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Arte em Movimento

Setembro – Aprendiz de Maestro mostra Beethoven às voltas com Galpão do Circo e trilha sonora de Nino Rota

 

Galpão do Circo em “O Mundo de Ludovico” 

Jairo Mattos (Ludovico) e integrantes do Galpão do Circo, na Sala São Paulo / Foto Asa Campos

 

Luciana Gandelini, especial para Panis & Circus   

Todo mundo já ouviu falar de Ludwig van Beethoven, o grande compositor alemão que criou algumas das mais célebres músicas de todos os tempos como a 9ª Sinfonia. O que muita gente desconhece é que ele não fez isso sozinho, segundo a versão criativa da história do Ludovico (Ludwig) da série Aprendiz de Maestro, apresentada na Sala São Paulo, em 3/9.

Assim como toda princesa de contos de fadas ganha uma Fada Madrinha quando nasce, os artistas também recebem uma ajudinha especial: a das Musas Inspiradoras. São elas as responsáveis por fazer os artistas terem vontade de criar uma nova obra.

 

Luciana Ramanzini, no papel de Elise, a musa inspiradora de Beethoven / Foto Asa Campos

 

A musa do compositor alemão é Elise – que teve o maior trabalho para conseguir seu diploma de Musa Oficial, brinca o texto bem-humorado de Paulo Rogério, que é também o diretor do espetáculo. Elise ajudou Beethoven em um momento importante de sua vida.

É que o músico mal-humorado ficou surdo e resolveu parar de vez de compor. Elise teve que fazer tudo o que estava ao seu alcance para que Beethoven terminasse a sua “9ª Sinfonia” e criasse uma obra que mudaria de vez o rumo da música universal. E como ela fez isso? Teve a brilhante ideia de entrar na cabeça do músico numa “aventura maluco-musical envolvendo toda a divertida turma do Aprendiz de Maestro” apresentada em “O Mundo de Ludovico”.

 

João Maurício, o maestro, em "O Mundo de Ludovico", conta a história de Beethoven / Foto Asa Campos

 

João Maurício, o maestro, e Jairo Mattos, no papel de Ludovico, o Beethoven / Foto Asa Campos

 

O espetáculo começa com o maestro João Maurício Galindo dizendo que a partir de agora, ele, junto com os atores Jairo Mattos (Ludovico), Luciana Ramanzini (Elise), integrantes do Galpão do Circo, a orquestra Sinfonieta Tucca Fortíssima, e o Coro CT Singers, vão contar a história genial de Beethoven, que buscava em sua memória os sons para compor parte de suas músicas, após ter ficado surdo.

O maestro conta que todos estavam em uma pousada, quando de repente, um vendaval escancara as portas do lugar. Aparece então a figura de Ludovico, que logo de cara demonstra ser ranzinza, o que diverte as crianças. Dá-se então a explicação de seu nome, que de Ludwig van Beethoven passa a ser Ludovico Beterraba.

 

Jairo Mattos, o Ludovico, e a foto de sua avô / Foto Asa Campos

 

Apegado ao avô, Ludovico, que levava o seu retrato por onde andava, explicou que quando era criança e tinha medo das tempestades corria para o colo do avô. Aparece então o pai de Luvodico, o músico Johann van Beethoven, que diz que, já que ele não havia sido um grande gênio da música, o filho seria. A ideia dele seria transformá-lo em Mozart, grande compositor que despertou para a música aos sete anos de idade.

 

Integrantes do Aprendiz de Circo em cena como se fosse alfaiates / Foto Asa Campos

 

O menino Ludovico (Jairo Mattos) e os 'alfaiates' do Galpão do Circo / Foto Asa Campos

 

O pai resolve espalhar aos quatro cantos a notícia de que seu filho tinha apenas seis anos, para superar a proeza de Mozart, e passa a vestir Ludovico com roupas mais infantis, feitas por alfaiates alemães  – interpretados por integrantes do Aprendiz de Circo, do Galpão do Circo. Eles enchem o palco de alegria, com panos coloridos e uma tesoura gigante, enquanto cortam, recortam e costuram as roupas do menino Ludovico.

 

Luciana Ramanzini, no papel de Johann van Beethoven, pai de Ludovico / Foto Asa Campos

 

Forçado pelo pai, que insiste que ele atinja a perfeição para fazer melhor do que os outros fizeram, Ludovico treina e estuda os instrumentos, enquanto as outras crianças brincam. Tudo isso representado por objetos coloridos e alegres espalhados pelo palco.

