Arte em Movimento
“Quanto riso, quanta alegria”…
Festa de Piolin reúne os donos da graça
Agatha Tibiriçá, de São Paulo
Bell Bacampos
Segunda-feira, dia 1º de abril: de terno e gravata, Juca Ferreira, secretário municipal de Cultura de São Paulo, chegou ao Teatro Municipal para comemorar o “Dia do Circo” (27/03). Ele mostrou habilidade circense ao equilibrar uma pizza de tecido na ponta de uma vareta.
A festa reuniu craques da palhaçaria: Fernando Sampaio, do La Mínima e Circo Zanni (acompanhado do filho Tomás); Hugo Possolo e Raul Barretto, dos Parlapatões, Marcelo Lujan e Pablo Nordio, do circos Amarillo e Zanni.
Ao lado do Teatro Municipal, a Cooperativa Brasileira de Circo montou uma lona azul com a ajuda do Centro de Memória do Circo e da Prefeitura de São Paulo. Lá, foram apresentados números circenses: de malabares, equilíbrio e palhaçadas.
Os Palhaços Musicais (Bacalhau, Mingau e Pernilongo) fizeram rir e os Irmãos Becker apresentaram números de malabares e equilíbrio na lona.
Ao som de marchinhas da Bandinha Circense, o malabarista Darli brincou com o público nas escadarias do teatro e o palhaço Tchutchuco mostrou seu nome saindo da cabeça.
Tradicionais circenses como Zé Wilson, do Circo Escola Picadeiro, e Marlene Querubim, do Circo Spacial, deram também o ar da graça.
“Vamos comer Piolin?”
Às treze horas começou o almoço em homenagem a Piolin, com discurso engraçado e emocionado do ator Pascoal da Conceição, presidente da Associação dos Amigos do Centro de Memória do Circo. Em uma mesa estava a linha de frente feminina de defesa do circo, entre elas, Verônica Tamaoki, do Centro de Memória do Circo, e Bel Toledo, da Cooperativa Brasileira de Circo.
Graciosa, de chapéu coco e nariz pintado de vermelho, Verônica conta, em prosa, que “a primeira vez que se comemorou publicamente o aniversário de Piolin foi em 1929, quando os modernistas Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti Del Pichia, Oswald de Andrade, entre outros, promoveram um almoço em um dos restaurantes paulistanos mais conceituados da época”.
Ela acrescenta que, “anunciado pela imprensa como ‘Festim Antropofágico’, o evento teve como prato principal o próprio aniversariante. Considerando que os índios antropófagos, em que os nossos modernistas se inspiraram, comiam seus inimigos para adquirir suas qualidades, o ator de comer Piolin de maneira simbólica foi a maior homenagem que um artista poderia receber. Tempos depois, em 1972, ano em que se festejou o cinquentenário da Semana de Arte Moderna, 27 de março (dia do nascimento de Piolin) foi decretado oficialmente pelo Estado de São Paulo como o Dia do Circo”.
Durante o almoço, o secretário Juca Ferreira agradeceu ao convite para participar dos festejos em homenagem a Piolin e deixou claro que quer dialogar com a classe cricense em busca dos melhores caminhos para o circo.
Houve ainda passeata no centro da cidade com malabaristas, moça bonita de perna de pau, índia de azul no estilo americano, com laço no ar.
O presidente da Abracirco, Camilo Torres, pegou o microfone em frente ao teatro para saudar o Dia do Circo.
Nenhum dos palhaços presentes ao evento soube explicar ao Panis & Circus porque o Dia do Circo deste ano foi comemorado também no dia 1º de abril. Dias antes, em 27 de março, houve homenagem ao dia no Centro de Memória do Circo, na Galeria Olido, com a presença de Roger Avanzi, 90 anos, o palhaço Picolino 2, do Circo Nerino.
Os palhaços responderam que 1º de abril é dia de brincadeiras com a mentira e voltaram a pergunta à reportagem: o site tem algo contra duas festas para Piolin? Claro que não.
“Quanto mais riso e alegria”, melhor.
Tags: Bruno Edson, dia do circo, fernando sampaio, hugo possolo, Juco Ferreira, marcelo lujan, pablo nordio, teatro municipal, veronica tamaoki
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