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“As Mil e Uma Notas” diverte crianças e adultos
Música narra o conto com climas e ritmos da paisagem e do ambiente cênicos
A atriz Patrícia Gasppar, vestida de preto, entra no palco onde estão os músicos e diz que vai apresentar as peças musicais a serem tocadas pela Sinfonieta Tucca Fortíssima, sob a regência do maestro Luís Fidelis.
Patrícia é interrompida por um homem de terno cinza, o ator Heitor Goldflus, que tenta subir ao palco, mas é barrado pelo ator Gustavo Machado, que se passa pelo segurança da Sala São Paulo – que fica no centro da cidade –, no sábado, em 29/09, às onze horas da manhã.
O ator de terno consegue subir ao palco e diz que se chama “Eugênio, o Gênio”, e que os gênios como ele são “uma espécie em extinção”. Ele fala que vai contar histórias usando a música para criar climas e paisagens, como um dia ensolarado ou uma noite quente na Árabia.
Eugênio, o Gênio, pergunta: “Por onde eu começo?” Ele mesmo responde: “Sim! Era uma vez, num longínquo Oriente chamado Árabia, que tinha deserto, muito sol, areia, camelos, oásis…”. A música cria então a paisagem desértica.
Nessa terra longínqua havia reis, rainhas, príncipes, princesas, nobres, palácios, banquetes. Lá, a rainha queria casar sua filha, a princesa Sherazade.
Eugênio, o Gênio, vira-se de costas e se transforma na personagem da rainha ao colocar um manto e uma coroa. Patrícia, a apresentadora de figurino preto, transforma-se numa princesa do Oriente, com saia e turbante vermelhos.
A rainha diz à princesa: “Você precisa se casar logo, caso contrário, vou precisar vendê-la no mercado árabe como se fosse uma beterraba”. A música cria o clima de um mercado persa. Todo mundo ri.
“Ou você se casa ou vai ficar de castigo”, diz a rainha, que conduz a princesa para que se sente em uma cadeirinha, como se fosse uma criança na sala de aula.
Sherazade não deseja casar com ninguém. Vários músicos da orquestra se ajoelham diante dela, com caixas enormes de presentes, como seus pretendentes. Mas ela diz a todos: “Vá pentear cabelo”. Não quer saber de sultão nem de califa…
Nesse meio tempo, no reino, estava a maior confusão por causa de um espertinho que trapaceava os comerciantes. Eugênio, o Gênio, monta uma armadilha e o malandro cai dentro dela. Ele é pego com a mão na botija, ou em uma maça, e o carrasco, o ator Heitor Goldflus, usando uma máscara, diz que vai jogá-lo nas “masmorras do palácio”.
Para fugir do destino atroz, o malandro diz que tem a intenção de namorar a princesa e que ele é o Príncipe dos Malandros.
Então o carrasco pergunta: “Qual é o seu dote? Um palácio, um exército?” O Príncipe dos Malandros mostra um arco com uma corda – um instrumento musical. O carrasco diz que não está entendendo nada e chama a futura sogra do malandro: a rainha. E ela pergunta mais uma vez à Sherazade: aceita se casar com o príncipe da malandragem acreditando que a resposta seria a mesma de sempre: “Não quero casar com ele. E que ele vá pentear cabelo”…
Mas Sherazade fala que vai casar, sim, com o príncipe. A rainha fica surpresa e diz que o casamento não será tão fácil. Para casar com a princesa, o Príncipe dos Malandros terá de enfrentar tarefas árduas. Precisa passar por um mar bravio para chegar a uma caverna e corre o risco de se transformar em isca de bacalhau.
Ele enfrenta o mar e o bacalhau com uma boia de criança. Mais uma cena hilária. A música acompanha o ritmo da aventura.
No caminho, o príncipe malandro luta com muitos piratas – interpretados pelos integrantes da Escola Galpão de Circo.
Ele vence os piratas e oferece à princesa, como presente, um tapete que diz que é mágico. Mas o tapete só voa ao contrário. Ou seja, é preciso segurá-lo acima da cabeça.
Para cumprir suas tarefas, o príncipe usa seu arco – um instrumento musical –, que parece que não serve para nada. Mas, quando se aproxima de um violino, toca uma música muito bonita. Seu exército é de músicos e as notas musciais contam a história de pessoas comuns que se transformam em príncipes e princesas.
“As Mil e Uma Notas” tem texto e direção de Paulo Rógerio Lopes e integra o projeto Aprendiz de Maestro, do Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer) Música pela Cura 2012, na Sala São Paulo.
Escola Galpão do Circo integra “As Mil e Uma Notas”
Alex Marinho, diretor e professor da Escola Galpão do Circo, disse que gostou de participar do concerto “As Mil e Uma Notas” e contou que desenvolve trabalhos conjuntos com o diretor Paulo Rogério Lopes nos espetáculos de final de ano da escola. Alex foi integrante da Nau de Ícaros e está à frente da escola desde 2002.
Antonia Lo Prete, filha dos jornalistas Renata Lo Prete (do programa “Globo News”) e Melchíades Filho (“Folha de S.Paulo”), era uma das piratas da história. Os pais estiveram na Sala São Paulo, no sábado, para prestigiá-la.
Fãs do espetáculo
O casal Amaury e Luíza Delfino, ele, diretor de arte, e ela, pedagoga, foram assistir ao espetáculo “As Mil e Um Notas” com as filhas Ana, de 10 anos, e Clara, de 8 anos. Os pais das meninas disseram que gostaram do espetáculo. Clara falou que gostou “mais ou menos”. Luíza afirmou que o melhor momento foi a hora em que “o arco encontra o violino” e a música faz a união do príncipe com a princesa.
(Bell B.A. Campos)
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