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Pé na Estrada

“Museu do Clown” é inaugurado na Itália

 

Palhaços no Jardim da Villa Grock na inauguração do Museu / Foto Divulgação

 

Está instalado em uma vila, que pertenceu a Adrien Wettach, famoso “clown” suíço, conhecido como “Grock”.

Ivy Fernandes, de Roma

 

No panorama artístico da Itália faltava um museu – o dedicado à arte da palhaçaria. Agora não falta mais. O “Museu do Clown” foi inaugurado em 20 de setembro, na cidade de Imperia, uma das mais  bonitas regiões da costa italiana e que fica a 118 km de Genova e 56 km da fronteira da França. É o primeiro museu dedicado ao “clown” do mundo.

 

Sede do 1º Museu do Clown, em Imperia, na costa italiana / Foto Divulgação

 

O local  escolhido  para a instalação do museu foi uma vila construída no início de  1900 e que  pertenceu a  Adrien Wettach, “clown” (palhaço) suíço, conhecido pelo nome de “Grock”. Ele ficou famoso mundialmente e se tornou o palhaço mais rico do mundo.

Em 2000, a Província de Imperia adquiriu a vila. Mas a restauração do local só começaria seis anos depois, em 2006, e custou 1 milhão de euros que foram pagos por meio de financiamento europeu. Era o começo do projeto do “Museo do Clown” na “Villa Grouk”, que ficou pronto, em setembro de 2013.

“É um museu único no mundo e que conta a história do circo tendo como  protagonista a figura do clown”, explica ao Panis & Circus, Alberto Belotti, assessor de Cultura de Imperia.

Luigi Sappa, governador da Província de Imperia afirma que “nada igual a esse museu havia sido montado antes na Europa. Trata-se de um museu sem relíquias e, por meio de um processo interativo, permite ao público viajar ao fantástico mundo circense por meio de magias, truques e fantasia dos ‘clows’. O percurso é divertido  e  leve  como o picadeiro do circo”.

As crianças ganham atenção especial e podem tocar nos objetos, jogar e têm à disposição farto material instrutivo.

Nos jardins que contornam a  “Villa Grock”, as  fontes  são  luminosas e ouve-se um eco de risadas conforme as águas  mudam de cor.

 

“Emoções” no caledoscópio

 

Sala dos espelhos que formam uma espécie de caledoscópio / Foto Divulgação

 

As salas do Museu dedicam-se a diferentes artes: cinema, música, magia e “clownerie” (palhaçaria).

A chamada “Sala das Emoções” é uma das mais  interessantes.  As emoções do “clown” aparecem refletidas em uma parede em meio a cores, imagens e sons como uma espécie de  caledoscópio.

 

Mirò, Chagall, Picasso e seus palhaços

Em outra sala, numa parede eletrônica, repleta  de  balões,  são projetadas uma série de obras de artistas  que  foram influenciados pela  arte circense.

Aparecem telas de Joan Mirò e “A casa do circo”; Marc Chagall com “Great circus”, Renoir com “Le Clown”, Toulouse Lautrec com “La Clownesse Cha-u-kao au Moulin Rouge”. Picasso  é outro dos artistas destacados e que tem várias obras dedicadas aos “clowns”.

 

"Le Clown" (1868), de Pierre-Auguste Renoir / Divulgação

 

"La Clownesse Cha-u-kao au Moulin Rouge" (1895), de Toulouse-Lautrec/ Divulgação

 

 

"En Clown" (1909), de Pierre-Auguste Renoir / Divulgação

 

"Le Gilles" (1717-1719) de Antoine Watteau / Divulgação

 

 

Salão das Maravilhas

Sala do Espelho Mágico: quem olha pode se ver com a fantasia de palhaço / Foto Divulgação

 

Quando se entra  no “Salão  das  Maravilhas”  o espaço  parece dilatar-se e as  magias  aparecem escondidas em  armários secretos, que abrigam espelhos mágicos que dilatam e distorcem as imagens das pessoas que visitam a sala.

De repente, uma porta é aberta e aparece um “clown” vestido de fantasma. 

 

Espelho que fala

Sala dedicada à maquiagem do palhaço com espelhos; no centro foto de Grock / Foto Divulgação

 

Um dos salões mais visitados é o dedicado à maquiagem que tem uma espécie de camarim em seu centro com espelhos   interativos.

Quem olha em um deles se vê maquiado como um palhaço. Em outro, escuta-se a voz de “Grock” que  explica  o  significado  da arte  da maquiagem e como ela ajuda a compor um personagem.

Esses espelhos refletem também as imagens do “clown blanc” (palhaço branco) e o “clown augusto” (palhaço augusto).   

 

O clown branco / Foto Divulgação

 

O “clown blanc” é conhecido como o  “maître de la piste”, (mestre de cerimônias). Personagem sério e autoritário que aparece quase sempre vestido  de branco com o rosto  pintado também de branco: o clássico Pierrot. É o modelo de “clown” mais antigo. Por sua vez, o “clown  augusto” tem o nariz vermelho, uma maquiagem exagerada, uma peruca vistosa  e sapatos enormes . É alegre, por vezes, grotesco, e é vítima de imprevistos. O “clown augusto “ entrou, em cena, por volta de 1870. 

