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Papa é pop
“Francisco bota fé no povo e lava a alma do Brasil”
Da Redação
O clima da multidão que saiu às ruas no Rio para ver o papa Francisco em sua primeira visita ao país durante a Jornada Mundial da Juventude (22/7 a 28/7) foi de comoção e euforia.
O esquema para o translado do pontíficie do aeroporto do Galeão até o Centro do Rio, em sua chegada, na segunda-feira 22/7, falhou e o carro parou em um engarrafamento na avenida Presidente Vargas. A comitiva foi cercada por populares que queriam tocá-lo para desespero da equipe de segurança que cercava o veículo – um Fiat Idea.
O papa estava tranquilo e distribuiu sorrisos, beijou o bebê (Miguel Coelho, de 7 meses, que virou ‘celebridade’), deu a mão para a advogada Maria do Carmo Freire Miranda, de 40 anos e acenou para a multidão. As janelas do carro estavam abertas.
No Palácio da Guanabara, o discurso do papa foi de 15 minutos; o da presidente Dilma Rousseff levou o dobro do tempo. Ele fez um apelo para que os jovens e idosos não sejam isolados do “tecido social”. Ela preferiu enaltecer as ‘virtudes’ de seu governo e do ex-presidente Lula em 10 anos de governo.
Na terça-feira 24/7, panê no metrô tumultou chegada de fiéis à missa que inaugurou a Jornada. Apesar do transtorno, o público que compareceu foi estimado entre 500 a 600 mil pessoas. D.Orani Tempesta, arcebispo do Rio, celebrou missa em intenção dos jovens de todo o mundo, em especial os dependentes químicos e perseguidos.
Na quarta-feira 25/7, em Aparecida do Norte (a 180 km de São Paulo) e no hospital São Francisco de Assis (Rio), o papa Francisco voltou a bater na tecla das drogas e chamou os traficantes de “mercadores da morte”. Pediu também aos jovens que deixassem de lado “ídolos passageiros” como dinheiro e poder. Em sua primeira missa pública, em Aparecida, e disse que vai voltar ao Brasil, em 2017, quando se festejam 300 anos desde que a imagem de Nossa Senhora foi encontrada por pescadores.
Na quinta-feira 25/7, em visita à favela da Varginha, num discurso político e enfático o papa convocou os jovens a continuar a protestar contra a corrupção e por mudanças no Brasil. “A realidade pode mudar”, disse. “Não desanimem”. Acrescentou que o esforço de pacificação do governo do Rio não será uma solução duradoura enquanto os problemas sociais não forem atacados.
Ainda na quinta, mais um percalço da visita do papa a organização da Jornada Mundial da Juventude mudou o roteiro da viagem. Parte dos eventos previstos para Campus Fidei (em Guaratiba, zona oeste do Rio) foram transferidos para Copacabana. Com as chuvas, a área de Campus Fidei se transformou em um lamaçal pondo em risco a segurança dos participantes do evento.
Na sexta-feira 26/7, a imagem de São Francisco de Assis, feita pelo escultor Helio Petrus, de Mariana (MG), foi entregue ao papa em cerimônia no Palácio São Joaquim, sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Em pronunciamento na Praia de Copacabana, Francisco reconheceu, em público, ‘incoerências’ na Igreja que assumiu e pretende articular uma reforma da Cúria assim que retornar a Roma.
No sábado 27/7, em seu compromisso mais esperado desde que chegou ao País, o papa Francisco reuniu 3 milhões de peregrinos na Praia de Copacabana, segundo os organizadores da Jornada, para acompanhar a Vigília de Oração. O pontíficie só chegou a Copacabana, às 18h40, mas desde o início da manhã milhares de pessoas o aguardavam na praia. Além de ser o maior público já registrado em um evento em Copacabana, superou em 1 milhão o número registrado na edição anterior do JMJ, em Madri. No discurso, pediu dedicação, disciplina e persistência na construção de uma “Igreja Viva”. E criticou cristãos “pela metade, engomadinhos, de fachada”.
