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Parlapatões na farsa medieval “Totalmente Pastelão!”
Palhaçadas com pastelão “calzoni” e tortas de morango
Livros clássicos sobre a produção poética medieval, em prosa ou verso, explicam o gênero farsa, forma do espetáculo “Totalmente Pastelão!”, dos Parlapatões, em cartaz no Teatro Alfa até 16 de setembro.
Hoje “farsa”, palavra que apareceu registrada em 1505, conforme o dicionário “Houaiss”, representa uma comédia popular com situações ridículas. Algumas farsas passam a incluir canções ao longo da história dessa forma dramática desde então.
Hugo Possolo, ao criar o texto de “Totalmente Pastelão!”, baseou-se em obra do século XIII. O enredo do espetáculo ambienta os acontecimentos em atmosfera típica da farsa.
Na peça, esse clima é promovido pelos personagens malandros e mendigos, Chico Farofero e Resmelengo, que enganam os donos de uma doceria para se dar bem.
A farsa medieval era escrita em verso prosaico, herdado provavelmente dos clérigos vagantes dos séculos XI e XII, de acordo com o especialista Segismundo Spina.
Nos séculos XII e XIII, conta Spina no livro “A Lírica Trovadoresca”, a versificação era ensinada nas escolas.
Spina afirma que os poetas faziam “malabarismos de composição, com muita liberdade”.
Reconhecer essas características em “Totalmente Pastelão!” é um divertimento e tanto. Mesmo que o espectador não conheça essa história da poética, também se entretém com as rimas dos diálogos, que ainda se misturam às piadas de palhaços.
Resmelengo, lengo, lengo está com fome e a missão dos trapaceiros é furtar o “calzoni” de calabresa que Dulcinéia prepara para seu marido Tartamelo.
Com jogos de palavras, rimas onomotopaicas e muitos erros engraçados, típicos dos palhaços, Chico e Resmelengo conseguem enganar os doceiros, mas, no final, são descobertos.
Sobram sopapos e tortas para tudo quanto é lado. A plateia participa atenta e ainda sai suja do farelo de pão que os dois palhaços farsantes compartilham ao intergir com o público.
Ficha técnica
Texto e direção: Hugo Possolo. Elenco: Alexandre Bamba (Chico Farofero), Fabek Capreri (Resmelengo), Carmo Murano (Dulcinéia) e Armando Júnior(Tartamelo). Assistência de direção: Carlos Baldin. Cenografia e figurinos: Hugo Possolo. Iluminação: Reynaldo Thomaz. Trilha sonora: Paulo Soveral. Costureira: Alice Correa. Desenho e identidade visual: Werner Schulz. Operação de luz e som: equipe do Teatro Alfa. Comunicação: Luisa Juppe. Produção executiva: Cristiani Zonzini. Assistente de produção: Janayna Oliveira. Coordenação de produção: Hugo Possolo e Raul Barretto.
Serviço
Teatro Alfa – rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco. Tel.: 5693-4000. Até 16/09. Sábados e domingos, às 17h30. Preços: R$ 15,00 e R$ 30,00. Site www.ingressorapido.com.br
Link: www.teatroalfa.com.br
Links sobre os Parlapatões:
https://www.panisecircus.com.br/clip-2/
https://www.panisecircus.com.br/engravatado-raul-barretto-estreia-em-nois-otarios/
(Mônica Rodrigues da Costa)
Tags: Alexandre Bamba, hugo possolo, parlapatoes, Totalmente Pastelão!
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