Pé na Estrada
“Mona Lisa” com nariz de palhaço
Cartaz da 17ª edição do Festival dos Artistas de Rua de Pennabilli, na Itália, brinca com o quadro de Leonardo da Vinci
Ivy Fernandes, de Pennabilli, Italia
A 17ª edição do Festival Internacional dos Artistas de Rua de Pennabilli ocorreu de 6/06 a 9/6 – final de semana que marcou na Europa o início do verão.
O cartaz de divulgação do Festival é original e brinca com o quadro mais famoso do mundo, o “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci (1452-1519), que aparece com nariz de palhaço.
Duzentos artistas como malabaristas, equilibristas, palhaços e saltimbancos, entre outros, iniciam uma grande pantomima que envolve inteiramente a cidade medieval de Pennabilli, distante 40 quilômetros de Rimini, que fica na costa do Mar Adriático, na Itália.
Cinquenta companhias internacionais apresentam-se nessa 17ª edição do Festival. Entre os números destacam-se o show de marionetes, vestidos à moda antiga, “Case Clown”, da companhia grega Merlin Puppet Theatre, e o espetáculo “Gentlemen of the Road” com a mistura de música, teatro e circo, do grupo Chipolatas, uma família de artistas provenientes da Grã-Bretanha.
O espetáculo “I Racconti della Lumaca” (Os Contos de Caracol), dirigido pelo brasileiro Lu Pulici, foi reapresentado no Festival desse ano. Esse espetáculo mistura história e sonho e é dedicado à cidade de Pennabilli, afirma o assessor de imprensa do Festival, Matteo Cerini ao Panis & Circus. A concepção do espetáculo é de Enrico Partisani, diretor artístico do Festival. Entre os protagonistas está a artista brasileira Jéssica Arpin, formada na Escola Suíça de Artes Circenses, e que representa o caracol (lumaca, em italiano) e está vestida de branco.
“Nau de Ícaros” e Índio Olegui” em Pennabilli
A ligação do Brasil e o Festival de Pennabilli é antiga, afirma Matteo Cerini. “Em 2004, a cidade foi invadida por um grupo de 12 artistas brasileiros com o espetáculo “Cidade dos Sonhos”, do grupo “Nau de Ícaros”, que por intermédio de Jéssica Arpin chegaram até Pennabilli e fizeram grande sucesso.
“Não dá para esquecer também a magia de ‘Índio Olegui’, espetáculo de 2008, que mostrou rituais indígenas: um mundo desconhecido para a gente. Pudemos ter contacto com a cultura Guarani”, afirma Cerini.
Danielle Hoover, coordenadora executiva do Festival de Circo do Brasil, afirmou em entrevista ao site Panis & Circus que participa de festivais como o de Pennabilli em busca de números e espetáculos para trazer ao Brasil.
Dezesseis grupos musicais, que pesquisam vários gêneros de música – que vão do rock folk do grupo holandês Amarins e as Gatas Negras ao à música étnica do grupo Watinoma, com percursionistas e melodias de Burkina Faso. Eles marcam presença no Festival.
“Artisti in Piazza”
Durante quatro dias, os artistas invadem as ruas da cidade com suas máscaras coloridas e fantasias de todos os tipos. Durante o dia inteiro até a meia-noite, eles fazem arte que encantam crianças e adultos.
Os artistas apresentam um caleidoscópio de espetáculos: mágicas, pinturas de rosto (face painting), pinturas de tecidos, circo novo (“cirque noveau”), espetáculos de teatro, música, dança, mímica e contação de histórias, que atraem milhares de espectadores que nesta época visitam a Riviera Adriática em busca do sol de Rimini e do Festival de Pennabilli.
Estima-se um público de mais de 40 mil espectadores nos quatro dias do Festival.
Postagem: Alyne Albuquerque
Tags: Case clown, Chipolatas, I Racconti della Lumaca, Lu Pulici, Mar Adriático, Pennabilli