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Um dia na vida do circo
Acompanhe o cotidiano da família de Guimarães, do Circo Fiesta
Durante a apresentação do 6º Festival Paulista de Circo, em Piracicaba, de 12 a 15 de setembro, o cotidiano de uma família circense, como a de Cesar Guimarães do Circo Fiesta, foi acompanhado pela reportagem de André Luís CIA, da Gazeta de Piracicaba.
Leia abaixo:
‘“Eu nunca vivi outra vida. O circo foi a minha escola e o meu maior aprendizado. Eu não sei como seria viver outra realidade. Até tenho pensado nisso ultimamente, mas não sei se conseguiria ficar longe de tudo isso por muito tempo. A única experiência que tive foi ainda da década de 70 quando saí para estudar artes plásticas (curso não concluído), mas fiquei com saudades e voltei.”’ “O desabafo emocionado do paulistano Cesar Guimaraes, de 51 anos, é o mesmo utilizado por muitos artistas circenses que não conseguem abandonar o picadeiro.
Guimaraes diz que a tradição circense em sua família é muito antiga. Vem do seu tataravô. Segundo ele, o tataravô era índio e foi ‘seduzido’ por ciganos para trabalhar numa companhia de circo. Assim começava a jornada de sua família nos palcos, que já está na sexta geração.
‘Hoje, os meus filhos também trabalham no nosso espetáculo e dão continuidade ao meu trabalho.’
Atualmente, Guimaraes fica apenas na parte administrativa do circo, mas diz que já passou por todas as etapas possíveis: foi palhaço, trapezista, além de ter desempenhado outras funções.
Recentemente, ele prestou assessoria para o ator e diretor Selton Mello durante as gravações do filme nacional “O Palhaço”. ‘Depois de passar minha experiência a eles vivi
um dos meus momentos mais lindos na profissão, que foi ver todo o elenco do filme improvisar uma apresentação só para mim’.
Mas a vida no circo não é feita apenas de bons momentos.
Os artistas do picadeiro tiveram que enfrentar uma das maiores dificuldades do segmento com a proibição dos animais nos palcos.
‘Nós tivemos que nos reiventar, mas conseguimos sobreviver a essa fase difícil. Porém, o grande problema que enfrentamos não foi esse. Ele ainda existe.
Trata-se da falta de políticas públicas para o circo. Existem programas para todas as artes, mas esqueceram do circo. O problema é que dependemos exclusivamente de bilheteria. Se não temos público, não há espetáculo.’
Apesar dos problemas enfrentados, Guimaraes acredita que o circo nunca vai morrer. Um dos principais atrativos que o Fiesta oferece ao público são as sessões teatralizadas. Além dos números comuns, há também uma história inserida dentro do espetáculo, o que garante emoção em dobro ao público.
FAMÍLIA UNIDA
Bruna (14 anos) e Arthur (11) são os filhos do casal Cesar e Jaqueline Guimaraes. Ambos nasceram em estados diferentes enquanto o circo permanecia em temporada naquela cidade.
Bruna é carioca e Arthur é paranaense. Por terem nascido e sido criados dentro de um ambiente artístico, eles destacam que a paixão pelo circo os cativou também e que hoje fazem questão de trabalharem no espetáculo com números específicos.
Bruna começou cedo na profissão: aos oito anos. Hoje, trabalha na corda indiana (fica pendurada de cabeça para baixo). Além disso, atua no trapézio. Já Arthur diz que preferiu seguir os passos do pai (Guimaraes foi palhaço do circo no passado) e hoje passou o bastão ao filho, que interpreta o palhaço Beijinho.
Ambos estudam e se dizem alunos aplicados. Eles frequentam e se aplicam às aulas porque consideram o estudo importante.
Bruna diz que ainda não sabe se pretende seguir carreira no circo ou se tentará outra carreira. ‘Gosto muito de música, mas ainda não decidi nada’. Por outro lado, Arthur diz, com convicção, que continuará os passos dos seus antepassados.
‘Não quero viver outra vida. Sou muito feliz com tudo o que o circo me dá.’”
Postagem: Alyne Albuquerque
Tags: 6º Festival Paulista de Circo, Circo Fiesta, Piracicaba
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