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Na TV, Dilma promete ouvir “as vozes da rua”

 

Confronto Brasília / Foto UOL

 

Presidente afirma que os “manifestantes tem direito de questionar tudo e propor mudanças. Mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira”.   

Da Redação 

Após os protestos que levaram um milhão de pessoas às ruas, no 14º dia de manifestações (20/6), em 75 cidades do país, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que vai convidar representantes dos manifestantes para conversar porque “a voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada”. Acrescentou também que os órgãos de segurança “devem coibir, dentro da lei, toda forma de violência e vandalismo”.

O fato é que os protestos anteontem aumentaram mesmo após a redução das tarifas de transportes públicos em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Foram registradas cenas de violência e vandalismo em 13 das 25 capitais, assegura o noticiário.

Em São Paulo, a sétima manifestação em 15 dias, a de quinta-feira 20, aconteceu de forma pacífica e reuniu 100 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Após os confrontos da terça-feira (18), os conflitos e hostilidades se limitaram aos participantes, afirma o Estadão. Há quem concorde que foi uma festa pacífica na avenida Paulista em comemoração a redução das tarifas dos transportes públicos e há quem lamente os incidentes entre os manifestantes e militantes dos partidos que foram hostilizados. Os petistas, o maior grupo, deixaram o ato, constata o noticiário.

Pesquisa Datafolha feita na Paulista, com 551 pessoas, durante o ato de comemoração, constata que a maioria dos manifestantes defende a democracia (87%) e Joaquim Barbosa, presidente do STF, notabilizado após relatar o processo do mensalão, é o favorito à Presidência com 30% das intenções de voto. Marina Silva, que tenta viabilizar o seu partido, Rede de Sustentabilidade, vem em segundo lugar com 22% e em terceiro com 10%, a presidente Dilma. Protestar contra a corrupção foi a razão de metade dos manifestantes irem às ruas, à frente da luta contra o aumento das passagens (32%). Segundo a Folha, “trata-se de um resultado esperado: no dia anterior, o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já haviam reduzido a tarifa do transporte público.”         

Brasília teve protesto mais violento

Durante as manifestações, Brasília teve o protesto mais tenso e e violento de sua história, quando a manifestação que reuniu 30 mil pessoas descambou para uma batalha campal na Esplanada dos Ministérios”, segundo a Folha de S.Paulo (20/6). Os manifestantes foram reprimidos ao tentar invadir o Palácio do Itamaraty.

 

Manifestação na Av. Paulista - SP / Foto Uol

 

No Rio, que reuniu pelo menos 300 mil pessoas (pela TV parecia muito mais) na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, confronto entre manifestantes e policiais deixou um saldo de 55 feridos.

Em São Paulo, a participação do PT na manifestação rendeu piada feita pelo humorista Helio de La Peña. “Petistas querem aderir às passeatas com o grito de guerra: ‘abaixo nós’”, escreveu, no Twitter.

 

Manifestação na Av. Paulista / Foto UOL

 

Agora, os pedidos nos protestos traduzidos em cartazes, escritos a mão, não se concentram mais na redução das tarifas dos transportes públicos. Seguem, alguns exemplos:

 “Eu quero a cura para a corrupção”, “Queremos escolas padrão Fifa”, “Queremos hospitais padrão Fifa”,  “Quantas escolas vale um Maracanã?”, “Japão eu troco nosso futebol por sua educação”, “Enfia 3,20 no SUS”, “Abaixo a PEC 37”, “Sou neta de político e ele não me representa”, “Gente, a passagem do busão já baixou. Agora, vamos derrubar o Feliciano?” e até os irônicos “Não gosto de bala de borracha joga Halls”, “Eu quero bolsa Louis Vuitton” e em inglês “The snake will smoke, my friend” (a cobra vai fumar, meu amigo).    

 

Manifestação em Brasília / Foto UOL

 

E “O povo unido não precisa de partido” é o novo grito de guerra, destaca o noticiário.    

“Alguma coisa está acontecendo no Brasil. Você pode ser contra, a favor ou mesmo ficar em cima do muro. Mas não pode negar a frase de Galileu Galilei: ‘Eppur si muove’ (ainda se move)”, resume o jornalista Fernando Gabeira, no Estadão.

 

Veja abaixo cartazes das manifestações:

Manifestação em Minas Gerais - G1

 

Critica aos gastos com os estádios / Foto Globo.com

 

"A cobra vai fumar, meu amigo", diz o cartaz / Foto Facebook

 

Ironia com as bolsas do governo e a marca famosa / Foto G1

 

Manifestação no Rio de Janeiro / Foto Veja.com

 

Frase adaptada do comediante Mussun, que integrava "Os Trapalhões" /Foto Canal Tech

 

Critica à verba destinada aos estádios versus a que vai para educação / Foto G1

 

Cartazes em inglês com Basta em português contra a corrupção / Foto G1

 

Crítica aos gastos com a Copa das Confederações / Lista 10.org

 

Tentativa de fazer graça com o kinder ovo a 1 real / Foto G1

 

Sinalização que a manifestação era pacífica: "Mãe, tô bem!" / Foto Veja SP.com

 

Ironia com o pastor Feliciano: "Eu quero a cura para corrupção" / Foto G1

 

Os promotores também ganharam adeptos: "Abaixo a PEC 37 / Foto G1

 

Em defesa da saúde/ Foto Lista 10.org

 

 

Postagem: Alyne Albuquerque

 

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