Ainda no sábado 27/7, pesquisa Datafolha feita com os fiéis que estiveram em Copacabana para a Jornada Mundial da Juventude destaca que eles adotam posturas mais liberais do que eles próprios esperam da Igreja Católica. A pesquisa revela que 65% dos ouvidos defendem a utilização de camisinhas e 53% apoiam o uso de pílulas anticoncepcionais.
No domingo 28/7, na missa final da Jornada, o papa deu a benção aos fiéis que se aglomeraram em Copacabana e apontou os jovens como os atores principais do fortalecimento da Igreja e anunciou encontro, em 2016, na Polônia. “A igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que os caracteriza.” No caminho de helicóptero para Copacabana, o papa sobrevoou o Cristo Redentor, que ficou fora do roteiro oficial. Da sacristia montada no palco, o pontíficie assistiu que foi anunciado como o “maior flash mob do mundo”, uma dança coreografada que fez leigos, padres e até bispos e cardeais dançarem ao som da música “Bem-vindo Francisco”.
Em entrevista de quase 1h30 no voo de volta para Roma, o papa Francisco disse que os gays não devem ser discriminados, mas sim integrados à sociedade, e que o Vaticano se prepara para acolher divorciados. “Se uma pessoa é gay, procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la”. Mas afirmou também que não haverá nova posição da Santa Sé em relação ao aborto, casamento gay e ordenação de mulheres.
No balanço da Jornada Mundial da Juventude, a prefeitura do Rio diz que a cidade bateu recordes. Recebeu dois milhões de turistas e a economia movimentou R$ 1,2 bilhão.
Euforia e comoção
“Se havia dúvida sobre o clima nas ruas para a visita do papa Francisco ao Rio, seu primeiro passeio ontem à tarde, mostrou que o tom será de euforia e comoção. Uma multidão recebeu o papa com empolgação no centro da cidade. Todo o espaço que pudesse ser escalado para dar uma melhor visão do papa foi usado – árvores, postes, andaimes, as escadarias do Theatro Municipal e da Biblioteca Nacional”. As informações são da Folha de S.Paulo.
“Papa Francisco – cadê você? Eu vim aqui só para te ver”
“Foram horas de esperada, de busca pelo melhor lugar, de vigília em pé e ansiedade, mas eles fariam tudo de novo. Os milhares de brasileiros e estrangeiros que lotaram as ruas do centro do Rio para ver o primeiro papa latino-americano comemoraram a rápida passagem do papamóvel pela região e se emocionaram mesmo com os poucos segundos de aceno do papa Franscisco.
Os jovens de um coral da Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, cantavam: “Papa Francisco/Cadê você/Eu vim aqui só para te ver”.
Susto com engarrafamento
A comitiva do papa errou o trajeto e permitiu que fiéis se aproximassem do carro que o levava e conseguissem tocá-lo para desespero da equipe de segurança que cercava o veículo. Em vez de seguir pela pista do meio da avenida Presidente Vargas, o comboio papal usou a pista lateral, onde estavam estacionados vários ônibus que tinham sido desviados da outra pista. O automóvel em que o papa seguia, de vidros abertos, ficou preso entre ônibus e centenas de fiéis. Foram 12 minutos para percorrer 500 metros.
Em entrevista concedida à noite, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, reconheceu que o cerco ao carro do pontífice causou apreensões em sua comitiva, mas disse que o resultado acabou sendo “positivo”.
“O secretário do papa me disse que, quando o carro parou, sentiu medo. Mas o papa, por sua vez, estava sorridente, tranquilo, acenando para as pessoas com a janela aberta. Foi uma experiência extraordinária, onde ele conseguiu ver de perto o entusiasmo dos jovens”, contou Lombardi. (Folha de S.Paulo).
“Nem ouro nem prata”
“Não tenho ouro nem prata”, falou o papa Francisco em português tranquilo e impecável, diante de uma plateia VIP que se abalou de Brasília até o Palácio da Guanabara para lhe beijar a mão, descreve a colunista Vera Magalhães, da Folha de S.Paulo. Entre eles estava o governador do Rio, Sergio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, o presidente do Senado Renan Calheiros e o da Câmara, Henrique Alves.
