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Arte em Movimento

Circo di SóLadies: festa em Cariri

Cena do Circo di SóLadies durante Cabaré Circense em Cariri, no Ceará

 

Luciana Gandelini, especial para Panis & Circus

O Circo di SóLadies (companhia de São Paulo) levou a palhaçaria feminina até a região do Vale do Cariri, Crato e Juazeiro, no Ceará, em 13 de setembro.  

É que as ladies participaram do 1º Encontro de Palhaços e Culturas no Cariri, que reuniu também artistas e pesquisadores locais, durante oito dias – de 8 a 16 de setembro. O objetivo da criação desse primeiro encontro é o de criar espaços de diálogos, troca de experiências e conhecimentos acerca do fazer artístico e da cultura popular.

 

Kelly Lima do Circo diSóLadies e seu violino durante Cabaré de Circo

 

Com o espetáculo Estupendo Circo di SóLadies, as palhaças convidaram o público de todas as idades para refletir sobre a força e o espaço da mulher na sociedade, de forma lúdica e encantadora.

O Estupendo Circo di SóLadies mistura cenas clássicas do circo tradicional, música, poesia e contos de fadas, e fala da igualdade de gênero.

 

Verônica Mello em cena, Circo di SóLadies tem boa acolhida em Cariri

 

Idealizado por Lilyan Teles e Tatá Oliveira, o Circo di SóLadies é um circo feito por mulheres que surgiu, em 2013, a partir das inquietações em relação à desigualdade de gênero e da percepção de que havia ainda um pequeno espaço dado à mulher quando se trata de comicidade e linguagem do palhaço. Em 2016, após dois anos de apresentações e intervenções, se juntam a elas as artistas Kelly Lima e Verônica Mello, ampliando o repertório do grupo.

 

Tatá Oliveira do Circo di SóLadies durante o festival

 

Feito por mulheres – palhaças, atrizes, musicistas, pesquisadoras e realizadoras – para todos os públicos, é um circo em que as artistas desenvolvem o repertório por meio do improviso e do jogo cênico com elementos fundamentais para a conexão e interação com o público.

Com o uso da comicidade, o grupo surpreende ao tratar de temas que são considerados complexos com delicadeza e poesia. E, por meio do riso, inspiram reflexões sobre o lugar da mulher em nossa sociedade, ainda mais nos tempos bicudos atuais.

 

Kelly Lima, Verônica Mello e Tatá Oliveira cantam em Cariri

 

O grupo também se dedica a um Canal do Youtube, pioneiro no tema no Brasil, e realiza atendimentos em hospitais nas áreas dedicadas às mulheres. E conta ainda com outro projeto chamado SóLadies In.Press, em que vai até festivais, encontros de circo e outros eventos para realizar uma cobertura de imprensa muito divertida feita por palhaças e transmitida via Facebook.

 

Panis & Circus entrevista

O Panis & Circus conversou com as integrantes do grupo sobre a sua participação no 1º Encontro de Palhaços e Culturas no Cariri e sobre a importância da atuação das mulheres no picadeiro

 

Tatá Oliveira, Verônica Mello e Kelly Lima – As divertidas palhaças fazem a festa no encontro

 

Panis & Circus – Como foi o encontro, a apresentação e a participação das mulheres neste encontro?

Tatá Oliveira – O encontro foi proveitoso. Um dos destaques foi a participação dos palhaços populares, algo que é muito forte na região. Eles são conhecidos como Mateus e Sebastião.

Nós participamos de várias vivências com a cultural local, o que foi interessante. O festival propunha que a cada dia fizéssemos apresentações de cenas durante os cabarés de circo realizados por todos os artistas presentes. Apresentamos músicas infantis que fazem parte do espetáculo Estupendo Circo di SóLadies e observamos que, principalmente, as mulheres e crianças ficaram muito empolgadas, cantaram junto. Saímos com a sensação de que isso reverberou e que as pessoas se sentiram inspiradas a repensar os temas propostos.

Outro ponto bacana a ser abordado foi que se tratou de um encontro majoritariamente organizado por homens. Então, a presença masculina era maioria nas rodas de conversa. Diante das reflexões que surgiram a partir deste contexto, e também por conta da ausência de um mestre palhaço que havia confirmado sua presença em uma das rodas de conversa, acabamos participando. Eu (Tatá Oliveira) fui convidada para falar representando a palhaçaria contemporânea.

Foi importante, mas sentimos que ainda temos muito o que avançar para garantir o lugar de fala da mulher. No geral, o encontro contou com a participação de muitas mulheres. Mas o único espetáculo feito só por mulheres foi o Estupendo Circo di SóLadies.

