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Festival de Demain destaca novas tendências
Ivy Fernandes, de Roma
O Cirque de Demain mostra mais uma vez a sua capacidade de revelar ao mundo uma nova fornada de jovens artistas circenses. Paris assistiu durante quatro dias, de 26 a 29 de janeiro, a mais uma apresentação de gala da companhia.
O 38.º Festival do Cirque Demain reuniu cerca de 300 artistas de até 25 anos, provenientes de 20 países, como Chile, Índia, Nova Zelândia e Irã. Eles se submeteram a um rigoroso processo de seleção para se apresentar na capital das artes.
“Escolhemos aqueles jovens artistas que mais se destacaram na capacidade acrobática, que apresentaram criatividade na execução de exercícios e presença dominante no palco. Unimos sensacionalismo à estética, o que nem sempre é fácil”, explica o diretor-artístico do Demain, Pascoal Jacob.
Jacob entende que o festival é como um barômetro e deve oferecer ao público uma visão das novas tendências circenses. De acordo com o diretor-artístico, “jovens acrobatas enriquecem, com a beleza plástica dos corpos em movimento e a adaptação das novas tecnologias, os exercícios que são cada vez mais complexos e exigem perfeição”.
Neste ano, o público pode conferir 25 números – entre solistas, dupla, trios e grupos – que, sob trilhas sonoras com músicas interpretadas por artistas como Nina Simone e Billie Holiday, mostraram paixão, disciplina e determinação dos profissionais. A música e a iluminação especial impuseram um ritmo frenético, seduzindo o público.
No dia 29 de janeiro, no encerramento do festival, um júri formado por dez especialistas provenientes das melhores escolas e de grandes companhias circenses julgou e premiou os jovens que mais se destacaram neste ano. Eles foram avaliados com base na técnica, dificuldade de execução dos exercícios, composição artística, capacidade atlética, valor artístico dos números e conexão com a audiência.
Um grupo especialmente convidado para este ano também eletrizou o público. Trata-se do Akoreacro. A companhia foi aclamada com o espetáculo Klaxon apresentado em dezembro, em La Villette, um espaço cultural em Paris. Fazem parte do grupo grandes acrobatas como Claire Aldaya, Máxime La Sala, Basile Narcy, Romain Vigier, Antonio Segura-Lizan, Máxime Sole Guilhaume Thiollière, e excelentes músicos como Mathieu Santa-Cruz, Guillaume Thiollière, Guilhem Fontes, Boris Vassallucci e Vladimir Tserabun.
Para o presidente do festival, Alain Pacherie, o circo contemporâneo está criando uma nova linguagem, inventa “novos caminhos. Desta forma podemos celebrar o futuro do circo como arte”, afirma.
O notícia triste ficou por conta do anúncio de fechamento do legendário Circo Ringling Brothers Barnum and Bailey Circus. Mas, como o espetáculo não pode parar, a direção do Cirque de Demain já iniciou o processo de seleção dos artistas que desejam participar do 39ª Festival, programado para 1 a 4 de fevereiro de 2018.
Espaço para jovens talentosos
O Cirque de Demain foi fundado em 1977 pelo casal Isabelle e Dominique Mauclair com o objetivo de dar uma oportunidade concreta a jovens artistas para exibirem suas habilidades diante do público e serem avaliados por grandes nomes das artes circenses.
A resposta dos jovens circenses e do público foi imediata e muito positiva. Durante as últimas quatro décadas o festival cresceu e expandiu as fronteiras. Neste ano, pela primeira vez, ele incluiu a participação de países distantes tanto do ponto vista geográfico como cultural.
Veja os artistas premiados no Festival
A 38ª edição do Cirque de Demain, um dos mais importantes festivais do mundo, contou com a participação pela primeira vez de artistas da Índia, Irã e Nova Zelândia. Os jovens artistas são observados pelos caçadores de talentosque frequentam o festival. O júri desse ano foi presidido pela sul africana Laurence Esteve, que festejou com o presidente do festival, Alain Pacherie, mais um ano de sucesso do Cirque de Demain.
Veja os premiados dessa edição:
- Medalha de ouro
- Cirque la Compagnie (França/China): Mastro e báscula
- Chih-Han Chao (Taiwan/China): Diabolo
- Medalha de prata
- Jose & Dany (Argentina): Número aéreo e que ganhou também o Prêmio do Público
- Troupe de Zhejiang (China): Acrobacia
- Korri Singh Aulakh (Reino Unido): Trapézio
- Medalha de bronze
- Saleh Yazdani (Alemanhã/Irã): Equilibrismo
- Rémy Lasvènes (França): Magia
- Masha Terentieva (Canadá/Russia): Acrobacia aérea
- Compania Havana (Cuba): Número aéreo
- Prêmio especial do júri
- Guillaume Karpowicz (França): Malabarismo
- Marco Motta (Spagna): Tecido aéreo
Alejandro Escobedo (Chile): Malabarismo
- Coup de coeur do Júri
- – SerBat Troupe (Kazakistão): Equilibrismo
- Prêmio do público
- – Jose & Dany (Argentina): Número aéreo