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Festival de Monte-Carlo e os 250 anos do circo
Ivy Fernandes, de Roma
A 42.ª edição do Festival Internacional de Circo de Monte Carlo, realizada de 18 a 28 de janeiro, homenageou os 250 anos da criação do circo com pista circular, que mais tarde viria a ser conhecido como picadeiro, e contou com a participação de 15 representações de diversos países, como China, Rússia e Hungria.
A princesa Stephanie de Mônaco, presidente do comitê do festival, fez questão de iniciar o evento com o melhor ‘passo double’ equestre da atualidade, o casal Jozsef e Merrylu.
A dupla, consagrada pelo público, realizou vários números de equilibrismo, montando ao mesmo tempo cavalos e até uma simpática girafa entre dois cavalos.
Às críticas pelo uso de animais durante o evento, Stephanie argumentou que seria impossível comemorar os 250 anos de circo sem animais, uma vez que eles teriam contribuído muito para a história circense.
Segundo Stephanie, era necessário seguir a tradição iniciada em 1768, quando o jovem oficial da cavalaria britânica Philip Astley apresentou no centro de Londres, perto da ponte de Westminster, em uma pista circular de apenas 13 metros de diâmetro, um espetáculo de exibição eqüestre junto com equilibristas, funâmbulos, malabaristas e mágicos, artistas que se exibiam nas feiras locais.
A novidade foi um sucesso. Atravessou o Canal da Mancha e Astley foi convidado pelo rei da França, Luís XVI, para se apresentar diante da corte e seus convidados. Assim nasceu, improvisadamente, a arte circense que conquistou a Europa e o mundo.
O uso de animais no festival foi recorde. O Circo Nacional da Hungria apresentou no chapiteau (lona) mais de 30 bichos, como elefantes, zebras, camelos, lhamas, cavalos e girafas.
A Rússia não ficou atrás. O número exibido pelo artista Evgeniy Komiarenko, especialista no adestramento de cães, formado na Moscow Circus School, com puddles brancos foi bastante aplaudido pelo público.
Outra representação aclamada pela platéia, com vários números acrobáticos, foi a da China. O equilibrista Huang Yang deixou o público de boca aberta com danças e piruetas em um fio de aço maleável (não tenso como normalmente é usado).
O grupo chinês The Shanghai Acrobatic Troupe conquistou a plateia apresentando a “barra russa”, com piruetas duplas e triplas, três saltos mortais consecutivos, e um balé acrobático com os artistas que formavam uma pirâmide humana e no alto um deles executava números de equilibrismo com um braço só.
Além do uso de animais nos números circenses, os organizadores inovaram com a criação do espaço Os Artistas Animais. Nele, o público pode assistir de perto os ensaios dos bichos e constatar o respeito dispensando pelos tratadores, sempre acompanhados por veterinários.
Clowns de Ouro, Prata e Bronze
Se o Clown de Ouro, foi para Jozsef e Merrylu, o Clown de Ouro ex-aequo (com igual mérito) foi entregue à Troupe di Shanghai. Doze jovens artistas apresentaram exercícios inéditos, de dificuldade crescente, vestidos com costumes tradicionais ao som de música étnica. A perfeição e a refinada técnica dos circenses fascinaram o público presente ao festival.
Os três Clowns de Prata foram para o Duo Ballance, composto por atletas da Romênia, para o Duo Stauberti, formado por equilibristas da República Tcheca, e para o palhaço russo Prosvirnin, pela exibição como músico, dançarino tip-tap e por sua imitação de uma bailarina clássica.
Os cinco Clowns de Bronze foram para as cinco artistas da Mongólia, que exibiram números de monociclo e de lançamento de xícaras de café, para o malabarista espanhol Michael Ferreri, para o grupo Vavilov, que representou o conhecido circo russo Rosgoscirk, apresentando seis artistas em várias especialidades acrobáticas, para o Duo Zen, com um exercício original com a dupla roda Cyr utilizada pelo casal de canadenses Jonathan Morin e Marie Eve Bisson para contar uma estória de amor, e para os trapezistas volantes da Troupe Aliev.
Fotos/Divulgação