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Palhaçadas com Os Geraldos, de Campinas

 

Cena do espetáculo com o grupo Os Geraldos/Fotos Augusto Fidalgo

Funarte abre espaço para criação e experimentação

A companhia Os Geraldos integra o projeto Ocupação Coletivos Unicamp e ocupa em janeiro a sala Carlos Miranda, no Complexo Cultural Funarte, na capital paulista, no centro paulistano. A peça “Números para Crianças”, com direção de Roberto Mallet, tem uma sucessão de esquetes independentes, mas que mantêm uma identidade narrativa, seja devido à permanência de um mesmo personagem em vários quadros, seja pelo estilo marcante de cada palhaço.

Segundo a assessoria de imprensa do grupo, “Números para Crianças” teve origem no primeiro espetáculo de Os Geraldos, “Números” (2007).  

As atrações são clássicos de cortina no circo, que os palhaços apresentam nos intervalos dos números de risco, e quase não usam palavras ou diálogos. A divisão do espetáculo é eficaz. Consiste em traçar um círculo – pelo menos, imaginário – no centro do palco e, com poucos objetos cênicos, apresentar piadas com desfechos previsíveis, tradicionais do picadeiro, do tipo: se um palhaço sobe em uma cadeira, é claro que vai se desequilibrar e cair de forma cômica.

Como o espaço cênico é relativamente amplo, o elenco explora entradas e saídas pelas cortinas laterais do palco, o que dá dinamismo às passagens de uma cena para outra.

A atração que faz mais sucesso entre o público infantil é a de um bicho engraçado e que cospe água na plateia. O nome dele é Tomaz – uma criatura com cabeça de lhama e corpo humano.

Algumas cenas sem palavras são claras e satisfatórias, como o número das facas e o de contorcionismo chinês, que faz uma paródia do clássico do picadeiro. Outras esquetes, porém, mereciam diálogos para que os espectadores as compreendessem melhor, pois tratam de situações imaginárias, difíceis de serem decodificadas.

Como mérito, o espetáculo aproveita com criatividade e presença cênica a precariedade de recursos de figurino e cenografia, o que salienta a característica mambembe do grupo e lhe dá um valor positivo.

 

Palhaço e músico da peça "Números para Crianças"/Foto Alice Dlaalarrondo/Divulgação

O que é o Projeto Ocupação Coletivos Unicamp

O Circuito Teatral de Barão Geraldo reúne várias companhias formadas pela Universidade de Campinas e é um núcleo de pesquisa e difusão da arte dramática e circense. Grupos importantes na cena paulista tiveram nele sua origem: o Lume Teatro, a Cia. Razões Inversas, Os Fofos Encenam e Boa Companhia.

O projeto apresenta 12 espetáculos na sala Carlos Miranda, da Funarte, até abril de 2013, de nove grupos de teatro, como a companhia Zero Zero, que entrou na faculdade em 2000 e se formou em 2003, e a Honesta Cia. de Teatro, que conclui o curso no primeiro semestre deste ano.

Ficha técnica

Grupo Os Geraldos. Direção: Roberto Mallet. Elenco: Douglas Rodrigues Novais, Marina Milito, Carolina Delduque, Gustavo Valezi Veloso e Julia Cavalcanti. 

Serviço

Sala Carlos Miranda no Complexo Cultural Funarte São Paulo – Alameda Nothmann, 1.058, Campos Elíseos. Tel.: (11) 3662-5177. Capacidade: 70 lugares. Duração: 50 minutos. Indicação: Livre. Sábados e domingos, às 16h00. Preço: R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudantes com carteirinha, pessoas com mais de 65 anos e classe teatral). Até 3/02. A bilheteria abre uma hora antes da apresentação.

(Mônica Rodrigues da Costa)

 

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