O tempo passa, Ludovico viaja, faz grandes concertos, tem sucesso, mas ainda se sente deprimido: “Por mais que a minha música provoque alegria, a minha alegria fica guardada dentro da minha cabeça. Criei 8 sinfonias, mas ainda não me sinto alegre”

Ele seguia sendo um homem triste e passou a se perguntar se a chave para libertar esta alegria de dentro de sua cabeça, não seria criar a sua 9ª Sinfonia.   

 

Luciana Ramanzini (Elise), a Musa Oficial de Beethoven / Foto Asa Campos

 

Uma voz feminina encantadora é ouvida e eis que surge Elise, sua musa inspiradora, que passa a instigar Ludovico a compor a sinfonia, mesmo estando surdo. Ele confidencia que a voz que ele sempre escutou ao longo da vida, era a dela. E brinca: “Estamos juntos desde que pegamos o nosso primeiro Uber para Viena”. O que faz com que os adultos soltem boas gargalhadas.

A partir daí, passagens da vida do compositor vão sendo contadas, como quando ele saiu da casa dos pais e viajou para Viena – nesse ponto um cavalo verde desce para o meio da plateia, o que faz a festa das crianças que correm para poder passar a mão no animal de pano.

 

Cavalo verde do Galpão do Circo desce na plateia / Foto Asa Campos

 

O aumento da surdez, até chegar ao ponto de só conseguir entender o que as pessoas falam, prestando atenção nos movimentos dos lábios, fez com que Ludovico tomasse uma decisão: só olhar para baixo. Enquanto isso, Elise realizava uma série de investidas para animá-lo, inclusive, com uma tentativa de arrumar uma namorada para o compositor, sem sucesso.

 

Ludovico vai ao circo

Em uma última tentativa de animá-lo, Elise o leva para o circo, onde a magia acaba acontecendo.

Em uma cena linda, repleta de elementos circenses, o grupo do Galpão do Circo demonstra suas habilidades e encanta o público. Finalmente, o compositor se sente inspirado e em 1824, na estradinha de Viena, ele decide não se deixar abater pela surdez, desperta a alegria e compõe a 9ª sinfonia. Elise ganha o título oficial de Musa Inspiradora e o mundo ganha um hino à alegria.  

 

Integrantes do Galpão do Circo com os guarda-chuvas coloridos / Foto Asa Campos

 

Integrantes do Aprendiz de Circo desfilam para levar a alegria para Ludovico / Foto Asa Campos

Paulo Rogério Lopes e Alex Marinho / Foto Asa Campos

 

Alex Marinho fala do projeto Aprendiz de Circo na série Aprendiz de Maestro

O espetáculo contou com a participação do Galpão do Circo, comandado pelo artista circense Alex Marinho. “É a quinta vez que o Paulo Rogério (diretor) nos convida para participar da série Aprendiz de Maestro. No terceiro ano do Aprendiz, o Paulo nos convidou para fazer “O Mundo do Ludovico”. Naquele momento, nós já estávamos com o projeto Aprendiz de Circo, que é um projeto social, um curso pré-profissionalizante circense. Mas, o convite aos alunos para participar foi feito em cima da hora: ‘olha, quem quiser participar vem’. Vieram só seis alunos, eu e o Dario Diniz (que é o coordenador da escola) acabamos participando para engrossar o elenco.  

 

Integrantes do Galpão do Circo na Sala São Paulo / Foto Asa Campos

 

Depois, em 2014, veio outro convite para repetirmos “O Mundo de Ludovico”. Aí, colocamos a participação na série Aprendiz de Maestro na grade do curso Aprendiz de Circo, como parte das atividades pedagógicas. Desta forma, no horário das aulas desenvolvemos o processo criativo das cenas, que já estava delineado, mas como foi uma remontagem, pudemos aperfeiçoar e criar a última cena: Ludovico vai ao circo.

 

Ludovico, menino, vê as crianças (os aprendizes de circo) brincando/Foto Asa Campos

 

Artistas do Galpão do Circo e as mais de 1000 páginas das sinfonias de Beethoven / Foto Asa Campos

 

O maior desafio foi fazer com que a cena do circo ficasse legal, com pouco tempo e com as limitações de espaço. Pensamos em como fazer os aéreos, por conta das limitações como o teto da Sala São Paulo. Surgiu a ideia de colocar uma barra na segunda altura e pendurar a lira para dar a sensação do circo, do trapézio, de forma simbólica. Desta forma, todos os quatorze alunos da turma, puderam participar.”  

