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Travessuras medievais em cordas e trapézios
Acrobacias aéreas contam história
Não é toda hora que se vê uma história no teatro que seja narrada com acrobacias aéreas, marca da companhia Linhas Aéreas em “A Pulga do Arquiteto” e “Pequeno Sonho em Vermelho” (2005).
“A Pulga do Arquiteto” é intensamente plástica: pelas cambalhotas, saltos e balanços nos objetos cênicos, suspensos no ar, atados às cordas em que as duas atrizes do espetáculo também se apoiam para executar sua coreografia fora do chão.
Atrás delas, desenhos feitos na hora e projetados em telão ao fundo, com traços infantis, e fotografias e mapas de cidades, florestas e o fundo do mar reforçam as significações do enredo, que é didático e acompanha uma aventura noturna do garoto Pipo.
A cenografia é assinada por Renato Bolelli Rebouças e Vivianne Kiritani.
Pipo vive em Florença e lê um livro de seu conterrâneo, o arquiteto Filippo Brunelleschi (1377-1446), antes que a mãe lhe ordene que apague o lampião de querosene para dormir.
Mas Pipo está ocupado – e assustado – com Pulga, que aparece no quarto e pede que ele lhe faça uma casa.
Pulgas transmitem peste bubônica porque picam ratos, que transmitem a doença, e depois, as pessoas. Esses insetos ocorrem em geral no chão das moradias humanas, o que torna os significados da peça mais entrelaçados, já que o assunto é a construção da casa.
Pulga faz Pipo (Ziza Brisola) perder o medo. O garoto então estuda projetos arquitetônicos e a dupla, interpretada com graça por Ziza e Isabela, ruma em direção a edificações históricas para conferi-las.
Navegam por mares, mergulham entre os peixes num submarino que constroem e voam em busca de um projeto que lhes satisfaça.
Entre as fantásticas viagens, Pipo e Pulga contam histórias que conhecem. O problema é que Pulga (Isabela Graeff) só conhece a lenda grega do arquiteto Dédalo, o que provoca risos nas crianças.
A direção de Débora Dubois deixa gestos e diálogos em timing adequado, sem cansar a plateia infantil.
Ficha técnica
Direção: Débora Dubois. Dramaturgia: Paulo Rogério Lopes. Cenografia e figurinos: Renato Bolelli Rebouças e Vivianne Kiritani. Desenho de luz: Mirella Brandi. Trilha sonora: Aline Meyer. Vídeo: Jonas Golfeto. Intérpretes-criadoras: Ziza Brisola e Isabela Graeff.
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Tags: Aéreas, Alfa, Brisola, circo, Graeff, Isabela, Linhas, teatro, Ziza
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