à intensidade da voz.”

Às luzes se juntam imagens nostálgicas, que remetem à infância dos personagens, surreais (como um hipopótamo antropomórfico) e oníricas (uma chuva de pétalas).

O grupo, formado por 50 artistas de 18 nacionalidades, apresenta-se na língua local–aqui, em português. “Trabalhamos com a voz do estrangeiro. Quando alguém fala numa língua que não é a sua, com suas dificuldades, como uma criança, abre portas para um mundo de imagens.”

BRANCO
QUANDO qui. a sáb., às 21h, dom., às 18h; até 4/9
ONDE Sesc Santo Amaro, r. Amador Bueno, 505, tel. (11) 5541-4000
QUANTO R$ 12 a R$ 40
CLASSIFICAÇÃO 14 anos 

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