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“Vizinhos” dá asas à criatividade

 

“Vizinhos” no Teatro Santa Isabel, durante Festival de Circo do Brasil, em Recife / Foto Asa Campos

 

Da Redação

“Vizinhos”, apresentado no Festival de Circo do Brasil, em Recife, nos dias 10 e 11/11, no Teatro Santa Isabel, às 20h, traz uma história sobre a vida a dois, em estilo entrecortado e poético, explorando o teatro físico, o de objetos e atrações de equilibrismo e acrobacias.

A aramista Maíra Campos e o acrobata Daniel Pedro são os atores e circenses do espetáculo, conceberam a dramaturgia e assinam a trilha sonora junto com a diretora Lu Lopes, a palhaça Rubra.

 

Acrobacias em cima da mesa de jantar / Fotos Asa Campos

 

“A estética circense está presente em “Vizinhos”, só que fundida à arte conceitual e à popular, como na cena da ginasta dançarina com a cabeça de touro, com coreografia ao som do sertanejo, meio forró, “Você Não Vale Nada”, de Dorgival Dantas na versão da cantora Tiê.

Uma briga de casal com final feliz finaliza o espetáculo e o resultado é uma chuva de plumas, originária de uma guerra de travesseiros ao som de “He Venido”, com Los Zafiros, evocando o circo dos anos 1960 e 1970”, descreve o espetáculo a jornalista e poeta Mônica Rodrigues da Costa, especial para Panis & Circus.

 

Plumas voam na briga dos "Vizinhos"/ Foto Asa Campos

 

“Vizinhos” flerta com o surrealismo ao mostrar um sofá que engole um homem, um livro que literalmente pega fogo em suas mãos, e um varal de arame que se transforma em um fio no qual a mulher se equilibra, como em uma metáfora da vida. É circo contemporâneo em sua melhor forma. 

 

Livro literalmente pega foto nas mãos de Daniel Pedro / Foto Asa Campos

 

Maíra Campos e Daniel Pedro são sócios do Circo Zanni e também da Artinerant´s, criada em 2014 por eles. “Vizinhos” é o primeiro trabalho da companhia e conquistou o público em Recife.

 

Maíra Campos e Daniel Pedro em cena / Foto Asa Campos

 

A coelhinha insinuante tenta fazer o acrobata perder o equilíbrio da cadeira / Foto Asa Campos

 

Ao final do espetáculo, Panis & Circus entrevistou espectadores no Teatro Santa Isabel, em Recife. 

Para eles, o espetáculo dá asas à imaginação ao trazer plumas voando, coelhinha em cena, cabeça de touro, livro que pega fogo e mulher pendurada em um cabide como se fosse um morcego.   

 

Asas à imaginação e ao morcego do cabide, dizem arquitetas  

A arquiteta Rebecca Dantas e a estudante de arquitetura Larissa Garrido conversaram com Panis & Circus sobre “Vizinhos”. 

Rebecca diz ter se divertido bastante porque o espetáculo “é bem-humorado e a performance, incrível. Eu vim ver porque uns amigos meus que fazem medicina e se dedicam à ‘palhaço-terapia’ me estimularam a vir ver, fizeram propaganda que era ‘muito bom’ e conferi que é mesmo”.  

Larissa concorda com Rebecca e acrescenta que “Vizinhos” “dá asas à imaginação, como a hora que ela está pendurada no cabide e parece um morcego. A trilha sonora é bacana e fecha com chave de ouro com o jogo de luzes e as penas voando”.

Larissa e Rebecca lamentam, contudo, que “muitas vezes a gente fica sem saber que têm espetáculos tão bacanas no teatro”. Acreditam que é “preciso ter mais divulgação”. 

 

Larissa Garido e Rebecca Dantas, em frente ao Teatro Santa Isabel, em Recife / Foto Bell Bacampos

 

 

“Eles são brasileiros?” pergunta a engenheira civil 

Maíra Campos pula da cama e fica no ar / Foto Asa Campos

 

Sandra Resende, 39, engenheira civil, assistiu “Vizinhos”, acompanhada de Manuela de Andrade e da menina Luiza Yuri, sobrinha de Manuela. 

Sandra afirmou que os artistas de “Vizinhos” surpreendem pela força, pela criatividade. E questiona: “eles são brasileiros?”. 

Panis & Circus responde: “são de São Paulo”. 

É que o festival trouxe companhias estrangeiras e o espetáculo de circo contemporâneo tem uma pegada europeia.

Já Manuela Vasconcelos de Andrade, 39, funcionária pública, achou “Vizinhos” um espetáculo “superinteressante”. Um misto de “teatro e circo porque trabalha o equilíbrio e a força. E gostei da mensagem: antes de saber o final (de um relacionamento) não dá para lamentar.”  Apesar das “brigas que tem até guerra de travesseiros”, é preciso esperar o último ato – a cena final em que eles se encontram novamente e ver que tudo “dá certo”.

A menina Luiza Yuri, que cursa o 3º ano primário, faz ginástica rítmica e afirmou que o espetáculo “é bem legal. Gostei muito quando ela anda no arame”.

 

Bonito de se ver

Maíra Campos no chão de “Vizinhos” / Foto Asa Campos

 

Daniel Pedro na frente da mesa / Foto Asa Campos

 

Para Malu Vieira, professora de tecido e estudante de letras, o festival – apesar de ter sua versão mais compacta – mantém qualidade técnica e artística. “Vizinhos é exemplo disso”.

Malu foi ver o espetáculo acompanhada de suas alunas: Lilian Queiroz e Fernanda Marques. 

A estudante Lilian Queiroz afirma que o enredo de “Vizinhos”, quase sem falas, “bem pensado e bem ensaiado, com gestos coordenados  – resulta numa interação de movimentos, sintonia em cena”. 

Fernanda Marques, estudante, e aprendiz de circo, acrescenta que “Vizinhos” é, sobretudo, um espetáculo “bonito”. Ela também destacou o documentário “Circo é …Circo”, do Sesc São Paulo, que considerou “excelente”, como outro ponto alto do festival.

 

 

Clique aqui para ler reportagem que fala de “Vizinhos” e “Carpinteiros em Domicílio” no Jornal do Commercio 

 

 

 

Postagem – Alyne Albuquerque

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