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Tomates, Tamancos e Tesouras na pele da palhaça

 

 

Fernanda Araujo, especial para o Panis & Circus

Quem nunca pensou em cometer um crime? Nem que fosse um crimezinho contra aquele colega que traiu tua confiança, caro leitor! Pois é, somos humanos, assim como a dama de nome composto que protagoniza o espetáculo Sobre Tomates, Tamancos e Tesouras, solo de Andrea Macera, em cartaz no Teatro Cacilda Becker, até 4 de março. A montagem conta o drama de Mafalda Mafalda, atriz decadente acusada de uma série de crimes, inadequações e gafes. E, cá entre nós, quem nunca cometeu um erro, na certeza de que estava fazendo tudo certo?

 

Andréa Macera interpreta Mafalda Mafalda

 

A montagem começa quando Mafalda Mafalda entra em cena sob vaias, levando tomatadas. “Eu não fiz nada. Eu juro!” justificou a personagem à plateia. “Do outro lado, não rolou”. A moça surge com traje de gala, vestido chique, gola bufante, tirara de brilhantes, luvas, sapatos prateados e meia calça vermelha. Nas mãos, uma mala e um guarda-chuva. Havia um glamour, sim, mas a decadência ficava evidente na expressão corporal e na sujeira provocada pelos tomates. Um brinco caiu em cena e havia falta de energia até para recolocá-lo. Então, a protagonista explica que se apresentava em um cabaré, mas não agradou ao público. Algo deu muito errado e ela passa a compartilhar sua versão com o público.      

No palco escuro, com iluminação pontual e recursos típico do cinema Noir, Mafalda Mafalda maneja uma tesoura enquanto revela que as pessoas foram malvadas com ela. E que talvez ela não tenha gostado. Mas foi só isso. Ela jura que não cometeu nenhum crime. O delegado, porém, não acredita.

 

A figura do delegado: cigarro e pose masculina/Divulgação

 

Uma luminária desce do teto, sob um banco giratório, no canto do tablado. Ali, Andréa interpreta o delegado e a ré mudando a voz e os acessórios: o delegado com um cigarro na boca; a atriz, com algemas. A pose do delegado lembra uma espécie de entidade espírita e, entre uma acusação e outra, troca receitas de cappuccino com o assistente Moreira em sinal de descaso. Mafalda se sente coagida e confusa. Ela jura que não utilizou a tesoura enferrujada para retalhar metade da plateia que lhe jugara tomates, como ele diz. A cena de acusação é retomada em vários momentos, tornando-se cada vez mais intensa. A montagem não é linear, assim como a maioria das histórias policiais. 

Do lado oposto à delegacia, a atriz chora as magoas no bar da Jennifer em cenas recorrentes. Bebe muito, conta histórias e deixa na imaginação da plateia o que pode ter acontecido entre as duas.

Em um outro momento, Mafalda Mafalda relembra a infância com a mãe severa. A matriarca atirava os pesados tamancos com pontaria certeira e ameaçava pisar na garganta da menina se ela não fosse boazinha.

Em um dos depoimentos ao delegado, Mafalda disse que era de Jundiaí, ou de Chicago, e que ficou confusa por conta do trem que percorreu em uma das duas cidades. Ou nas duas cidades, já não lembra mais. A dúvida conduz à cena do trem representada por uma arara de roupas, na qual a atriz encara a lotação, furta uma carteira e tenta (sem muito sucesso) distribuir os panfletos de seu espetáculo. 

A bebedeira no bar da Jennifer, as roupas da arara e a mão boba do trem levam a uma das cenas mais divertidas da noite. Os quilos adquiridos com a idade fazem com que a dama não consiga entrar no vestido e abomine a barriga flácida. Não bastasse a decepção com o próprio corpo, ela não faz sucesso no baile e ainda atrai o que não gostaria (… bem digamos que atraia a sintonia da plateia, principalmente das mulheres…  daí, só assistindo).

Risos superficiais e profundos

Mafalda, Mafalda em cena/Divulgação

 

“Há vários níveis do riso. Desde o mais superficial, dela enganchada na mesa e no guarda-chuva; até um riso mais incômodo, como a situação do baile. Mafalda proporciona um olhar interessante para esse universo da mulher, pois vai além da questão corpo, além da questão estética. Fala da humanidade, toca no fracasso que ninguém quer ter, mas que existe”, explica Andréa Macera.

A palhaça Mafalda está mesmo a serviço do povo. “O palhaço tem a função de aliviar a plateia: ‘que bom que podemos rir disso’. É uma forma de discussão de gênero, da dificuldade em conseguir um trabalho, de enfrentar o trem lotado”. 

 

Como surge o espetáculo

Durante a entrevista ao Panis & Circus, Andréa Macera compartilhou uma história que diz muito sobre ela mesma, o nascimento deste espetáculo e sobre todos nós. Há cerca de 10 anos, a atriz participava de um processo seletivo para ingressar em uma organização especializada em palhaços e, como teste final, precisou apresentar um número de habilidade para julgamento da banca examinadora. Desprovida de talentos tipicamente circenses, a artista levou a tesoura da avó, pois achava que o objeto poderia ser útil na brincadeira com a plateia. Surgia ali um jogo de palhaço incrível, no qual a personagem ameaçava o público de forma engraçada, irreverente e interativa. A cena resultou na surpresa de todos os presentes (como o mestre Dagoberto Feliz, que contracenou com Andréa), mas não garantiu a aprovação na prova em decorrência do teor da organização – no caso, os Doutores da Alegria.