 

Roda em que se observa o rosto do palhaço / Foto Divulgação

 

 

Fotogramas com lente de aumento

Em uma outra sala, uma montagem de fotogramas  mostra imagens  de  múltiplas expressões de um “clown” que vão da alegria à tristeza e vice-versa, passando por todas as nuances desses dois estados de espírito antagônicos. Essa seqüência é observada por meio de uma lente de aumento colocada na frente da roda da bicicleta que gira os fotogramas.

 

Música para os ouvidos

No  salão  da  música, os visitantes podem  ouvir  várias composições  ligadas ao mundo  circense, algumas  das quais  compostas  pelo  próprio “Grock”  que  durante  toda  a vida  se dedicou  a   tocar  e estudar  vários instrumentos musicais, entre eles, piano, acordeom, clarineta e  violino.

 

“O Circo”, de Chaplin e “Os Palhaços”, de Fellini

No andar  térreo  do  museu  está a  sala dedicada ao  cinema em é possível assistir vários filmes como “O Circo”, de Chaplin, e “Os Palhaços” de Fellini.

E mais, a exibição de breves documentários de famosos “clowns” como o que relata a carreira de David Larible, considerado o herdeiro de  “Grock”. Outros contam a origem do circo  e  criam atmosfera de picadeiro por meio de efeitos  multimídias.   

 

Uma pequena lona (chapiteau) onde se pode assistir aos vídeos de Grock / Foto Divulgação

 

 

O “clown Grock”

 

Grock e sua inseparável clarineta / Foto Divulgação

  

Adrien Wettach,  conhecido como  Grockc, nasceu  na Suíça,  na cidadezinha de  Reconvilier, em 1880. Seu pai  era  relojoeiro, e dedicava-se à música e acrobacia  no tempo livre. Adrien cresceu nesse ambiente. Desde jovem queria seguir a carreira no mundo das artes e se uniu a um grupo de  músicos  ciganos e aprendeu a tocar 14 instrumentos.  A paixão de Grock pela  música  o acompanhou durante sua vida e ele não se separava da clarineta. Afora a música, dedicou-se às artes circenses como  malabarismo, acrobacia, contorcionismo e equilibrismo.

 

Desenho do clown Grock / Foto Divulgação

 

Ainda adolescente, apresentou-se, em 1903, ao lado do “clown”  Brick (Marius Galante)  e adotou  o nome de “Grock”.

Após uma turnê na Europa e nos Estados Unidos, chegou  ao auge da carreira, em 1919,  ano em que estreou no Olympia de Paris e foi aclamado como “o rei dos clowns”. 

 

Quadro dedicado a Grock / Foto Divulgação

 

Grock é considerado um dos mais importantes “clows” do mundo e seu talento foi reconhecido até mesmo por Charles Chaplin.

Ele criou, em 1950, um circo móvel  e com ele fazia espetáculos em inúmeras cidades. Faleceu,  em 1959, na cidade de Imperia,  diante do mar azul,  conforme seu desejo.  

Para a cidade  onde viveu, ele deixou o patrimônio  cultural que hoje pode ser admirado por todos: o “Museu do Clown”.

 

Entrada da Villa Grock/ Foto Divulgação

 

 

 

Serviço: 

 

Miniaturas de circo e roda gigante no Museu / Foto Divulgação

 

O  “Museo del Clown” (Museu do Palhaço) localiza-se na cidade de Imperia, via Fanny Roncati Carli. No outono/inverno (que no Brasil é a época da  primavera/verão) o museu vai estar aberto nos finais de semana das 8:30 às 15:30. Na primavera/verão (que aqui é o período do outuno/inverno) vai estar aberto durante toda a semana. 

O ingresso custa de 4 a 5,30 euros. Crianças até 6 anos não pagam.

 

 

Postagem: Alyne Albuquerque

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5 Responses to "“Museu do Clown” é inaugurado na Itália"

  1. Paim Silva disse:

    MAGNANIMAMENTE BRILHANTE E LUDICAMENTE CONTAGIANTE !!!

  2. Luisa Vassallo disse:

    Grazie per averci inoltrato l’articolo!

    Per noi è un grande regalo!!!

    Distinti saluti

    Luisa Vassallo

  3. Maria Augusta Fortes Natal disse:

    ADORARIA CONHECER ESSE MUSEU, VER OS PERTENCES DO CLOWN GROCK e de muitos outros artistas que fizeram desta arte eterna

    Parabéns pela iniciativa

  4. Daniel Pavini disse:

    Show!!!! Grock sem dúvida um dos melhores do mundo!!

  5. Gostaria muitíssimo de conhecer toda essa Arte , faço aqui no Brasil um trabalho de Clows hospitalar . A todos um grande abraço espero conhecer essa maravilha desse Musseu para ganhar conhecimentos desse Grandioso e magnífico trabalho.

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