Sem sombra de dúvida, a participação do Galpão do Circo mereceu os aplausos do público.     

 

Jairo Mattos, no papel do menino Ludovico / Foto Asa Campos

 

 

Desafio era mostrar a história de Beethoven de forma lúdica

O Panis & Circus conversou também com o ator convidado Jairo Mattos, que interpretou Beethoven, e que ficou muito conhecido pelo grande público por sua atuação como “Tadeu”, na novela “Barriga de Aluguel”. Jairo comentou sobre sua segunda participação no projeto Aprendiz de Maestro.

“Fiquei muito feliz em receber o convite para participar desta edição da série Aprendiz de Maestro e interpretar o Ludovico. O Paulo Rogério (diretor do espetáculo) nos trouxe um roteiro bem mastigadinho, mas tínhamos a preocupação em como tratar as três fases do personagem: criança, adulto e idoso, utilizando o mesmo timbre de voz para os três, sem sair muito do padrão. Mas, a nossa principal preocupação era como amenizar e tratar de forma lúdica a história do compositor que é complexa e triste. Trabalhamos para deixar tudo mais divertido e leve. Como a minha corrente é o humor, sempre acho que é mais fácil comunicar e despertar a curiosidade da criança pelo humor. O Ludovico não precisava ser bravo, carrancudo”.

 

Cena de "O Mundo de Ludovico" com participação do Galpão do Circo/Foto Asa Campos

 

Jairo Mattos explica que “eu e Elise (Luciana Ramanzini) nos tratamos como uma dupla de cômicos mesmo, como as duplas mais clássicas, Dom Juan e Esganarelo, por exemplo. E trazer o assunto para o contemporâneo é sempre uma farra. É muito legal notar que, principalmente os pais, também se divertem muito. Além disso, temos um facilitador que é o maestro. Ele entra nas histórias de forma bem-humorada, o que é incrível”.

 

CT Singers, integrantes do Galpão do Circo, da orquestra e Ludovico (Jairo Mattos) / Foto Asa Campos

 

Beethoven é o compositor predileto do menino Pedro

Patricia Gonçalves, 38 anos, secretária executiva conta que o filho é frequentador do projeto e adorou o espetáculo: “Eu e meu marido gostamos muito de música clássica, e o Pedro, 9 anos, sempre conviveu com isso. Estamos presentes em todas as edições do Aprendiz de Maestro. O espetáculo de hoje foi muito interessante para nós, já que Beethoven é o compositor preferido do meu filho”. Pedro complementa: “O mais legal é que ele era surdo e conseguiu fazer as músicas. É muito legal a história.”

Em meio a alegoria da alegria circense, “O Mundo de Ludovico” conduz as crianças com as vozes do Coro CT Singers e a Sinfonietta Tucca Fortíssima, a vivenciar a emoção e conhecer de forma lúdica um pouco da história de Beethoven.  

 

Ficha técnica:“O Mundo de Ludovico”

realização: TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer

texto e direção: Paulo Rogério Lopes

com maestro João Maurício Galindo, os atores Jairo Mattos e Luciana Ramanzini e Sinfonieta Tucca Fortíssima

participações especiais

Galpão do Circo e Coro CTSinger

direção geral e de produção: Ângela Dória

fotos: Asa Campos  

agradecimentos: Panificadora ESSEN, Panificadora BIG Pão e Panis & Circus  

 

***

Música de Nino Rota embala “Aprendiz de Maestro”

Luciana Gandelini, especial para Panis & Circus

Com chapéu de confeiteiro, o maestro João Maurício Galindo e os músicos da Sinfonieta Tucca Fortíssima receberam o público infantil e seus acompanhantes, na Sala São Paulo, no sábado, 20/9. Era o início do espetáculo “O Chapéu do Giovannino”, sob os acordes das músicas do genial italiano Nino Rota, e que levou a plateia para uma excursão sonora que percorreu locais famosos de Roma: do Pantheon ao Coliseu, da Fontana de Trevi ao Vaticano, celebrados em filmes com trilha sonora feita pelo compositor, principalmente, no cinema de Federico Fellini.

O maestro Galindo iniciou a excursão sonora convidando os presentes a degustar as “delícias musicais”: em um telão foram projetadas imagens de pratos apetitosos acompanhados de músicas encantadoras.

