Pé na Estrada
“A Arca”: belas imagens em defesa da natureza
Imagens projetadas em duas telas, que simulam um efeito em 3D, recriam florestas, estrelas, animais, fundo do mar, fumaça e poluição das cidades. Trata-se da representação do planeta Terra. Em meio a esse cenário, seis artistas fazem acrobacias, malabarismos e equilibrismos.
“A Arca” estreou em 2008 e é dirigida por Lorena Corradi e Reggi Ettore, que fundaram a companhia L´Arsenal, em 1978, no Canadá. Os artistas também realizam números de dança.
O início do espetáculo fala do poder da Terra e aparecem estrelas e planetas nas telas. Dois acrobatas, vestidos de branco da cabeça aos pés, fazem o número ‘mano a mano’ e se confundem com o cenário, como se eles fizessem parte do firmamento. Na sequência, o número do ‘diabolô’ que ganha aplausos por sua precisão.
Depois é a hora de mostrar o homem e a floresta e surge a queda de uma árvore: suas folhas deslizam no chão. Borboletas voam. Uma artista vestida com malha clara pendura-se em um tecido: seu corpo compõe, com as duas asas grandes azuis projetadas na tela, uma borboleta. Ela realiza técnicas acrobáticas no tecido em gestos encantadores. De repente, inúmeras borboletas voam na tela e são aprisionadas em um vidro. Aparece o rosto de uma moça no fundo do vidro com as borboletas presas.
Na luta pelo habitat, um acrobata desce em uma corda – que mais parece um cipó – no centro do palco, tendo ao fundo uma floresta. Depois do número da corda/cipó, a cena muda e retrata uma cidade azulada e poluída. Sombria. Dois malabaristas jogam malabares sobre as ruínas. Findo o jogo, a ‘diversão’ fica por conta de uma “street dance” com direito a um gravador de grande porte.
O ameaçado equílibro da natureza continua a ser descrito nas imagens de um lixão contrapostas a um número em que uma artista equilibra ‘bambolês’ e outra fica em cima de pequenos suportes de um aparelho colocado no chão. Para falar das águas do planeta ameaçado, aparece o fundo do mar, coberto, pela metade, por um tecido que mais parece uma tenda de plástico. Nesse cenário, uma artistase eleva e cai ao fundo do mar como se estivesse em uma cama elástica. No solo, faz acrobacias.
Os peixes são capturados por uma rede.
Os seis integrantes do espetáculo correm em direção a uma Arca. Não conseguem entrar porque ela afunda. Na sequência, eles colocam o planeta Terra no chão, com cuidado, para não machucá-lo. Na tela, figuras de animais como elefantes e tigres, entre outros, são projetadas em 3D. Essas imagens, aos poucos, vão sendo impressas, como tatuagens, no rosto de uma jovem.
As imagens de “A Arca” são plásticas – no melhor sentido. Algumas chegam a ser belas na integração entre o que está projetado na tela e os movimentos dos artistas. São mostradas ao som de uma música descrita como original. Pode ser. Mas chega a ser monótona e beira a “ecochata”, ao fazer poucas concessões à melodia.
Clique aqui para ver a reportagem do “Altas Horas”, da Rede Globo, em 4/05. A artista Sante Fortunato, de “A Arca”, apresenta trecho do número de bambolê, com maestria, e é entrevistada por Serginho Groissman, que comanda o programa.
Clique aqui para acessar o site do Espetáculo A Arca.
Postagem – Alyne Albuquerque
Tags: 3D, A Arca, Lorena Corradi, L´Arsenal, Reggi Ettore, Sante Fortunato, Sesc
Alyne Albuquerque .
Parabens pela sua arte fotografica. Lindas imagens e artigo muito interessante. Abraços de Roma, Ivy