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Picadeiro

Festival de Circo: animação para todos

 

Passeata dirige-se ao Ponto de Encontro no Parque das Águas / Foto Divulgação

 

Público faz a festa e é um espetáculo especial

Bell Bacampos

 

O Festival Mundial de Circo, em Caxambu (MG), provocou um aumento de 40% na taxa de ocupação dos hotéis da cidade de 23/7 a 28/7, comparada com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Convention – que reúne a rede hoteleira da cidade – e foram repassados à Fernanda Vidigal, gestora cultural da Agentz, agência encarregada do evento.

 

Ponto de encontro decorado para o Festival de Circo / Foto Divulgação

 

Ela destaca outro dado positivo em entrevista ao Panis & Circus: a receptividade do público. Estima-se que 16 mil pessoas participaram das atividades do festival em uma cidade com cerca de 22 mil habitantes. “A nossa previsão inicial girava em torno de 10 mil pessoas”, afirma Fernanda. “Superou as expectativas.” As oficinas oferecidas tiveram também procura: nas aulas de palhaço, por exemplo, foram 60 inscritos para 15 vagas.

As filas eram imensas em frente ao Circo Zanni, com a lona armada em frente ao Ginásio Jorge Curi. Para assistir ao espetáculo, a estudante Aniellen Brito, por exemplo, disse que ficou desde as 14h30 na fila à espera da distribuição das senhas, marcada para as 18h segundo o site Uai.

 

Público na fila do Circo Zanni / Foto Asa Campos

 

Não foi diferente com o show “Romance Parte II”, da atriz e cantora Marisa Orth, convidada para se apresentar pela primeira vez sob uma lona – a do Zanni. Marisa ficou surpreendida ao saber que uma de suas espectadoras contou que tinha ficado sete horas na fila para vê-la. Para Marisa, o “circo ainda é um espaço de liberdade”.    

 

Fernanda Vidigal, Gestora Cultural, durante entrevista ao Panis & Circus / Foto Asa Campos

 

Fernanda Vidigal esclarece que a tenda do Zanni de 400 lugares se mostrou pequena para a demanda da região. “Na nossa avaliação as próximas edições tem que ter o dobro de lugares.”

 

Lona lotada durante a apresentação do Circo Zanni / Foto Divulgação

 

Show à parte

O público foi um show à parte no festival: fez filas para ver e ouvir o Circo Zanni e Marisa Orth. Aglomerou-se no Calçadão para assistir aos criativos espetáculos “Experimento Circo”, do Circo Amarillo (Argentina), e “O Homem Banda”, com a Cia. UmPédeDois. Nessa montagem, um único personagem produz muitos sons, como se fosse uma banda.

 

Marisa Orth com público / Foto Divulgação

 

Cartaz de divulgação do espetáculo da Marisa Orth

 

Público durante o espetáculo "Experimento Circo" / Foto Divulgação

 

Marcelo Lujan E Lú Menin no meio do público / Foto Asa Campos

 

“O Homem Banda” no meio do público no Calçadão / Foto Asa Campos

 

O público cercou a quadra da rua Plínio Mota para conferir também “Na Esquina”, com números de mastro chinês, mão a mão, trapézio fixo e lira.

 

Trupê do espetáculo "Na Esquina" com o público ao fundo / Foto Asa Campos

 

As pessoas lotaram as escadarias da igreja Santa Isabel para ver o palhaço espanhol Tortell Poltrona com seu espetáculo poético e irreverente “Post-classic”.

 

Tortell Poltrona durante a apresentação de "Post-classic"/ Foto Asa Campos

 

Encantaram-se com “Pano de Roda”, que apresenta a passagem de um circo itinerante por uma pequena cidade, espetáculo criado pela Cia. Carroça de Mamulengos. 

 

Cena de "Pano de Roda" da Trupe Cia. Carroça de Mamulengos / Foto Asa Campos

 

À tarde, todos os presentes no festival de Caxambu acompanharam a subida do balão e as bailarinas aéreas em “As Mulheres do Sol e o Balão”, em frente ao ginásio Jorge Curi.

 

Público vê o balão e "As Mulheres do Sol e o Balão" / Foto Asa Campos

 

Plateia para o espetáculo aéreo "As Mulheres do Sol e o Balão" / Foto Asa Campos

 

À noite, no mesmo local, ocorreu a apresentação da peça “Os Gigantes da Montanha”, de Pirandello e dirigida por Gabriel Villela.

