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Mineiros aplaudem “Vizinhos”

 

"Vizinhos": Maíra Campos, pendurada no cabide e Daniel Pedro deitado na cama / Foto Asa Campos

 

Espetáculo percorreu as cidades de Caxambu, São Lourenço, São Tomé das Letras e Três Corações.  

“Vizinhos”, espetáculo de Artinerant´s, realizou uma curta temporada, patrocinada pela Funarte, em quatro cidades mineiras (Caxambu, São Lourenço, São Tomé das Letras e Três Corações). Primeira parada: Caxambu, Praça 16 de setembro, às 18 horas, quinta-feira (23/7). No dia seguinte, sexta 24/7, foi a vez de São Lourenço, à Praça São João Lage, em frente ao Parque das Águas, às 18 horas. Em São Tomé das Letras, sábado (25/7), à Praça Barão de Alfenas, às 18 horas. E a temporada encerrou-se no domingo (26/7), em Três Corações, à Praça Odilon Resende Andrade (Praça Central da Cidade), às 19 horas, com calorosa acolhida do público.

Mônica Rodrigues da Costa, jornalista jurada do Prêmio São Paulo de Teatro Infantil e Jovem, crítica do “Guia da Folha” e editora do selo PubliFolhinha, comenta o espetáculo (leia abaixo). 

Daniel Pedro e o prato de macarrão; Maíra Campos e a planilha de contas, em “Vizinhos” / Foto Asa Campos

 

 

Vizinhos e a metáfora surrealista

Mônica Rodrigues da Costa, especial para Panis & Circus   

“Vizinhos” mistura a linguagem cenográfica dramática ao conjunto de aparelhos usados em variados números circenses que dois artistas apresentam enquanto vivem dois personagens mutantes.

O espectador logo reconhece que o palco representa uma residência, quem sabe um apartamento, que inclui um tipo de ginásio para exercícios acrobáticos com diferentes aparelhos: arame tenso; poltrona lançadora para saltos; cama que se transforma em prancha e mesa para exibições de equilibrismo.

Nesse cenário em que um ambiente espelha o outro, a dupla irônica de atores come macarrão frio e faz as contas do mês. Ela (Maíra Campos) dança com um figurino no cabide. Ele (Daniel Pedro) lê um livro na poltrona.

 

Daniel Pedro salta da poltrona / Foto Asa Campos

 

Porém a dançarina funde-se à roupa com a qual interage, e o ginasta salta da poltrona quando procura pelo livro, que se recusa a ser lido e some.

Cenas díspares assim podem ser consideradas como tendo sido construídas com princípios surrealistas. Incorporam o cotidiano linear de duas pessoas que são próximas, talvez sejam amigos, talvez um casal, aos números do picadeiro e criam novas imagens ou cenas ou enredos.

 

Maíra Campos e a máscara em cena de "Vizinhos" / Foto Asa Campos

 

E o que é o surrealismo, tendência na arte moderna dos anos 20 e 30 do século XX, após a experiência do dadaísmo e, em especial, do singular até hoje Marcel Duchamp (1887-1968)? Difícil descrever certos conceitos que nascem em um tempo e se desdobram até o presente integrando a linguagem popular.  

Encontro real (ou anedota) entre Freud (1856-1939) e Salvador Dalí (1904-1989), este, o mais surrealista entre os artistas, desmistifica a relação entre arte e surrealismo, quando, acreditando usar procedimentos da linguagem dos sonhos ou do inconsciente para fazer arte surrealista, Dalí teria ouvido de Sigmund Freud que sua estética passava longe dos mecanismos cognitivos identificados pela psicanálise e que são associados ao surrealismo.

Para Freud a arte não capta nem registra o inconsciente tal qual é, porque, diferentemente do sonho ou do lapso, do trauma ou do chiste, por exemplo, a obra requer elaboração – consciente – de imagens.

 

Poltrona engole Daniel Pedro / Foto Asa Campos

 

Ainda assim, o teatro se aproveita da utopia surrealista de produzir sentidos moldados diretos do inconsciente, conforme afirmou o ator, dramaturgo e escritor menos surrealista dos surrealistas Antonin Artaud (1896-1948): “O surrealismo não é um estilo. É o grito da mente que se volta para si mesma”. Um dos procedimentos de Artaud é o de unir à arte a subjetividade. Para ele a arte mesma teria sua própria subjetividade.

