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“Mixórdia no Picadeiro” em foco

 

Palhaço Piolin/Reprodução do livro "Mixórdia no Picadeiro"

 

 

Piolin, segundo o “palhaço da burguesia”

Oscar Pilagallo, especial para Panis & Circus *

Num registro autodepreciativo, Oswald de Andrade (1890-1954) certa vez referiu-se a si próprio como o “palhaço da burguesia”. A definição tinha o intento de qualificar a obra produzida antes de sua conversão ao comunismo.

À primeira vista, pode parecer que o modernista desprezava tanto a burguesia quanto a figura do palhaço. Um olhar mais atento à sua biografia, no entanto, mostra que suas restrições se limitavam à classe social dominante, à qual, aliás, ele mesmo pertencia. Quanto ao palhaço, Oswald era seu fã confesso, sobretudo de Abelardo Pinto (1897-1973), o Piolin.

 

Palhaço Arrelia/Reprodução do livro

 

A conhecida admiração do escritor por Piolin é abordada em Mixórdia no Picadeiro – Circo-teatro em São Paulo (1930-1970), de Walter de Sousa Junior, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Universidade de São Paulo e pesquisador da cultura popular brasileira. No livro, publicado em 2011, ele argumenta que a expressão circense serviu aos modernistas de 1922 para sintetizar a brasilidade que eles procuravam nas artes.

Oswald de Andrade não foi o primeiro nem o único modernista a ressaltar a importância do Piolin. Antes dele, Antonio de Alcântara Machado já destacava a improvisação de suas pantomimas como um elemento que diferenciava sua atuação da que era mais comum na escola europeia da época. Sobre a arte de Piolin, Alcântara Machado considera que ela “revela o Brasil”. Diz ele: “Improvisa brasileiramente tudo. É tosca. É nossa. É esplêndida”.

 

Cartazes de peças do circo-teatro/Reprodução livro

 

Sousa, porém, considera que a visão de Alcântara Machado — de que o circo seria depositário da essência brasileira, sem contágio estrangeiro — tem um “viés erudito e generalizante”. Trata-se, diz ele, de “uma construção intelectual”.

O debate sobre o papel de Piolin para o modernismo surge a partir da análise do circo-teatro realizada por Sousa, cuja pesquisa teve como base a documentação da Divisão de Censura do Departamento de Diversões Públicas do Estado de São Paulo, resgatada pelo crítico de teatro Miroel Silveira (1915-1988) e incorporada à ECA. 

 

Cartaz da peça "Silvio, o Cigano" do circo-teatro/Reprodução arquivos

 

O circo-teatro, na expressão do autor, é uma “expressão híbrida de duas linguagens cênicas, tão marcante na vida cotidiana tanto de cidadãos quanto de camponeses, especialmente durante o século XX”. Para ele, “esse hibridismo inclui a influência assumida de outros meios e outras linguagens: do teatro francês à comédia de costumes brasileira; do humor radiofônico às gags das comédias cinematográficas mudas americanas; das manchetes de jornal à linguagem do cordel”.

Daí a “mixórdia” referida no título do livro, e que reflete também a visão de Silveira. “A defesa que Silveira faz do circo não se apoiava num purismo inexistente no fazer circense”, mas numa expressão que se equilibrou entre “a cultura popular e a cultura de massa”.

 

Roger Avanzi (Palhaço Picolino), Franco Alves Monteiro (Palhaço Xuxu – último parceiro de Piolin) e Waldemar Seyssel Filho: fontes do livro “Mixórdia no Picadeiro  

 

É dessa perspectiva que o circo interessava a Oswald de Andrade. Os modernistas aprenderam a gostar de circo, mas havia divergências entre eles. Alcântara Machado, como visto, identificava uma brasilidade pura no gênero. Outros negavam o papel de vanguarda ao circo. É o caso do modernista carioca Tristão de Athayde, que não se entusiasmava com Piolin.

Em texto do final dos anos 20, Tristão de Athayde, pseudônimo do escritor Alceu Amoroso Lima, dizia que “o circo é regionalismo urbano” e, como tal, “não esgota a nossa alma — nem pode também o Piolin fazer o mesmo”.  O autor não nega a genialidade do palhaço, mas sua relevância cultural. “Que a nossa melhor inteligência nova se esforce em ficar nisso, porque convencionalmente, dogmaticamente, devemos ser primitivos, é fazer apenas academismo às avessas.”

 

Acima: banquete dos modernistas oferecido a Piolin; abaixo: Oswald de Andrade, à esq. Piolin, com chapéu na mão, e Mario de Andrade, de terno branco /Reprodução do livro

 

Oswald de Andrade, no entanto, não vestiu a carapuça do demagogo literário oferecida por Tristão de Athayde. Segundo Sousa, ele se deixou seduzir pela possibilidade de que Piolin engrossasse o caldo do seu próprio projeto modernista, a poesia Pau-Brasil.

O “primitivismo nativo” desdenhado por Tristão de Athayde é, na opinião de Oswald, “o grande achado do Movimento de 1922”. E as farsas de Piolin, com as quais o próprio Oswald contribuiu, se tornaram, de acordo com Sousa, “o exemplo definitivo desse primitivismo”.

Assim, o teatro, ausente na Semana da Arte Moderna, teria nos anos seguintes tido no circo um modelo, uma inspiração para fazer renascer a dramaturgia no Brasil, “de baixo para cima”.

 

Mixórdia no Picadeiro – Circo-teatro em São Paulo (1930-1970)

Autor: Walter de Sousa Junior

Editora: Fapesp

214páginas. 

 

Leia mais sobre Roger Avanzi – o Palhaço Picolino, uma das fontes do livro “Mixórdia no Picadeiro, no Panis & Circus 
Clique aqui e leia – Picolino: Sucesso no desfile da escola
Clique aqui e leia – Palhaço Picolino deu o ar da graça na Bienal 
Clique aqui e leia – Nerino, o histórico palco-picadeiro do circo-teatro – comentário de Oscar Pilagallo

 

Oscar Pilagallo é jornalista. Trabalhou para vários veículos de imprensa, entre eles a Folha de S.Paulo e a BBC de Londres. Nos anos 2000, editou a revista EntreLivros. É autor, entre outros, de A aventura do dinheiro (2000), O Brasil em sobressalto (2002),  História da imprensa paulista (2012) e a história em quadrinhos O Golpe de 64 (2014), que tem texto seu e desenhos de Rafael Campos Rocha.

Capa: Livro “Mixórdia no Picadeiro”, o autor Walter de Sousa Junior e Xuxu – último parceiro de Piolin

Postagem – Alyne Albuquerque

 

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