“O contraste das palavras do papa era enorme não só com o tom empolado e marqueteiro da fala de Dilma, ademais bem maior que a do visitante, mas também com os atos da audiência emperdigada que o aplaudia”.
Merval Pereira, colunista de O Globo, segue na mesma linha. “Enquanto o Papa discursou por apenas 15 minutos, a presidente Dilma levou o dobro do tempo para dar um tom político claramente fora de hora. Como que esperando que o Papa fosse se referir aos recentes protestos ocorridos no país, Dilma tratou de se justificar, repetindo a tese de Lula, que atribuiu os protestos aos sucessos dos governos petistas.” Mas o papa ateve-se à exaltação da força dos jovens, tema específico da Jornada Mundial da Juventude.
“Francisco bota fé no povo”
“No primeiro dia de sua visita Francisco lavou a alma do Brasil. Engarrafado na Presidente Vargas, num carro com janela aberta, acariciou uma criança. Era apenas um homem que não tem medo do povo. Percorreu a muy leal cidade de São Sebastião em cenas inesquecíveis. Seu percurso não foi demarcado pelos batalhões de choque, mas por cordões de jovens voluntários, com camisetas amarelas. Pouco depois, o papa estava no jardim do Palácio da Guanabara, num cenário cavernoso, com o prédio protegido pelo Batalhão de Choque.” (…) “Os distúrbios ocorridos nas cercanias do Palácio Guanabara faziam parte do cotidiano do governador Sérgio Cabral, não da rotina de Francisco. Nesse sentido, a janela aberta do carro, o papamóvel com as laterais livres e o cordão dos voluntários vinham da agenda da igreja, botando fé no povo e nos jovens. Num discurso impróprio, a doutora Dilma referiu-se às ‘mudanças que iniciamos há dez anos’. Louvava a década do pontificado petista diante de um pastor cujo mandato começou há 2013. Não entenderam nada”, escreve o colunista Elio Gaspari, na Folha e no Globo.
Fala por gestos
“Está na boca dos teólogos e na percepção dos fiéis: Francisco é um homem que fala por gestos. Dito isso, seu comportamento no primeiro dia de visita ao Brasil só reafirma o quão franciscano esse jesuíta tem se mostrado. Tudo começou anteontem em sua partida do aeroporto de Roma. Lá, ele não delegou sua valise a assessor nenhum. Quando subiu a escadaria do avião, a mala preta que levava na mão esquerda contrastava com sua batina branca. Durante o voo, Francisco saiu de seu assento na primeira classe e foi conversar com os jornalistas que estavam acomodados na classe econômica. Lá, falou de forma paciente com cada um dos repórteres antes de voltar a seu lugar.” As informações são de O Estado de S.Paulo
Ídolos passageiros
Durante a missa em Aparecida, na quarta-feira 24/7, o Papa Francisco afirmou que: “É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros”.
“Não desanimem na luta anticorrupção”
Com um discurso político na Favela da Varginha, no Complexo de Manguinhos, zona norte do Rio, o papa mandou seu recado aos jovens na quinta-feira 25: “A realidade pode mudar”, disse. “Não desanimem”.
O papa não perdeu a oportunidade para manifestar seu apoio àqueles que lutam contra a corrupção e por mudanças sociais, em referência aos protestos que ganharam as ruas do país. Fontes do Vaticano confirmaram ao Estado que essa forma pela qual o pontíficie optou por lançar sua mensagem aos manifestantes. “Aqui, como em todo o Brasil há muitos jovens. Vocês têm uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício”, afirmou.
“Beber um cafezinho e não um copo de cachaça”
Depois de dizer, logo no primeiro discurso, que “Cristo bota fé nos jovens”, Francisco cativou os moradores da Favela da Varginha, na quinta-feira 25/7, com expressões brasileiríssimas, segundo O Estado de S.Paulo. “Queria bater em cada porta, dizer bom dia, pedir um copo de água fresca, beber um cafezinho, disse o papa em bom português logo no começo da saudação aos fiéis, que já começaram a aplaudir e gostaram ainda mais quando veio o improviso: “Não um copo de cachaça”.