 

Kelly Lima durante o Encontro Circense no Cariri

 

Panis & Circus – Qual a importância da presença de grupos formados por mulheres nos encontros circenses?

Tatá Oliveira – Raramente tem grupos formados exclusivamente por mulheres. São os homens que detêm os saberes do circo, e as mulheres atuam como apoio. Não que eu concorde com isso, mas o contexto histórico é mais ou menos esse.

Por isso, acreditamos que a atuação das mulheres em conjunto é importante, pois vira uma referência, uma representatividade. Quando você tem um grupo formado por mulheres, outras mulheres podem se inspirar.

Estivemos junto com As Inigualáveis Irmãs Cola, que são duas irmãs gêmeas, malabaristas e que também tem um trabalho pautado em discussões de gênero. Trabalhamos bem juntas. Isso é interessante e vai fortalecendo outras mulheres do encontro e dos encontros de circo no geral.

Tentamos sempre conversar muito entre todas as mulheres durante este tipo de evento.

 

 

Panis & Circus –  Como está hoje o cenário e qual a importância de discutir gênero no cenário do circo?

Tatá Oliveira – O número de mulheres trabalhando e atuando na cena do circo tem aumentado. Mas nem todos os grupos de mulheres discutem gênero. Essa é uma escolha de cada grupo.

Nós, no caso, adoraríamos falar de outros assuntos. Mas refletimos sobre gênero. Não consigo ser palhaça sem ter que pensar o quanto uma mulher palhaça sofre para ser mulher palhaça, no sentido de não ser ouvida, de ter menos espaço e assim por diante.

Engraçado é que percebemos que muitas vezes ficamos dentro da bolha de São Paulo, pensando: tem muitas mulheres falando sobre isso, se posicionando, vamos jogar, vamos fazer!

Porém, quando você vai para outro estado, que tem uma outra cultura, uma outra relação, você percebe que dentro do circo ainda precisamos avançar muito no que diz respeito às discussões de gênero. E também cuidar e permitir esse lugar de fala da mulher. Cuidar para que as mulheres possam falar, que tenham credibilidade em suas falas, sem que precisem a todo momento tentar convencer os ouvintes. Sentimos que, muitas vezes, as mulheres não têm espaço para errar e por isso, até deixam de participar de muitas ações, por se sentirem intimidadas.

E indo mais profundo ainda, será que as mulheres circenses (que muitas vezes têm que se desdobrar para dar conta de seu fazer artístico e também da casa, dos cuidados com a família e até da produção cultural de seus companheiros também artistas) têm tempo de se aperfeiçoar para que sintam seguras, preparadas para se colocar, atuar e assim por diante?

É um cenário complexo, com muitas nuances, mas poder refletir sobre isso, pontuar, se colocar, já é avançar nessa discussão de gênero na linguagem do circo, que mais do que nunca, se faz necessária.

 

As mulheres palhaças Tatá Oliveira, Kelly Lima e Verônica cantam ao som do violino

 

Panis & Circus – No espetáculo Estupendo Circo di SóLadies vocês subvertem contos de fadas e apontam questionamentos sobre estereótipos. Como as pessoas recebem isso?

Kelly Lima – Para as crianças isso tudo é óbvio:  temos que dividir as tarefas de casa, um homem não pode beijar uma mulher sem o consentimento dela, muitos duelos são violências desnecessárias, mulher pode fazer tudo… e a criançada se diverte muito quando a figura machista é questionada pelas palhaças e não consegue argumentar. Quanto às mulheres da plateia, em sua grande maioria, vibram com as cenas, se identificam e se reconhecem. Não é raro os homens virem conversar com a gente, dizendo que nunca tinham pensado sobre o tema, que se emocionaram, que entenderam a mãe, a esposa, a irmã e que vão prestar mais atenção nos próprios atos.

 

Panis & Circus – Lugar de mulher é onde ela quiser estar. Onde as mulheres do Circo di SóLadies querem estar?

Kelly Lima – Queremos estar onde haja necessidade de falar sobre violência contra a mulher, ou seja, em todos os lugares, infelizmente. Nos centros e nas periferias das capitais brasileiras, nas cidades do interior e em demais localidades. Estamos participando de festivais de circo por todo o país, realizando troca de experiências extremamente enriquecedoras e pretendemos seguir, até podermos mudar de assunto!

 

Artistas no 1º Encontro de Palhaços e Culturas no Cariri (CE)

 

Crianças durante o evento dos palhaços em Cariri (CE)

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