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“A Volta ao Circo em Dó Maior e Dó Menor”
Palhaços verificam que a música fala e ajuda a gente a se comunicar ao som da Sinfonieta Tucca
No episódio “A Volta ao Circo em Dó Maior e Dó Menor”, da série Aprendiz de Maestro, a Sinfonieta Tucca Fortíssima e o maestro Luís Fidelis recebem os palhaços Dó Maior (Domingos Montagner) e o Dó Menor (Fernando Sampaio), da cia. La Mínima e do Circo Zanni, na Sala São Paulo.
Dó Maior entra na sala com uma mala. O Dó Menor o segue com um cabideiro. Os dois comentam com a plateia que estão em um lugar lindo: “É uma igreja. Tem banda”. Eles entram no palco com os objetos e os músicos da Sinfonieta estão em cena.
O assistente do maestro, de smoking azul, o ator Fábio Espósito, vira-se para os palhaços e pergunta: “Onde vocês pensam que estão? Aqui não é um circo. Aqui é uma sala de concertos, a Sala São Paulo. Eu até gosto de artistas de circo”. Espósito explica que há um grande compositor, que não é muito conhecido, o russo Dmitri Kabalevsky (1904-1987), que compôs “Os comediantes: Excertos” – a obra brinca com o riso.
A Sinfonieta toca um fragmento da peça musical para os palhaços, que passam a fazer movimentos sincronizados, correm, pulam e giram, acompanhando o som.
Dó Maior e Dó Menor contam para o ajudante do maestro que foram despedidos do circo onde trabalham porque zombaram da música.
Agora, para voltar ao picadeiro, eles vão precisar mostrar ao dono do circo, o senhor Chicote, que respeitam a música. Para isso precisam da ajuda dos músicos. “Então começa uma história divertida, em que vamos passear pelo mundo do circo e descobrir pra que serve a música”, escreve a autora do texto, Andréa Bassitt, no folheto de apresentação do episódio, dirigido por Paulo Rogério Lopes, e apresentado no sábado (16/06/2012).
O assistente de maestro Fábio Espósito afirma ainda que a música é uma arte como são o circo, o teatro, o balé, o cinema. Nem sempre a música foi respeitada. Compositores como Mozart (1756-1791) “tocaram em palácios em troca de uns trocados”.
Enquanto Espósito traça a trajetória de Mozart, a Sinfonieta toca “Lacrimosa”, do “Réquiem KV 626”. Ao som da música fúnebre, Dó Maior e o Dó Menor comem banana, tiram um pacotinho de chá da meia e o colocam em uma caneca, começam a jogar cartas e gritam ao final de uma partida: “Truco”.
O personagem de Espósito controla-se e pergunta aos palhaços: “E aí, vocês gostaram da música?” Dó Maior responde: “Muito. É alegre”.
“Como ‘alegre’?”, retruca. “Trata-se de um réquiem, música para mortos. Vocês não estavam prestando atenção em nada.” A partir daí, eles prometem ser mais atentos.
O assistente de maestro apresenta mais dois temas de Kabalevsky aos palhaços. No primeiro, o ritmo lembra que o circo chegou a uma cidade e os artistas acenam para as pessoas em desfile pela rua principal. No segundo movimento, o som imita o da tromba de um elefante.
Dó Maior e Dó Menor convidam a plateia para acenar com eles e imitar a tromba de um elefante ao som de Kabalevsky. Música e gestos se encaixam perfeitamente. O resultado é de tirar o chapéu e os palhaços o tiram literalmente.
O assistente de maestro afirma em sua narrativa que a música imita mesmo os animais – o canto dos passarinhos, por exemplo, está em “Il Cardellino”, concerto para flauta e cordas, de Vivaldi. Por falar em aves, Dó Menor aparece vestido de galinha, com bolsa, e o Dó Maior, com garfo e faca.
A música é essencial para festas, casamentos, cinema. Também para os enterros, como mostram peças de Kabalevsky. Quando ouve falar em morte, Dó Menor cai – ele havia engolido uma vela de aniversário. Dó Maior o segura. Dó Menor fica estendido no chão. Um pano florido o cobre.
Dó Maior chora, encharca um lenço com lágrimas e o torce em cima do amigo morto. O inusitado acontece: Dó Menor trapaceia a morte com as pernas de pau do humor.
O amor e o romance estão entrelaçados com a música. Dó Menor grita que Dó Maior está apaixonado. A Sinfonieta toca a conhecida “Marcha Nupcial”, da composição “Sonho de uma Noite de Verão”, de Mendelssohn-Bartholdy.
O palhaço Dó Menor aparece vestido de noiva, com peruca de cabelos pretos enrolados e peitos inflados como bexigas. Dó Maior descobre a farsa no altar, tira a peruca de Dó Menor e espeta uma agulha no peito da noiva palhaça, que se esvazia como pneu furado.
A marcha “Entrada dos Gladiadores”, de Julius Fucik, fala da bravura. Por isso, o assistente de maestro imagina que os dois palhaços, que saíram de cena por um instante, devem voltar com um número forte, que mostre ao dono do circo, o senhor Chicote, que passaram a respeitar a música. A expectativa é grande.
Finalmente, Dó Maior e Dó Menor voltam ao palco e, em lugar de vestimentas de guerreiros, estão vestidos de bailarinas. É preciso mudar a marcha para uma valsa. Os dois parodiam passos do bailado clássico.
A plateia se diverte. Esse número é uma marca registrada da cia. La Mínima, afirma Domingos Montagner, nas entrevistas do DVD “A Volta ao Circo em Dó Maior e Dó Menor”.
O rodopiar dos dois palhaços, vestidos de bailarinas, ao som da “Valsa Lenta”, do balé “Coppélia” (Léo Delibes), tocada pela Sinfonieta Tucca Fortíssima, é imperdível!
Após a apresentação, Dó Maior e Dó Menor, o assistente de maestro e o maestro distribuem autógrafos para as crianças e os adultos presentes. Posam para fotos.
Tio e sobrinhos se divertem com as palhaças
O advogado Fernando Bonani levou os sobrinhos Igor Napoli e Rafael Bonani, que vieram de Assis, interior de São Paulo, para assistir a “A Volta ao Circo em Dó Maior e Dó Menor”.
Os três gostaram muito do espetáculo e da Sala São Paulo.
Rafael e Igor entraram na fila para pedir autógrafos aos palhaços e ao assistente de maestro. Fernando também não resistiu. “Afinal, eu me diverti tanto quanto as crianças.”
Igor disse que vai levar as fotos que tirou da sala de concerto para mostrar à professora e aos amigos da 3ª série. Ele também identificou ontem (sábado, 16/06) a marcha nupcial, que tocou em um programa da televisão, conforme relato do tio à reportagem do Panis & Circus no sábado.
(Bell Campos)
Crédito das fotos: ASA CAMPOS
Tags: ASA Campos, Circo Zanni, domingos montagner, Fábio Espósito, Fernando, la minima, orquestra, sala são paulo, Tucca
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