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Números circenses do Fuerza Bruta valem por si

 

Foto Divulgação - Folha de S. Paulo

 

Espetáculo é ao mesmo tempo simples e impressionante, diz crítico da Folha 

17/04/2015

Em sua primeira encarnação, como De la Guarda, nos anos 1990, era teatro tão bom quanto sexo, como proclamava um “banner” no teatro de Londres, em frase creditada ao jornal “The Guardian”.

Mais ou menos contemporâneo aos ingleses Théâtre de Complicité e Stomp, este também em cartaz em São Paulo, ao catalão La Fura dels Baus e ao canadense Cirque du Soleil, entre outros, o grupo argentino também trocou narrativa linear e diálogo por movimento, música, sensações.

Hoje, já como Fuerza Bruta e em seu terceiro espetáculo, “Wayra”, é um sexo um tanto repetitivo, mecanizado. Cenas daquele primeiro espetáculo, “Villa Villa”, e sobretudo do segundo, “Fuerzabruta”, retornam agora.

É o caso do homem vestido de terno que corre sobre uma esteira e não para mesmo quando leva um tiro e cai ou então quando atravessa paredes.

É o caso também da piscina transparente que desce sobre o público, que pode então tocar, mediado pelo plástico, as mulheres que nadam do outro lado.

Já era difícil, nas encarnações anteriores, achar significados em cenas assim, ao mesmo tempo simples e, pela proporção que tomam, impressionantes.

Agora, com produção em escala mundial que já passou por Pequim e segue em cartaz em Nova York, onde há duas décadas o grupo é atração turística, é ocioso buscar desculpas metafóricas para o que é, em suma, uma sequência de números de circo.

Um circo que, como Cirque du Soleil ou Stomp, foi inventivo em sua origem e merece louvor por se manter tão divertido tanto tempo depois.

Outra diferença, em relação ao teatro “tão bom quanto sexo” que nasceu pelas mãos de Diqui James e Pichón Baldinu, este fora do grupo desde 2002, está na interação.

Antes tinha até beijo de ator na boca de espectador, mas hoje o contato está mais para uma brincadeira familiar, como quebrar placas de isopor na cabeça dos adultos e das muitas crianças que agora vão às apresentações –ou então içar voluntários para caminhar no alto da grande bolha de plástico que cobre o público, mais para o final, no quadro Globa.

Um registro: o Fuerza Bruta jamais enfrentou a série de acidentes que marcou, quatro anos atrás, o musical da Broadway “Spider­Man: Turn Off the Dark”, de acrobacias aéreas parecidas, mas teve ao menos um episódio de queda de cenário sobre o público, no ano passado. A cena foi retirada.

WAYRA ­ FUERZA BRUTA

QUANDO: QUI. E SEX., ÀS 21H; SÁB., ÀS 18H E ÀS 21H; DOM., ÀS 17H; ATÉ 31/5

ONDE: GINÁSIO MAURO PINHEIRO (PARTE DO COMPLEXO DO GINÁSIO DO IBIRAPUERA), AV. ABÍLIO SOARES, 1.300, TEL. (11) 4003­5588

QUANTO: DE R$ 80 A R$ 180

CLASSIFICAÇÃO: LIVRE (ATÉ 13 ANOS, ACOMPANHADO PELOS PAIS) 

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