“Somente no final da apresentação me dei conta de que foi uma cena totalmente inadequada para o teste do emprego. Não passei, é claro, mas a cena foi um sucesso e provocou o público. Descobri o caminho de jogo interessante, diferente e sai com a sensação de que deveria começar um novo espetáculo”, disse Andrea sobre o número de palhaçaria com tesoura que traria um novo rumo à sua trajetória profissional.   

Presente na ocasião do teste, a competente Rhena de Faria ligou para Andréa e demonstrou interesse em dirigi-la na próxima empreitada. Tempos depois, as artistas escreveram um projeto para o edital do SESI e ganharam. “Foi uma loucura”, lembra Andréa. Já tinha experiência de improviso com o Lumi (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp) e estudei com Sue Morrison (mestre clown canadense), mas tivemos que correr. Em três meses estava tudo pronto!”, orgulha-se a diretora do grupo Teatro da Malfada.

 

Mafalda e a suposta arma do crime

 

Em 2009, estreava Sobre Tomates, Tamancos e Tesouras, com Andréa Macera, sob a direção de Rhena de Faria. Uma produção para adultos, indicada para maiores de 14 anos. “Não é proibido, mas o tema não interessa aos menores”, pondera a diretora, ao lado da filha pequena. Ela tem toda razão.

Atriz desde 1986, Andréa Macera aprimorou seu trabalho no grupo LUME – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp. Também estudou com Sue Morrison, mestre do clown canadense. Em 2005, fundou o Teatro da Mafalda.

 

Arte que leva à dor

Três quilos de tomate são gastos por temporada no atual espetáculo. No fim de cada noite, as frutas são recolhidas, ensacadas e levadas à geladeira para conservação.

 

Andréa conta que escorregou no palco várias vezes, mas nada grave. “O mais difícil é receber tomatadas. Como elas precisam ser certeiras, o contrarregra atira com força e, às vezes, doí muito. Uma vez pegou no meu olho e passei três cenas sem conseguir abri-lo.  Já fiquei cheia de hematomas, na barriga e nas pernas.” 

 

Desafio de despertar o riso

O palhaço mais comum é o tipo “Augusto”, escrachado, que se vende sozinho, se for preciso. Mas Andréa apostou no desafio de fazer um solo diferente.  

“Na palhaçaria, o ‘Branco’ faz a escada para o ‘Augusto’. Então, como no espetáculo só existe o primeiro personagem, a demanda é mais complexa. É preciso jogar com os elementos e a plateia em uma teatralidade muito forte”.

O sucesso do espetáculo Sobre Tomates, Tamancos e Tesouras rendeu à Andrea Macera o convite para participar de festivais, encontros e workshops. A palhaça “Branca”, séria, despertou a atenção e curiosidade da classe artística.

 

Encontro Internacional de Mulheres Palhaças

Em 2014, Andréa criou o Encontro Internacional de Mulheres Palhaças – festival indicado ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo para a Cultura 2017, na categoria Circo. O evento celebra a recente conquista das mulheres na profissão por meio de espetáculos, exibições de filmes, cabarés, oficinas e debates. A terceira edição, realizada em novembro reunindo 57 artistas, em 8 espaços da cidade de São Paulo (com desdobramentos nos municípios de São José dos Campos e Ribeirão Pires).

“Os caminhos de gags e cenas contemporâneas não são do palhaço tradicional. A maioria das mulheres palhaças vieram de outras artes (e não do circo) e trouxeram na bagagem outras experiências”, explicou a atriz que virou palhaça.

   

Oficina no Sítio Cultural Alsácia

 

 

Residência artística – Sítio Cultural Alsácia

Andréa Macera mora em Ribeirão Pires, próximo ao Sítio Cultural Alsácia que é sede do Pequeno Teatro de Torneado. O espaço vem ganhando destaque ao receber espetáculos e eventos culturais. De 2 a 4 de fevereiro, por exemplo, ocorreu a residência artística de imersão na palhaçaria, “Palhaço… um ofício”, sob o comando da própria Andréa.

A próxima atividade deve ser a Escola de Palhaças, que reúne cerca de seis professoras, no mês de julho. Vale ficar de olho na programação: sitioculturalalsacia.blogspot.com

 

Curta temporada

Sete anos após a estreia, o espetáculo circulou por grande parte do País, mas foi pouco apresentado em São Paulo, na cidade onde nasceu.  A temporada segue só até o dia 4 de março.

Serviço
Sobre Tomates, Tamancos e Tesouras

Local: Teatro Cacilda Becker. R. Tito, 295, Lapa.

Tel.: 3864-4513

Temporada: de 9/2 a 4/3

Horário: 6ª e sáb., às 21h; dom., às 19h
Preço: R$ 20.

 

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