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Arte em Movimento

Onde foram parar “Os Artistas”?

 

Dois palhaços fazem a vez de “Os Artistas”, que sumiram de cena,  no espetáculo da Nau de Ícaros

Bruna Galvão, especial para Panis & Circus

Como nasce um artista? Se do ponto de vista da arte esta é uma pergunta complexa, do ponto de vista do entretenimento, pode ser respondida mais facilmente. Dentro da programação do Festival Internacional Sesc de Circo, o espetáculo “Os Artistas”, da companhia paulista Nau de Ícaros aborda, um pouco, esta ideia, ao não só ao trabalhar com o improviso, mas também, a transformar seus personagens e presentes em artistas. O espetáculo  esteve em cartaz no Sesc Vila Mariana e no Sesc Santo André. 

Tudo começa quando dois ajudantes de circo (conhecidos no linguajar artístico como “barreiras”) montam o cenário para os artistas. O problema é que neste processo, a plateia, em sua grande parte formada por crianças, começa a se impacientar  com a “demora do espetáculo” e os gritos de “começa!, começa!” ganham cada vez mais adesão. É realmente imperceptível para muitos dos presentes compreender que a apresentação já havia começado.

 

 

Mas quando finalmente um dos atores anuncia ao outro que os “artistas” não estão presentes, o público se acalma. Sem ver outra saída, os barreiras decidem, eles mesmos, se transformar nos palhaços Pão de Queijo e Maionese– afinal, uma plateia os aguarda com impaciência! Então, se maquiam e se vestem como artistas. Porém, precisam de um apresentador para o espetáculo, já que não sabem ler. A criançada se anima e um garoto é o escolhido para apresentar a primeira parte do espetáculo.

Por meio de improvisos (as crianças interferem o tempo todo nas piadas e ações dos palhaços), risadas e aplausos da plateia, os iniciais ajudantes de circo transformam um picadeiro sem artistas em arte. Seus mágicos, magos, malabaristas, princesa, músico e animais nascidos na frente da público e interpretados não só pelos atores, mas também por algumas das crianças que acompanham a apresentação, dão o tom de arte ao picadeiro “sem artistas” do início.

 

 

Se por um lado, a falta de experiência com o palco (no caso das crianças) bloqueia algumas das manobras artísticas, por outro, a espontaneidade do ato supera o bloqueio e transforma o presente em artista, ao mostrar o que de fato, sente e pensa.

O resultado de tamanho improviso e espontaneidade é um típico espetáculo circense.  A forma com que os atores apresentam o circo e o inserem no olhar da plateia dá um quê de legitimação à peça: uma forma rica, cômica e surpreendente de recriar a arte do circo e seus artistas.

 

Apresentação: 

Sesc Santo André

Dia 31/5 às 16h

Grátis

 

Ficha técnica:

Concepção, direção e trilha sonora

Marco Vettore

Texto

Paulo Rogério Lopes

Elenco

Roberto Haathner

Álvaro Barcellos

Celso Reeks

 

 

Postagem: Alyne Albuquerque

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