 

Mariana Elisabetsky, a Confeiteira, e o maestro, em “O Chapéu de Giovannino” / Foto Asa Campos

 

Com a confeitaria aberta, surgem dois personagens: o freguês preferencial (interpretado pelo ator e circense Fernando Paz), chamado Giovannino (referência ao compositor Giovanni “Nino” Rota), e outra frequesa, que se encontraram e disputaram o pãozinho que acabara de sair do forno. Com a confusão, Giovannino vai embora e esquece o chapéu na confeitaria romana. 

 

Fernando Paz, como Giovannino, a Confeiteira e o músico com o pacote de pão / Foto Asa Campos

 

Imediatamente, a Confeiteira (papel da atriz Mariana Elisabetsky) com “O Chapéu de Giovannino” em mãos, passa a procurar o compositor por todos os cantos de Roma. Quer devolver a ele o chapéu. Inicia-se para as crianças a “caça ao tesouro” com a Confeiteira percorrendo locais marcadamente significativos para as composições de Nino Rota e se deparando com personagens inspirados nos filmes do diretor Fellini.

Quem explica cada passagem é o maestro confeiteiro Galindo. Ele conta que o Giovannino, com dois anos de idade, regeu uma orquestra de verdade com uma música que inventou na cabeça e que fazia notas musicais com azeitonas e espaguetes, e consegue a atenção do exigente público infantil. 

Conta também que o compositor Nino Rota foi quem fez a trilha sonora de “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, outro cultuado diretor de cinema. E por isso, o maestro e o ator (Fernando Paz) se vestem como mafiosos que lembram os intérpretes do famoso filme. Só que eles são ‘bonzinhos’.    

 

O maestro no papel de mafioso; Nino Rota fez a trilha sonora de "O Poderoso Chefão" / Foto Asa Campos

 

O maestro mafioso, que já foi confeiteiro, aconselha a Confeiteira a seguir o seu caminho em busca do chapéu do Giovannino, enquanto a orquestra toca músicas do compositor Nino Rota.

Ela segue pela estrada musical e se depara com um fotógrafo de celebridades que conta com um sorvete gigante para chamar a atenção das pessoas na hora do flash da câmera. O fotógrafo registra várias poses da Confeiteira em sua câmera com sorvete, e recomenda que ela siga para as Ruínas Empoeiradas. Lá, talvez encontre o Giovannino.

 

Fernando Paz, como fotógrafo de celebridades, em cena na Sala São Paulo/ Foto Asa Campos

 

Em busca das Ruínas Empoeiradas, a Confeiteira se depara com uma matilha de lobos (integrantes da orquestra que vestem as máscaras do animal), que obedecem a uma avó, com roupa e sapato de dormir, e com chicote na mão (papel de Fernando Paz). A avó domadora conta que Giovannino sempre passa por ali e traz consigo doces de panna cotta (sobremesa típica da região italiana) para os bichinhos. Juntas, inventam uma canção sobre o doce, convidam a plateia a ficar de pé para cantar e dançar e os músicos também as acompanham.

 

Fernando Paz caracterizado como a avó domadora de lobos / Foto Asa Campos

 

Os músicos, a Confeiteira e a avó dançam na Sala São Paulo / Foto Asa Campos

 

Ainda sem encontrar Giovannino, a atriz Mariana Elizabetsky (no papel de Confeiteira) segue rumo ao Coliseu e se depara com guia, um gladiador fajuto (o ator Fernando Paz). A interação entre os dois atores e o maestro, mesclando música e encenações, encanta e diverte. Donos de bonitas vozes, os atores Fernando e Mariana, demonstram também seu talento na interpretação dos papéis.

 

Fernando, o guia gladiador, e Mariana, com o chapéu do Giovannino / Foto Asa Campos

 

A Confeiteira segue para o Vaticano, acompanhada de uma sequência belíssima de projeções no telão, que remete o público à Capela Sistina e à obra de Michelangelo. De forma lúdica, o maestro vai explicando cada passagem, cada significado, cada curiosidade da música de Nino Rota.

 

O maestro como apresentador de circo / Foto Asa Campos

 

Em dado momento, ele se transforma em um apresentador de circo.

Fernando Paz é o palhaço – aliás, papel que desempenha com maestria no Circo Zanni, Piccolo e no La Mínima – e surpreende ao fazer de um serrote, uma espécie de violino, em que tira acordes para acompanhar o canto de Mariana Elisabetsky. E, finalmente, ela consegue entregar “O chapéu de Giovannino” para o compositor.