Papa admite ‘incoerência’ da Igreja
Durante a via-crúcis realizada na sexta-feira 26/7, o papa Francisco reconheceu pela primeira vez em público as incoerências Igreja e, em plena Jornada Mundial da Juventude costurou politicamente sua reforma da Cúria — que será iniciada assim que retornar a Roma. Em um recado a todos que estão insatisfeitos com as instituições católicas, pede que voltem a colocar Cristo no centro de suas vidas. “Jesus se une a tantos jovens que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho”, declarou o papa. Em pouco mais de quatro meses de pontificado, Francisco tem evitado temas como os escândalos sexuais da Igreja. Mas sabe que os problemas afetaram de forma profunda a imagem e a credibilidade do Vaticano. Parte deles vem justamente de dezenas de padres e bispos que, por anos, abafaram escândalos em comunidades, enquanto a Santa Fé fez vista grossa. Sua referência no discurso de ontem foi um sinal, segundo o Vaticano, de que o papa sabe que precisa lidar com esse assunto em algum momento. E, de uma forma mais geral, terá de começar a passar dos símbolos a uma concretização de suas promessas de mudanças. As informações são de O Estado de S.Paulo.
Fiéis são mais liberais que o papa, destaca Datafolha
Os católicos que foram na quinta-feira (25/7) à Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana, dizem adotar posturas mais liberais do que aquelas que eles acreditam que o Papa Francisco deveria ter, segundo o Datafolha. Enquanto 65% defendem o uso de camisinha, 55% dizem que o papa deveria assumir essa posição. Fenômeno simular ocorre com a pílula: 53% afirmam aprovar o seu uso, mas o índice cai nove pontos percentuais (44%) quando se questiona se essa deveria ser a postura do papa. A legalização da união homossexual tem o apoio de 25% e o índice cai quatro pontos percentuais (21%) quando se pergunta se o papa deveria apoiar essa medida. Em temas como aborto dentro dos limites da lei (22% fiéis e 22% papa), casamento de padres (29% fiéis e 30% papa) e mulheres celebrando missas (36% fiéis e 35% papa) não há divergências praticamente entre o que os fiéis defendem e o que eles acreditam que deveriam ser a posição do papa. O levantamento foi feito no Rio com 1279 participantes. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou menos. As informações são da Folha de S.Paulo.
“A carne não é território do pecado”
Para se reinventar, a Igreja precisa voltar às suas origens e abandonar o dualismo entre corpo e espírito, que segrega as mulheres e dita uma ética sexual incompatível com o presente”.
A opinião é de Juan Arias, jornalista e escritor, correspondente do “El País” no Brasil, e autor de “Jesus, esse grande desconhecido” e “A Bíblica e seus segredos” em artigo no jornal O Globo (sábado 27/7).
Clique aqui para ler o artigo “A carne não é território do pecado”, de Juan Arias no jornal o Globo.
A viagem de vinda e volta
Foi com os brasileiros que o humor do papa Francisco foi explícito em sua viagem de vinda ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Com o repórter do Estadão, ele brincou: ‘Os argentinos dizem que têm um papa argentino. E vocês o que têm?’, questionou ironicamente. Antes de uma resposta fosse dada, emendou. ‘Vocês têm Deus’, caindo na gargalhada. ‘Deus é brasileiro!’ exclamou. Questionado sobre quem ganhará a Copa do Mundo de 2014 – uma vez que Deus é brasileiro e ele é argentino –, o papa apenas olhou para o céu, com ar de suspense, e deixou o resultado nas mãos de Deus.”
Em sua viagem de volta, o papa concordou em dar uma entrevista sem conhecimento prévio das perguntas — como pediam seus antecessores — aos jornalistas que o acompanharam no voo entre Rio e Roma, após ter participado da JMJ. Não houve tema tabu. Falou de tudo e não deixou pergunta sem resposta. Seguem alguns itens:
O que carrega na bolsa – Não tenho a chave da bomba atômica. Eu sempre fiz isso. Quando viajo, levo minhas coisas. E dentro o que tem? Um barbeador, um breviário (livro de liturgia), uma agenda, tinha um livro para ler sobre Santa Terezinha. Sempre levei minha maleta. É normal.