 

À espera de "Os Gigantes da Montanha" / Foto Asa Campos

 

Cena de "Os Gigantes da Montanha" / Foto Asa Campos

 

A equipe do site Panis & Circus acompanhou o Festival de Circo na sexta (26/7), no sábado (27/7) e no domingo (28/7). 

 

Cidade se enfeita

Luminária no Calçadão com a foto do palhaço / Foto Asa Campos

 

Parece que a sensação de boa recepção que o festival provocou foi unânime. Conforme o jornal mineiro “O Tempo”, em 25 de julho, “na noite de abertura do Festival, boa parte dos 20 mil moradores locais desligaram suas televisões e foram à principal rua da cidade, acompanhar um pequeno cortejo composto por integrantes dos espetáculos” [da programação]. “Uns marcharam até a grande lona do circo [Zanni] montada às margens de um belo canal que corta a cidade”. O jornal “O Tempo” acrescenta que a lona de 400 lugares do Circo Zanni, que abriu o festival, ficou pequena para o interesse da cidade.  

 

Passeata da Trupê Cia. Carroça de Mamulengos / Foto Asa Campos

 

O fato é que, desde a estreia, na terça (23/7), até sua despedida da cidade, na sexta (26/7), as filas eram imensas para ver os números da talentosa trupe do novo circo.

Leia mais sobre o Zanni nessa edição do Panis & Circus na seção Picadeiro. No Parque das Águas, em Caxambu, estava montado um espaço que funcionou como ponto de encontro das noites do festival – de terça a sábado. No domingo de manhã, o espaço começou a ser desmontado.

Na entrada, havia palhaços de madeira e guarda-chuvas suspensos. Bolas coloridas pendiam do teto e faixas completavam a decoração. Turistas e moradores de Caxambu queriam ser fotografados em frente aos painéis no Calçadão da cidade. Esses painéis eram compostos de fotos antigas de cenas circenses.

 

Palhaços de papel na entrada do Ponto de Encontro no Parque das Águas / Foto Bell Bacampos

 

As luminárias do local também apresentavam guirlandas coloridas e, na ponta de cada uma delas, a foto de um palhaço. Banners amarelos anunciavam o festival com a frase: “A alegria chegou”. Estavam distribuídos pela cidade. O coreto do parque também estava decorado para o evento.

 

Coreto enfeitado / Foto Asa Campos

 

A cidade se enfeitou para receber o circo e as atrações que o festival trouxe em sua bagagem.              

 

Minas Gerais e as políticas culturais

Letreiro do Festival na entrada do Ponto de Encontro no Parque das Águas / Foto Bell Bacampos

 

O Festival Mundial do Circo em Caxambu foi possível graças ao edital para a escolha da empresa executora do evento. Lançado em abril deste ano pela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, o objetivo do edital é fomentar a programação artística em locais com potencial turístico.

 

Cavalete no Calçadão com cenas de circo antigas / Foto Bell Bacampos

 

A comissão para a escolha foi feita por representantes das Secretarias de Estado da Cultura, Turismo e Trabalho e Emprego, que avaliaram e selecionaram os projetos apresentados. Neste ano, segundo a agência Minas, o Estado vai investir R$ 1 milhão; em 2014, R$ 750 mil; em 2015 serão R$ 500 mil. A realização do Festival em Caxambu está garantida em 2014 e 2015.

 

Foto do palhaço e das bailarinas no Calçadão de Caxambu / Foto Bell Bacampos

 

A Agentz, de Fernanda Vidigal, à frente do Festival Mundial de Circo, que acontece em Belo Horizonte desde 2001, venceu a disputa para a montagem do evento em Caxambu. Ela teve apenas 45 dias para organizar o Festival. Apesar do pouco tempo, deu certo. (Leia mais sobre os 13 anos do Festival em BH nessa edição na seção Arte em Movimento).

 

Cavalete com foto da circense com o leãozinho / Foto Bell Bacampos

 

O balanço do Festival Mundial de Circo é positivo e deve repetir o sucesso nos dois próximos anos. Afinal, o humor, a alegria e a magia do evento movimentaram o turismo e o comércio em Caxambu nas férias de julho. Mais do que tudo: conquistou os moradores da cidade.

 

 

Postagem: Alyne Albuquerque

 

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