 

Fernando Paz como palhaço / Foto Asa Campos

 

O Palhaço (Fernando Paz) faz do serrote um violino/Foto Asa Campos

 

A atriz Mariana Elisabetsky prepara-se para jogar o bolo na cara do palhaço / Foto Asa Campos

 

“Maestro é brincalhão”, diz estudante

Claudio Braga, consultor, 47 anos, conta que ficou sabendo que ia ter o espetáculo “O Chapéu de Giovannino” ao escutar uma chamada na Cultura FM, com o maestro João Maurício Galindo. “Nós já temos convivência com a música clássica. A minha filha tinha encomendado um passeio cultural, e achei que aqui seria um bom lugar para passear. Foi muito bom, um programa muito bacana”. A esposa de Claudio, Elisabete Oliveira Braga, 44 anos, consultora de sistemas, complementa: “Acho bacana o projeto, porque acaba criando consciência nas crianças e nos adultos, une cultura, música e ajuda as crianças e adolescentes com câncer. Já viemos antes ver o “Aprendiz de Maestro” e pretendemos voltar em outubro”.

As filhas do casal também gostaram do programa. Natalia Oliveira Braga, 12 anos, estudante, diz: “Eu conheço musica clássica porque o meu pai ouve bastante e o adorei o maestro! Ele é muito bom e brincalhão!”.

Fernando Paz corre para o abraço do público

 

Carolina Oliveira Braga, 16 anos, estudante, diz: “Já tinha vindo antes na sala São Paulo, no dia do maestro. Acho muito bonito o espaço e gosto de vir aqui! Temos que valorizar mais a cultura”.

Ildene Scola, 46 anos, contadora, acompanha com o seu filho o “Aprendiz de Maestro”. “Nós já frequentamos esse projeto há três anos. Eu e meu filho adoramos! Ele toca flauta, violino e piano, por isso ele adora vir assistir. Desde muito pequeno ele parava para ouvir qualquer tipo de música e quando o trouxemos aqui, ele se encantou. Então começamos a incentivar!”. O filho Gustavo Scola, 7 anos, complementa: “Eu gosto muito de música clássica. Gostei do espetáculo e do maestro, ele é muito legal!”.

As meninas Maia e Luana Betti, 7 e 9 anos, se divertiram com o palhaço tocando serrote. “Gostei muito de ver a avó, a moça de vestido de bolinhas e todo mundo dançando e cantando”, diz Maia. 

 

“Fernando toca trompete de verdade; Mariana tem bela voz”

 

Paulo Rogério em entrevista ao Panis & Circus

 

O dramaturgo Paulo Rogério Lopes, conta um pouco sobre o processo de criação de “O Chapéu de Giovannino”: “Sempre priorizamos a música erudita, mas este espetáculo é construído com músicas populares feitas para o cinema. Como não temos uma biografia do Nino Rota para criança, pensamos em falar das músicas que ele fez nos filmes, os personagens, os lugares que ele adorava em Roma. Fizemos essa ‘caça ao tesouro’ para devolver o chapéu para ele. Na verdade, não é só apresentar a música para criança, temos que conquistar a atenção delas. Nós sempre criamos uma história, mas a biografia dele não é muito interessante para criança porque ele era acadêmico. Acho que acertamos nessa aposta, pois o público viajou junto nessa turnê musical. Quisemos aproveitar os filmes do Fellini, que têm características bem circenses no exagero dos personagens e traz o adulto para o lúdico”.

E acrescenta: “O Fernando toca o trompete de verdade. Muitas pessoas imaginam que ele esteja dublando, encenando, mas ele toca e canta de verdade. Já Mariana, é dona de uma voz incrível e faz parte dos musicais que estão por aí – ela traduziu alguns deles, “Wicked”, por exemplo, é versão dela. Ambos são artistas talentosos que quisemos trazer para o projeto e que se comunicam muito bem”.

Fernando Paz, renomado artista circense, músico e um dos atores convidados, especialmente para o espetáculo, afirma: “O Paulo Rogério trouxe as cenas e fomos trazendo as nossas habilidades e propondo ações. Há quatro anos, me apresentei aqui, como palhaço, junto com uma orquestra. Mas não fazia parte da programação “Aprendiz de Maestro”. Neste caso, fiquei feliz com o convite porque é um projeto que admiro muito. A Sala São Paulo é um espaço incrível, um templo da música, com uma acústica incrível. É uma alegria se apresentar aqui nesse projeto”.

 

 

Postagem – Alyne Albuquerque

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