Aborto e casamento gay – A Igreja já expressou perfeitamente sobre isso. Eu não queria voltar sobre esse tema (no Rio). Não era necessário, como também não falei sobre outros assuntos. Eu não falei sobre o roubo, sobre a mentira. Para isso, a Igreja tem uma doutrina clara. Queria falar de coisas positivas, que abrem caminho aos jovens. E qual é a do papa? É a da Igreja, sou filho da Igreja.
Carismáticos – Eu vou dizer uma coisa: nos anos 1970, início de 1980, eu não podia nem vê-los (os carismáticos). Uma vez, disse a seguinte frase: ‘eles confundem uma celebração musical com uma escola de samba’. Eu me arrependi. Vi que os movimentos bem assessorados trilharam um bom caminho. Agora, vejo que esse movimento faz muito bem à Igreja. Esses movimentos são uma graça para a Igreja. A Renovação Carismática no serve apenas para evitar que alguns sigam os pentecostais. É importante para a própria Igreja que se renova.
Mulheres – Sobre a ordenação, a Igreja já falou e disse quenão. João Paulo II disse com formulação definitiva. Esta porta está fechada. Nossa Senhora, Maria, é mais importante que os apóstolos. A mulher na Igreja é mais importante que os padres.
Bento XVI – É um homem de Deus, de reza. Hoje, ele mora no Vaticano. Alguns me perguntam: como dois papas podem viver no Vaticano? Eu achei uma frase para explicar isso. É como ter um avô em casa. Um avô sábio. Eu o convidei para vir comigo em algumas ocasiões. Ele prefere ficar reservado. Se tenho alguma dificuldade, não entendo alguma coisa, posso ir até ele. Sobre o problema grave do Vaticano (vazamento de documentos secretos do Vaticano), ele me disse tudo com simplicidade.
Matrimônio – Essa é uma pergunta que sempre se faz. A Igreja é mãe. Ela cura os feridos. Ela não cansa de perdoar. Os divorciados podem fazer a comunhão. Não podem quando estão na segunda união. Esse problema deve ser estudado pela Pastoral Matrimonial. Há 15 dias, esteve comigo o secretário do sínodo dos bispos, para discutir o tema do próximo sínodo. E posso dizer que estamos a caminho de uma Pastoral Matrimonial mais profunda. Um cardeal disse ao meu antecessor que a metade dos matrimônios é nula, porque as pessoas se casam sem maturidade ou porque socialmente devem casar. A questão da anulação do casamento deve ser revisada.
Oscar: “Nunca pensei que fosse gostar tanto de um argentino”
O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, que trata de um câncer no cérebro, foi abençoado pelo papa durante a cerimônia da quinta-feira 25/7, no Palácio da Cidade, em Botafogo. Ele se ajoelhou e o papa tocou sua cabeça. “Se não curar dessa vez, não vai curar nunca”, afirmou Schmidt. Ao deixar o local, ele falou em tom de brincadeira que não diria o que conversou com o papa. “A maior benção que você pode ter é a do papa. Não pediria nada para mim, porque minha vida foi muito boa. Esse é um país com uma população sofrida e ele veio em um momento muito importante para o Brasil”, disse. A vinda dele é a cereja do bolo. Nunca pensei que fosse gostar tanto de um argentino”, destaca O Estado de S.Paulo.
Novos milagres
“O papa já fez seu primeiro milagre: o mundo gostar de um argentino”, escreve José Simão, colunista da Folha.
Há mais piadas sobre a visita do papa e os milagres a ele atribuídos.
“Ficou preso num congestionamento no Rio, de janela aberta, e não foi assaltado; cumprimentou toda aquela gente importante que vimos na TV e continua com seu anel de prata; fez com que o governador Sérgio Cabral andasse de carro; foi fotografado sem que a cabeça do ministro Mercadante aparecesse em seu ombro direito”, escreve o jornalista Carlos Brickman em sua coluna.
Postagem: Alyne Albuquerque
Tags: Francisco, Jornada Mundial da Juventude, Papa, Vaticano