 

Cena de “Vizinhos” / Foto Asa Campos

 

Alguns artistas surrealistas como Dalí e Max Ernst (1891-1976) acreditavam que as imagens de determinada obra seriam produzidas pelo automatismo perceptivo, que revelaria o inconsciente, as brechas da formação de imagens automáticas, ou espontâneas – como ocorre no sonho, lapso, chiste. Ao contrário, as imagens no teatro, no circo, entre outras artes, são premeditadas. O artista já reuniu previamente as imagens que mostra, não se trata mais de formas que surgem automaticamente, como a do resultado de um lapso, por exemplo.

 

Maíra Campos, no chão, em “Vizinhos” / Foto Asa Campos

 

Em “Vizinhos”, a narrativa sobre o cotidiano encenada pelos dois atores é fundida às acrobacias – desses mesmos atores -, realizadas com mobiliário e utensílios domésticos como suportes das atrações circenses.

Acreditando que a impossibilidade de representação do inconsciente pela arte no momento atual – o inconsciente seria revelado somente por traços em chistes, sonhos, traumas, não haveria signos premeditados –, é possível admitir que a arte moderna e contemporânea é mais conceitual do que automática, e mais ready-made a la Duchamp, do que surrealista a la Dali.

A obra de arte nos permite somente ler suas imagens e o campo das metáforas e sua ressignificação, transignificação.

 

Maíra Campos e Daniel Pedro antes da guerra dos travesseiros / Foto Asa Campos

 

No que mais a montagem de teatro circo “Vizinhos” tem a ver com o surrealismo? O que chama a atenção, justamente, são os deslocamentos das funções dos objetos no espetáculo. Toda a cenografia da peça sofre alterações, ou rearranjos, no seu sentido literal, original, ou de função.

A escrivaninha, a mesa das refeições em uma residência, a cama, a sala de visita desse lar, as tarefas domésticas, interrompidas por um fio de arame tenso de uma dançarina aérea.

 

Acrobacia em cima da mesa / Foto Asa Campos

 

O tempo todo em que o espetáculo transcorre está ali aquele fio onde se escrevem a dança performática e o equilíbrio no arame, que deixam no ar o curso de acontecimentos em “Vizinhos”.

O espetáculo, sem palavras, dá margem para cada espectador criar a própria e única interpretação da história. A recepção é subjetiva. 

O enredo é simples e surrealista, no sentido duchaniano de deslocamentos de sentidos. Dois jovens dividem um espaço que talvez se possa chamar de lar de um casal ou simplesmente de um ambiente dividido entre uma moça e um rapaz em uma residência coletiva.

 

A coelhinha ‘sexy’ e irônica de Maíra Campos em “Vizinhos" / Foto Asa Campos

 

Eles atravessam com paródias todos os cômodos da casa, desconstituindo os significados sociais deles, a ponto de aparecer um coelho, em vez de uma mulher, e um touro, a dançar e provocar na sala de visitas.

Ele, interpretado por Daniel Pedro, e ela, por Maíra, compartilham o dia a dia que se multiplica em fantasia, em “loucuras surrealistas”.

 

Livro pega literalmente fogo nas mãos de Daniel Pedro / Foto Asa Campos

 

Daniel senta-se no sofá para ler um livro e o real se transforma em uma luta contra a poltrona e o abajur. Termina em acrobacias e num número em que o livro pega fogo.

Ao modo surrealista, a montagem tem significação instituída por desvios de sentido. Signos constituídos por camadas, de vários outros, são substitutos e a um só tempo interpretantes do cotidiano abordado por “Vizinhos”.

A peça tem direção de Lu Lopes, a palhaça Rubra, que concebeu com a aramista Maíra Campos e o acrobata Daniel Pedro a trilha sonora e a dramaturgia.

Para ler sobre a música e outros aspectos do espetáculo clique aqui.

 

Ficha técnica:

Direção: Lu Lopes. Elenco: Daniel Pedro e Maíra Campos. Cenografia: Flavia Mielnik. Figurino: Maíra Campos. Iluminação e som: Paulo Souza. Trilha sonora: Daniel Pedro, Maíra Campos e Lu Lopes. Produção: Marina Felipe Ferreira.

 

“Vizinhos” participou de Circos 2015 – Festival Internacional Sesc de Circo. Veja abaixo o webdocumentário a respeito.  

 

 

 

 

Postagem – Alyne Albuquerque

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