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Villanueva ganha o público com história de Boris
Luciana Gandelini, especial para Panis & Circus
O espetáculo Molavin, apresentado por Tato Villanueva no Festival Internacional de Circo, em São Paulo, seduziu e levou o público às gargalhadas na lona da Família Queirolo.
O artista argentino, Villanueva, apresentou um monólogo que mesclou palhaçaria, teatro de rua e diferentes técnicas circenses. Ele entrou no picadeiro com um grande incenso, esfumaçando todo o público e instalando um clima de mistério.
O espetáculo contou a história de Boris, um xamã, alquimista, contador de histórias, curandeiro e astrólogo, que percorreu o mundo em busca de raridades e poções mágicas. Para testá-las, precisa de voluntários. Mas é possível confiar em Boris?
Mesmo duvidando de suas verdadeiras intenções, a plateia se entrega aos chamados de Boris, que instala um diálogo engraçadíssimo com as pessoas enquanto gira, sem parar, um bambolê em torno do seu corpo.
Boris testou invenções, lançou feitiços, fez com que um casal se beijasse e quando todos já haviam se acomodado em um clima divertido, subverteu e novamente instaurou um clima de suspense.
Passou a fazer sátiras de atuações caricatas do teatro, do cinema, representou cenas de sofrimento e até a sua própria morte. O público riu, gargalhou, e parecia não acreditar nas diversas camadas de comicidade que Boris instalou em suas performances com seu humor ácido certeiro, indo tão profundo ao ponto de fazer piada ao analisar sua própria atuação.
Apesar de não dominar a língua portuguesa, Villanueva não se intimidou. Muito pelo contrário. Improvisou, interagiu com o público do início ao fim e fez piada disso em muitos momentos: “Um palhaço em terra distante, tentando falar português e sem que ninguém entenda nada! A vida não pode ser tão cruel assim!” – ele choramingava, enquanto o público se divertia.
Sozinho no palco fez uma apresentação impecável que terminou com aplausos e assovios. O comerciante Flávio Campos, 45 anos, fala sobre o desempenho do artista: “Eu fiquei impressionado com a simpatia dele. Ele grita, se debate, brinca com a sua própria sombra e a gente entra na viagem dele de uma forma muito gostosa. Um dos melhores espetáculos que de circo que eu já assisti!”
Legenda da capa – Tatto Villanueva em cena no FIC / Foto Asa Campos